Jantar indesejado

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Lux P.O.V

Ontem, Garen informou que estaríamos nos preparando para nos encontrarmos com alguém. Claro, já imaginava que seria Tianna, até porque, meu pai falara dela em algumas situações. Por mais que não gostasse dela, nem um pouco, ela ainda fazia parte da família; de seu próprio jeito, por assim dizer. Seja se intrometendo em problemas os quais não cabiam a ela decidir ou saber, ou até mesmo menosprezando quaisquer trabalhos que eu fizesse.

As vezes, ela até me levava à perguntar se o problema seria eu. Tento ao máximo jogar essa ideia para escanteio, mas seus comentários importunos ocupam boa parte da minha cabeça toda vez que ela está conosco. Papai ainda insistia em inseri-la em nossas reuniões familiares, talvez porque fosse sua irmã, ou só porque queria ficar sabendo de tudo o que acontecia em Demacia. Tianna era umas das tenentes mais importantes do reino – o qual é uma monarquia. –, e sempre estava envolvida com as situações de maior urgência por lá.

Não era segredo para ninguém da família – até porque ela não fazia questão de esconder – seu caso com Eldred, um dos lordes mais respeitados e nojentos de Demacia. Contudo, falar sobre isso perto dela não era um assunto o qual ela aceitasse falar sobre. Por mim, esse seria o assunto de todos os jantares familiares.

Odiava essas reuniões, não só por causa de toda a cerimônia que era, mas também porque todos estariam envolvidos. Por mais que amasse carregar o nome da família, sempre haviam complicações. E em sua maioria, eu estava envolvida.

Já ouvi falarem que sou o que deu errado dos Crownguard, uma vergonha eminente que nem Augatha, minha mãe, seria capaz de controlar. Por muitos anos ignorei completamente isso, não me importava e nem fazia questão de ligar. Mas por outro lado, era evidente que meus pais sentiam o mesmo, apenas não queriam falar. Por sorte, Garen talvez, não visse por esse lado. Passava mais tempo com nosso pai do que qualquer outra pessoa, tanto em negócios, quanto em tempo de pai e filho, mesmo que seja um pouco estranho vindo de Pieter, já que ele não demostrava gostar muito de ficar com nenhum de nós dois.

Garen, por mais otário que seja muitas vezes, continuava sendo um bom irmão. Claro, tínhamos nossas intriguinhas, mas nada que abalasse nossa relação. Ele foi o primeiro para quem contei sobre a primeira garota que me envolvi.

Logo de cara ele ficou esquisito, tentou agir como se não soubesse de nada, mas foi em vão, visto que percebeu que eu não iria voltar atrás. Disse à ele que não queria que nossos pais soubessem, não estava pronta mentalmente para isso, ele apenas concordou, falou que seria um segredo que, se preciso, morreria com ele. Quando nos mudamos para cá, o que era para melhorar, piorou. Nunca fui de ter muitos amigos, até porque, a maioria deles era por obrigação; meus pais insistiam para que eu andasse com as pessoas da mesma classe que eu, logo, andar com pessoas as quais não fossem da elite era um problema para eles.

Vindo para Piltover, as amizades que eu já não tinha se desfizeram mais rápido do que começaram. Logo na primeira semana, meu pai disse que precisava abrir um negócio importante com um dos exploradores piltovenses, e já que Garen não estava no dia, ele me convidou para ir. Estranhei logo de início, mas aceitei ir, já que passava mais tempo com meus pensamentos do que com meu próprio pai. Agradeço por Garen não estar presente no dia em que fomos para a mansão Lyemere.

Ezreal havia me convidado para sair no mesmo dia em que fui em sua casa, e de lá, bom, parece que as coisas começaram a caminhar por um rumo muito melhor que o esperado.

* * *

Estávamos á caminho do terceiro dia do: Dia do progresso. Ontem, um encontro nada amigável aconteceu entre meus amigos e uns outros zaunitas. Jinx me disse que eles começaram a briga e ela apenas terminou; quando cheguei em casa, mandei mensagem à ela perguntando se estava tudo bem.

O Peso da Liberdade: Uma história de Zaun & PiltoverOnde histórias criam vida. Descubra agora