Delegacia de Piltover

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— Estou falando sério. — afirmou — Eu acho que você poderia nos ajudar com isso.

— Não enche. Não quero ficar trancafiada em uma sala com você e a sua namorada. — viro-me de costas para a porta, tornando a encarar o outro lado da cama.

— O que deu em você? Está esquisita desde ontem. — sinto alguém se sentar na beira da cama, e quando olho de relance, Vi continuava a me fazer inquietantes perguntas.

— Estou bem, já disse. — respondo. Ouve-se um silêncio inquietante, então, um suspiro.

— Está bem. — disse Vi — Se você quiser vir, fique a vontade. — Ela se levantou da beirada e rumou até a porta, fechando-a.

Era verdade, eu estava estranha. Não com Vi, particularmente, com todos. Estava pensando demais sobre o que acontecera ontem, quer dizer, Lux teve uma mudança bruta de jeito. Em um momento, estávamos rindo e conversando, no outro, ela mal olhara para mim. Confesso que aquilo me incomodou, tudo o que recebi foi um "Desculpe" nas mensagens. Sem explicação do que havia acontecido, sem contexto algum.

Eu cheguei a respondê-la, lógico que sim! Fiz milhares de perguntas; entre elas: "O que aconteceu!?" "Você tá bem? Eu fiz alguma coisa?" Outras como "Por que você não me diz o que houve?"

Então desisti. Não recebera uma mensagem de volta e aquilo começou a me incomodar. Sabia que Lux não era assumida, cheguei a esta conclusão sozinha e agora tinha a plena certeza. Ou pelo menos, achei que tinha.

Mandei mensagem à Ezreal assim que cheguei em casa, lhe contei o que havia acontecido e esperei que ele fosse concordar, dizer que Lux também tinha agido estranho com ele. Mas não. Lux pareceu agir normalmente em todos os momentos que passaram juntos, conversava e falava a vontade. Resolvi deixar para lá, convenci a mim mesma a esperar uma resposta de Lux, ou talvez, uma mensagem, que seja.

Vi percebera que tinha algo errado, me encheu de perguntas assim que cheguei em casa ontem, emburrada. Disse-lhe que não queria conversar, estava apressada demais para perguntar à Ez e tentar, sozinha, descobrir o que diabos havia acontecido.

Acordei tarde, não desci para comer porque sabia que Vi iria me perguntar o que tinha acontecido novamente, então apenas decidi ficar deitada e resmungando comigo mesma. Minha irmã viera no quarto, me convidou para ir á Delegacia de Piltover com ela e Caitlyn, disse que seria uma boa oportunidade para eu ver alguns dos documentos e, quem sabe, falar com Cait sobre essas coisas.

De fato, seria uma ótima oportunidade para ver e xeretar coisas da Delegacia; mas o problema era que nem Caitlyn, nem Vi, sabiam que eu descobri sobre o Sintixi. E agora, não poderia contar, visto que se perguntassem como descobri isso, teria de explicar que xeretei documentos rasurados que estavam espalhados na mesa da cozinha. E isso, com certeza, causaria um problemão para Vi. Então, lhe disse que pensaria sobre; mesmo estando morta de vontade de ir.

Mas mudei de ideia assim que ela saiu do quarto; não podia ficar trancafiada lá pelo resto do dia teorizando sobre milhares de ideias que nem sabia se eram verdade – mesmo estando convicta de que eram. Levantei da cama e senti como se estivesse deitada nela a meses, mesmo estando apenas algumas horas. Procurei me distrair, pegando tudo que podia avisar de novo e usando, tais como maquiagem, minha jaqueta e meu tênis.

Desci as escadas na procura de Vi, que estava parada em frente a porta de saída, pegando seu casaco no gancho ao lado da mesma e se preparando para sair. Virou-se para mim e abriu um sorriso ladino.

— Mudou de ideia? — perguntou.

— Sim, melhor que ficar trancada lá encima. Só espero não ter que lidar com você e Caitlyn sendo adoráveis demais.

O Peso da Liberdade: Uma história de Zaun & PiltoverOnde histórias criam vida. Descubra agora