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Violins playin' and the angels cryin'
When the stars align, then I'll be there
'Cause all I want is to be loved
You're stuck on me like a tattoo

• Tatto - Loreen •
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Frase do Capítulo:
-No rosto onde morava o meu sorriso, agora resta o peso das minhas lágrimas!

António Torres, 2012

💄💋⚽️

Natasha Costa
09:09h - no quarto

Uma semana havia se passado, e nada. Nem um simples telefonema de António, apenas de sua mãe. Contudo, não o julgava. Ele tinha todas as razões para estar chateado comigo, e eu compreendia se ele nunca mais quisesse me ver depois do que fiz. Ainda assim, a vida seguia. Estava a me arrumar para passar um tempo com o meu irmão no parque da cidade. Ele estava muito ansioso por isso, vinha me pedindo desde que cheguei.

Em frente à penteadeira, toda vez que olhava para o espelho, julgava-me. Era um ato simples, mas o suficiente para me fazer refletir. Por fim, respirava fundo e lembrava-me de que precisava seguir em frente. Enquanto penteava o cabelo, ouvi uma batida na porta.

— Pode entrar! — disse, deixando a escova de cabelo cair no chão. —Mil perdões, pai.

Meu pai, sempre o meu companheiro, entrou no quarto. Ele era aquele tipo de pessoa que estava sempre disposto a ouvir e a compreender. Ele pegou a escova que havia caído e, sem dizer nada, começou a desembaraçar meus cabelos enquanto conversávamos. Momentos assim eram preciosos para mim. Conversar com ele era algo que eu poderia fazer por horas sem me cansar.

— Então, filha, já decidiste o que irás fazer?— perguntou com calma.

— Ainda não, pai. Nem sei como será daqui em diante, mas espero encontrar a felicidade no amor novamente. — parei por um momento e coloquei minha mão sobre a dele. —Eu preciso voltar a ser feliz.

Ele sorriu, continuando a pentear meus cabelos.

— António nunca amou uma mulher como vi ele te amar nesses meses. Para ele, tu és especial.

— Nem sei como ele está agora. Aurora tem me ligado às vezes e diz que ele quase não sai do quarto. Os filhos dele dizem que sentem muitas saudades de mim.

— E por que não voltas para o Algarve? — sussurrou, sentando-se próximo de mim.

— Sabes que não posso. Eu gosto dele como nunca gostei de alguém!

— Natasha, há mais do que amizade nos teus olhos quando falas dele. E eu me orgulho disso!

Respirei fundo. Tinha muito a pensar, mas naquele momento meu irmão me esperava. Dei um beijo na testa do meu pai e desci as escadas.

Encontrei Vítor na sala, animado com sua camisola favorita do Barcelona. Toda vez que o via com ela, lembrava ainda mais de António. Saindo de casa, notei Enrique do outro lado da rua. Não sabia o que fazia ali, mas era evidente que a família Torres o tinha mandado me vigiar. Decidi que falaria com ele mais tarde, pois agora era o momento de estar com meu irmão.

O parque era um pouco longe, então chamei um táxi. Enrique seguiu-nos de carro, sempre atento. Fazia anos que eu não vinha a Barcelona, e muita coisa havia mudado. Seria bom explorar a cidade nos próximos dias, quem sabe arrumar um novo trabalho.

Chegando ao parque, Vítor quis ver o lago. Fiz sua vontade. Ele era perfeito, e eu tinha muita sorte em tê-lo na minha vida. Enrique continuava por perto, o que começava a me incomodar. Propus ao meu irmão que brincasse no parquinho próximo. Ele concordou de imediato e correu para lá, enquanto eu chamava Enrique.

Meddle AboutOnde histórias criam vida. Descubra agora