Um momento em deleite

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Lux POV

Sera me levou até a parte debaixo de seu apartamento, agora, já na calçada da rua, puxei meu celular para poder mandar mensagem a Garen, sabia que a uma hora dessas ele estaria fora de casa e que seria quem me ajudaria a voltar para lá. Lógico, depois de ouvir bastante. Ele não questionou sobre, apenas perguntou aonde era que eu estava e que chegaria aqui o mais rápido possível, porque, segundo ele, havia visitas importantes em casa.

— Lux. — chamou-me Seraphine.

— Sim?

— Tem certeza que não quer ficar? Comer alguma coisa, ou talvez ficar só para, sei lá, conversar.— ela dá de ombros e sorri.

— Não se preocupe, Sera. Eu realmente preciso voltar. Como disse, eu não avisei sobre minha saída para meus pais. — sorri e tornei a encarar o celular, em uma falha tentativa de me distrair do olhar de Seraphine.

— Desculpe a pergunta, — insistiu ela — mas você tem vinte anos agora, ainda precisa dar tanta satisfação aos seus pais?

— O quê? — olhei-a, confusa e intrigada com a pergunta; ela pareceu desconfortável e rapidamente desconversou.

— Desculpe. — um silêncio se seguiu enquanto eu esperava Garen na calçada piltovense. Mas assim como conversei com Jinx, falar sobre os Crownguard com Seraphine não é uma má ideia.

— Eles são... complicados. — disse eu. — Restritos demais, certinhos demais... preconceituosos demais. Eles não sabem sobre Jinx, ou Zeri, Ekko; na cabeça deles eu sou apenas amiga de Ezreal.

— ...Por ele ser piltovense. Certo?

— É. Eu até tentava não me importar muito, mas depois que conheci vocês, ficou complicado ouvir sobre o quão zaunitas são perigosos.

— É, eu sei como é. Quer dizer, meus pais são zaunitas. Eles vieram para Piltover na fase adulta e eu acabei nascendo aqui. Enfim, eu sei como é lidar com o preconceito. Já vi acontecer de perto.

O vento soprava com força, a cidade estava calma e tranquila, porém eu malmente podia aproveitar a calmaria, meu coração estava acelerado, tudo o que eu pensava era sobre o que eles iriam me dizer por ter dormido fora, ou as perguntas sobre com quem eu estava. Garen mencionara uma visita em casa, talvez assim seja mais fácil me esconder das perguntas. Ou não. Em questão de minutos, um grande carro preto se aproximou da calçada. Um silêncio se fez e então pude ouvir a respiração pesada de Sera.

— Certo, é este seu carro? — perguntou.

— Sim. — virei-me para ela e sorri. — Obrigada.

— Não se preocupe. — e para minha surpresa, ela me puxou para um abraço. — Se precisar, sabe que estamos aqui, né?

— Valeu, Sera. — me despedi. Seraphine rumou aos elevadores de seu apartamento e se foi, me deixando sozinha com o carro preto a calçada.

Eu fui até ele, nervosa. Mesmo sabendo que Garen me esperava por trás do vidro, um sentimento de aflição tomou conta de mim. Mas estava tudo bem. Com Garen, eu não precisaria esconder muita coisa. Abri a porta do carro e entrei sem dizer uma palavra. Meu irmão, que usava um óculos escuro nada disse também, ele removeu-os e me olhou.

— Acho que uma explicação seria bem vinda.

— ...Você disse que eu poderia sair com meus amigos.

— Sim, mas não disse sobre dormir. Quando chegamos em casa ontem você não estava. O papai não ligou muito, mas a mamãe teve um surto. Disse que...

O Peso da Liberdade: Uma história de Zaun & PiltoverOnde histórias criam vida. Descubra agora