Flores e perfumes

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– dias antes das docas –

Jinx P.O.V

Quando se tem uma moto, tudo que envolve sair de casa, você quer usá-la. Sair por aí com uma moto em Piltover, por exemplo, é o mesmo que sair com uma grande placa dizendo: Aí, eu sou zaunita, meche comigo e veja se eu não te arrebento!
Em Zaun, nem sempre é sinônimo de algo bom, mas de qualquer jeito, demostra que você não deve ser alguém com quem os outros queiram mexer.

Mas quando Zeri é sua amiga, usar uma moto até para as coisas mais simples, é impossível. Ainda mais quando ela está preocupada demais com um certo alguém.

— Se você fosse rica, e tivesse de tudo, o que você gostaria de ganhar de presente? — ponderou Zeri.

— Eu não sei. Eu não passei por isso. — disse eu.

— O que você deu a Lux no aniversário dela?

— Bom, eu tentei me dar de presente. Mas não colou muito.

—... É, eu não me darei de presente pra Sera. — disse ela.

Nós duas caminhávamos na calçada, casacos em mãos e mochilas nas costas. O aniversário de Sera seria daqui para mais uma semana, e Zeri não sabia o que dar de presente a ela, então me convidou para irmos às compras e decidir algo. Como a ótima amiga que sou, concordei em ajudá-la. Infelizmente, Zeri, por ser mais nova, não possuía carteira de motorista, e mesmo que eu pudesse buscá-la em casa, ela insistira que não precisava.

— Ainda acho que devíamos ter ido de moto. — disse eu. — Você lembra que eu tenho uma, não lembra?

— Você mora a cinco minutos do centro, Jinx. Sorte sua. Eu andei mais dez minutos para ir até a sua casa.

— Argh, tá, tá legal.

— A propósito, que casaco é esse? — perguntou ela, olhando-me de cima abaixo.

— Oh! É da Lux. Eu invadi a casa dela a uns dias atrás.

— ...Você o quê? — disse ela, confusa.

— A uns dias atrás, eu fui até a casa dela e pulei a janela. Queria ver como ela estava.

— E a sua melhor opção foi pular uma janela?

— O quê? Deu certo, tá bem? Então, como recompensa, peguei o casaco dela emprestado. — falei animada, mostrando-o a ela.

Zeri revirou os olhos, pôs as mãos no bolso e continuou caminhando. Seguimos caminho até o centro, o vento frio do outono ricocheteava em nossos rostos, as folhas já se tornaram amareladas e alaranjadas, muitas eram vistas caídas nas ruas e calçadas. Em questão de minutos, o centro aparecera, várias pessoas andavam de um lado para o outro e bondes passavam nas ruelas.

— Certo, e aonde você quer ir? — perguntei a ela.

— Hm... eu não sei. Eu pensei em dar algo para o violão dela.

— Violão? Ela tem um violão?

— Tem. Cordas novas talvez? Uh! Que tal alguma coisinha pro Bao?

— O gato? — perguntei enquanto ela parava em frente à loja de acessórios de animais de estimação.

— Acho que ela ia gostar de receber algo pra ele. — afirmou Zeri, ignorando a pergunta. — Vamos.

Entramos na loja e ela foi na sessão de gatinhos, passou um bom tempo olhando até se lembrar de que eu estava com ela. Olhou-me e estendeu duas coleiras na minha frente, uma rosa e outra amarela.

O Peso da Liberdade: Uma história de Zaun & PiltoverOnde histórias criam vida. Descubra agora