CAP. 37 Parte 1 - Na pele de um monstro

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Para quem ainda não sabe, eu estou lutando contra meu bloqueio criativo recentemente. Esse capítulo estava guardado, escrevi a alguns meses. Espero que gostem. Ele é inspirado em "Sol da meia noite", o livro da Estephanie Meyer, autora de Crepúsculo. AVISO: esse capítulo contém palavras de baixo calão, menções de assassinatos, opiniões políticas FICTÍCIAS e descrições TAMBÉM FICTÍCIAS de atos de canibalismo. Se for sensível e contra, recomendo a discrição da leitura.

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Eu nunca senti inveja dos humanos. Em absolutamente nenhum momento da minha não vida. Seria uma grandiosa hipocrisia dizer isso, ainda mais a essa altura do campeonato.

Mas, não posso mentir. Já pensei sobre isso. Muito.

Eu fui criado para ser normal. Para aparentar como um humano, da cabeça aos pés. Mas eu, definitivamente, nem aqui e muito menos na China, sou como um.

Nem mesmo na droga da minha personalidade. Por mais que todo santo dia durante minha existência, eu tenha que ter agido como um adolescente, ao que aparento esses dezessete anos desde que me entendo como ser, nada em mim expressa isso.

Eu montei essa personalidade estrategicamente para me adaptar da melhor forma possível. Então, meus "gostos" são claros também.

Iphone por status, cabelo louro e liso pela popularidade no colégio, mesmo que seja genérico, porque nunca irei me acostumar com o quão violentas são as escovas de cabelo, peitoral largo por atratividade de ambos os sexos nessa geração confusa, habilidades extracurriculares focadas nas atividades físicas por estética atrativa e de saúde corporal barra mental e... gentileza.

Gentileza, acima de tudo, me torna ainda mais atraente para os humanos.

E o que eu sou? Bom, é um pouco complicado.

Anos atrás, especificamente, cento e dezoito anos, os confrontos nacionais em nosso país, principalmente por incompatibilidades políticas, se tornaram particularmente violentos. Estavam afetando a população. Afetando a economia do país.

Então, eu tive o azar de simplesmente nascer.

Eu não tenho memórias dos meus pais. Se é que eu tive mesmo pais amorosos e gentis como tanto me fora implantado mentalmente no laboratório. Mas eu tenho certeza de que isso era apenas conforto e preparo mental. Afinal, mesmo sendo um monstro, eu ainda fui criado para ser um "humano" comum.

Novamente, para me adaptar da melhor forma o possível ao mundo e aos parâmetros humanos.

Eu também não faço ideia do que fora implantado em mim desde meu nascimento naquele laboratório. Na verdade, muita coisa é omitida de minha "pessoa". Apenas por segurança mental, dizem meus criadores, vulgo... papai e papai.

O "casal gay" que cuida de mim. É claro que meus reais e principais criadores já morreram faz tempo. Santa vida humana frágil. Como eu poderia invejar um aspecto de vida tão patético considerando que vocês morrem com um simples impacto de um carro a duzentos quilômetros por hora?

Vocês não são nada resistentes e isso me enoja.

Enfim, eu sou excelente de memória, isso está no meu melhor registro mental animalesco.

Foram fases até me tornar o que realmente sou. A droga de um monstro.

O Agente X Zero, Zero Um, começou a se desenvolver anos antes do meu nascimento. O propósito era prosperar a vida humana em prol do país. Os humanos não seriam imortais, como eu sou, mas seriam quase indestrutíveis.

𝑰𝑴𝑨𝑮𝑰𝑵𝑬𝑺 𝑳𝒆𝒐𝒏 𝑺. 𝑲𝒆𝒏𝒏𝒆𝒅𝒚 | +18Onde histórias criam vida. Descubra agora