Souvenirs d'hier soir

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Lux P.O.V.

Não sei que horas eram quando eu finalmente abri o olho, minha mandíbula doía, meu corpo estava exausto, minha cabeça rodava e eu não sabia onde estava. Só sei que, noite passada foi aquela que eu tanto queria que acontecesse.

Estávamos em um quarto de hóspedes, a luz do sol iluminava o ambiente e um vento frio entrava pela janela aberta. Estava embrulhada com um lençol branco, a cama estava terrivelmente bagunçada; e então, me dou conta do que houve. Viro para olhar ao meu lado e um choque de realidade me atinge.

Não foi um sonho.

Jinx estava de costas para mim, coberta até a cintura com os lençóis, o cabelo esparramado pelo travesseiro branco, ressaltando sua tonalidade azulada.

Sua tatuagem de nuvens que cobria metade de sua costa, suas unhas grandes pintadas de preto, sua boca naturalmente vermelha. Deus, como pode alguém ser tão linda?

Noite passada veio como um flash na minha cabeça, os momentos constrangedores de ontem foram os que vieram à tona mais rapidamente. As bebidas, a música, a caneta permanente, e até mesmo a maconha que Jinx havia trazido. Os outros beberam mais do que eu, aposto que devem estar dormindo até agora; talvez não tão exaustos quanto; até porque, o esforço maxilar que eu tive de fazer ontem foi doloroso por si só. Mas no final, valeu muito a pena.

Me ponho de lado, fitando as tatuagens azuis da mulher ao meu lado, pensando no que tínhamos feito nesse quarto. A imagem dela chorando veio na minha cabeça, meu coração aperta e sinto como se um nó se formasse na minha garganta. Por quê? Por que havia chorado? Talvez eu tenha exagerado um pouco?

Ok, eu com certeza exagerei. Devia ter tomado cuidado, devia ter ficado somente com um dedo, no máximo dois. O calor do momento, a tensão e o desejo de querer tê-la me fez perder a noção e, somando a bebida, a noção tinha ido embora a muito tempo.

Continuava encarando sua tatuagem, até que começo, com o indicador, traçar as linhas do desenho, descendo e subindo devagar. O corpo de Jinx, involuntariamente, se arrepia; ela era desprovida de quaisquer roupas agora, então difícil dizer se foi por conta do frio que fazia ou por conta do meu toque em seu corpo.

Me aproximo dela, o suficiente para beijar sua costa, encostando a cabeça e fechando os olhos momentaneamente. Chego mais perto dela e a abraço; passando meu braço por baixo dos seus e a puxando para mais perto de mim. Ela tinha bebido muito e com certeza estava cansada, aposto que não acordaria com um simples puxãozinho. Ela respirava fundo, e até chegou a se mexer um pouco, mas não acordou. Ela se acomoda no abraço, relaxando ainda mais a cabeça e se encostando completamente em mim.

Não queria ter de sair dessa posição agora, muito pelo contrário, podia ficar aqui o tempo que fosse. Mas a fome bateu bem forte agora; não comi nada ontem a noite e tinha bebido mais do que aguentava. Afasto a cabeleira azul em minha frente e dou um beijinho. Levanto da cama e esfrego os olhos, tentando recapitular o que fizemos.

Só então percebo que estava desprovida de roupas também, vestindo apenas a parte de baixo do biquíni. Deixei a minha mochila lá em baixo, não fiz questão de subir com ela porque não imaginei o que faríamos aqui. Mesmo sendo do meu desejo, Jinx se encontrava em uma situação o tanto quanto preocupante em relação a bebida, então, não contava que fizéssemos isso.

Levanto da beira da cama, indo até o guarda roupa e abrindo-o. Qualquer peça de roupa agora dava pro gasto; pego uma blusa branca com um pequeno símbolo da Nike estampado no peito esquerdo, um short preto qualquer e pronto. Claro, a roupa era bem maior que eu, difícil até de dizer se pertenciam ao senhor Lymere ou a Ezreal.

O Peso da Liberdade: Uma história de Zaun & PiltoverOnde histórias criam vida. Descubra agora