Velhos amigos

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Me encaminhei até fora da casa, e assim que
saio, já é possível ver Vi parada lá na frente, ainda em cima da moto, mexendo no celular.

—Agora tu fica nesse celular né? Na hora de me responder parece que esquece que tem um. —Digo, parando ao seu lado.

—Não enche, enjoada. Foi por uma boa causa. Agora será que dá pra parar de reclamar e subir logo? A surpresa não gosta de esperar.

—E o que seria essa surpresa? —Questiono, subindo na moto e pondo o capacete.

—Se é uma surpresa, você não deve saber. Não acha? —Ela da a partida na moto e sai rua abaixo.

—Eu acho que você devia ir se fuder. É isso que eu acho.

—Não se preocupa, é recíproco.

Com toda certeza foi esse o motivo pelo qual ela não conseguiu me buscar na cafeteira, mas será que ela já sabia da surpresa antes de me oferecer a carona? Seria esse o motivo dela querer me tirar de casa e fazer com que eu ficasse mais tempo na rua?

"A surpresa não gosta de esperar"

Então significa que a "surpresa" é alguém – ou algo – impaciente. Mas quem...? Ou o que.

Enquanto pensava no que podia ser a tal surpresa, Vi precisou parar para comprar algumas coisas em uma loja.

Uma loja de música.

Então quer dizer que, sabe-se lá Deus quem fosse essa pessoa, precisava, ou usava aparelhos musicais.

Meu Deus, por que não vem ninguém em mente?

Meu subconsciente ficara se questionando até, finalmente, chegarmos em casa.

—Já estamos aqui, não quer me contar logo quem é? Eu juro que finjo surpresa. —Falo, correndo até a porta de casa e parando lá.

—Não obrigada, eu quero saber como vai ser a sua reação. Mas antes de você entrar, me deixa fazer uma coisa. —Ela puxa o celular e começa a digitar alguma coisa.

Minha reação? Mas o que diabos essa doida tá aprontando? Pra quem é a mensagem? Será pro Vander? Pra seja lá Deus saiba quem esteja atrás dessa porta?

—Pronto. Podemos entrar agora? —Vi diz. Tomando a dianteira e abrindo a porta.

À princípio quando entramos não tinha ninguém, tudo como sempre foi.
Duas entradas, tanto para a esquerda que levava a sala de estar, quanto para a direita, que levava até a cozinha, com a escada que levava ao segundo andar mais adiante, de frente para a porta.

Vi entra e se encosta na parede, sorrindo.

—Beleza, mãozuda. Qual foi? Era pra surpresa tá aqui?

O susto foi grande, minha visão escureceu, não enxergava nada. Duas mãos cobriam meu rosto.

Seja lá quem fosse, estava atrás da porta, me esperando entrar.

—Adivinha quem é. —Vi falou, segurando uma risada.

Eu estava estática. Nervosa, melhor dizendo. Levei minhas mãos ao meu rosto, tocando nas mãos de quem quer que fosse.

Morrer eu não vou. Mas o nervoso que eu to sentido é como se eu fosse me encontrar com Deus hoje mesmo.

E quem disse que você vai pro céu?
Meu subconsciente fala.

Volto dos meus pensamentos assim que encosto na mão de quem cobria meu rosto.

Era uma mão grande e pesada – provavelmente um homem –, mas o que mais chamava a atenção era uma pequena cicatriz que tinha na costa da mesma. E uma pessoa me veio à mente, mas duvido que fosse ele. Fui subindo um pouco mais para o braço, tentando achar algo que me fizesse identificar quem quer que fosse.
Um pequeno objeto circular estava em seu pulso, um relógio, com um desenho na sua superfície.

O Peso da Liberdade: Uma história de Zaun & PiltoverOnde histórias criam vida. Descubra agora