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*As falas estão propositalmente erradas e com gírias para maior diversão do leitor*
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Eu não sei porque diabos, mas estou com tanto calor. Não, não é só calor. É um ardor mais do que doloroso. Está queimando. Está... me derretendo?
Eu vou abrindo os olhos lentamente, porque dói demais. O mínimo ato de comando de minha cabeça para meu corpo, me deixa num estado doloroso de êxtase extremo físico. Eu nunca senti isso em toda a minha vida. Eu nunca fui uma pessoa que sequer teve permissão para passar pela mínima dor possível.
Desde o ventre de minha mãe, eu fui abençoada com o sangue de ouro. Eu nasci para ser rainha e uma rainha que foi bajulada a vida inteira. Então, só pode ser um sonho. Um pesadelo absurdamente doloroso e real. Nem consigo assimilar de tanto que é insuportável.
Acho que por justamente nunca ter passado por qualquer dor que seja neste mundo, é que faz com que esse momento seja tão insuportável assim. Juro, eu preferia mesmo morrer do que estar sentindo o que está me queimando agora.
Um fecho de luz laranja e inquieta surge a frente dos meus olhos. É... fogo? Deus, então eu estou mesmo sendo queimada viva? Isso não é justo. Não comigo. O que foi que eu fiz? Eu trouxe riqueza para o meu povo, proteção, amor, comida. Porque é que isso está acontecendo, então?
Engulo em seco e meus olhos continuam piscando com uma lentidão absurda, dolorosa. Mas, ao menos, consigo ter uma vista mais plena agora. Não é tão nítida quanto eu gostaria, mas posso ter uma mínima noção.
É fogo mesmo. Fogo em abundância. Meus lábios tremem e o suor frio que escorre de todo meu corpo parece ser um combustível ainda maior para toda a dor que me assola desgraçadamente agora. Demoro um pouco, mas consigo identificar que, acima de tudo, também estou com os pulsos presos em algo duro alocado contra minhas costas.
Minha respiração se torna ainda mais irregular quando, depois de alguns segundos com a visão turva, as coisas se ajeitam e eu entendo com clareza a situação do caralho aqui presente.
Em meio a minha audição abafada, onde há apenas um zumbido dolorosamente insistente, eu começo a mexer a cabeça desesperadamente para ambos os lados. Consigo ver que estou amarrada a um tronco de árvore grandioso e grosso, com cordas que prendem meus pulsos atrás dele e esticam meus braços ao ponto de que acho que chega a ser possível ter meus ossos quebrados agora.
O tronco onde estou amarrada está suspenso sob um montante de feno, o tronco provavelmente está cravado no concreto da praça do meu reinado – por isso a posição alta na qual me encontro agora. Provavelmente também, para que o fogo presente não se espalhe pelos arredores do reinado.
O fogo já tomou todo o feno abaixo de mim, está chegando aos meus pés e está bem alto – por isso já estou prevendo minha morte fervorosamente. Eu já imaginava que quando fosse morrer, iria direto para o inferno – considerando as perversões que se passam na minha cabeça, mas... Deus, dói mais do que eu imaginava. Que ódio.