Aniversário demaciano

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Havia acordado fazia um tempo, esperava ansiosa o mordomo entrar no quarto e me acordar com a enxurrada de luz solar assim que abrisse a janela. Olhava o celular da cama, ansiosa. Já ouvira ele apitar umas três vezes e aquilo estava me deixando nervosa; mas me contive. Pouco tempo se passou e três batidas na porta são escutadas. Rapidamente, viro-me para o lado contrário da porta e finjo um sono pesado.

— Senhorita Crownguard? — chamou o mordomo. Ele entrou no quarto e se aproximou da grande janela, abrindo-a.

Finjo uma cara de sono e o olho sob as cobertas. Ele mantinha uma expressão séria e sorriu gentilmente quando me viu.

— Feliz aniversário, senhorita Crownguard.

— Obrigada, El. — falei, e dessa vez, nem precisei fingir uma voz sonolenta.

Ele acena com a cabeça e se encaminha para fora do quarto, mas antes de fechar a porta, levanta seu olhar para mim.

— O café já está servido, senhorita. — então, me dando um sorriso carinhoso, a fechou. Quase instantaneamente, estico meu braço para o celular, mais ansiosa do que de costume.

"Fala, loira! Feliz aniversário sua atrasada! A próxima vez que demorar para me responder eu não te perdoou!
Felicidades!💞"

"Lux!!! Feliz aniversário!! Vê se consegue sair hoje também, aí deixo você escolher um presentinho! 💚

"Aí, Lux, faz tanto tempo que a gente não se vê que eu quase achei que você teria esquecido de mim! Seu irmão me lembrou sobre seu aniversário, felicidade, minha Crownguard favorita"

"Meu Deus Luxanna, você cresceu muito, o Garen me mostrou. Vinte anos, né? Nem sei, mas mesmo assim , parabéns!"

"Olá, Cronwguard! Feliz aniversário.
Nem sei se você lembra de mim, mas continua bonita! Parabéns, caçula do Garen!"

"Solzinho! Loira, loirinha, raio mais brilhante de sol! Feliz aniversário e felicidades! Obrigada por tudo, você merece tudo o que eu tive e muito mais nesse aniversário de vinte. Se cuida!! Vou lhe dar o melhor dos presentes, espere só para ver! 💕💞"

Fico sorrindo boba para o celular. Não esperava tantas mensagens — tem algumas outras — de amigos meus e do Garen. Antes de viajarmos para Piltover, Garen me apresentou alguns de seus amigos da Vanguarda; e meu irmão era o que mais destoava deles, já que todos eram animados e elétricos. Eram boas pessoas, porém certinhos ao extremo, igual Garen.

Meus amigos haviam me mandado mensagens também; e é claro, respondi elas todas com um sorriso no rosto. Só então me dei conta de que estava a muito tempo deitada na cama enquanto todos estavam lá embaixo me esperando. Limpei o rosto, escovei os dentes, me troquei e desci as escadas apressadamente.

Eu e minha mãe estávamos com um clima um pouco estranho depois de nossa última conversa, mas nem eu e nem ela demos o primeiro passo para conversar sobre isso novamente. Meu pai pouco ligava, e se ligasse, estaria do lado de Augatha sem pensar muito.

Descendo as escadas, rumei até a sala de jantar a passos largos, sorrindo. Mas quando finalmente cheguei lá, o sorriso rapidamente se desfez. Quer dizer, esperava que eu fosse quem estava atrasada, não minha família inteira.

A grande mesa de jantar estava vazia. Nela, continha de tudo o que se pode imaginar, pães, cafés, chocolates, queijos. Tudo. Mas nenhum sinal de Augatha, Pieter ou Garen. Olhei para El, o mordomo, e ele continuava com sua expressão de sempre. Sorriu calorosamente quando me viu, e puxou a cadeira da mesa. Rumei até ela, tentando pensar no que acontecera. Olhei para toda aquela mesa posta, mas perdi o apetite.

O Peso da Liberdade: Uma história de Zaun & PiltoverOnde histórias criam vida. Descubra agora