[...]Natasha Torres
22:59h - em casaTodos já se tinham retirado para os seus quartos. Todos deviam estar agora a desancar, eu também o devia estar a fazer.....mas impossibilitada pela falta de carinho e pela lembrança de meu pai não conseguia dormir.
Eu revirava-me na cama a todos os momentos, António já dormia. Todos estavam cansados devo confessar.....eu também o estava, porém saber que não mais veria meu pai isto matava-me por dentro.
Me levantei e sai do quarto, eu precisava ficar sozinha. Eu precisava ir ao antigo quarto de meu pai para processar tudo mesmo que isso me fizesse sentir completamente mal era a única forma de eu me inteirar que ele não voltaria nunca mais.
Abri a porta levemente, a janela estava aberta para o quarto arejar. A sua cama estava feita, o seu travesseiro estava intacto. Um cheiro de velas era presente e uma carta estava no cimo da mesinha de cabeceira. Meu irmão talvez já a tivesse visto, esta seria a minha primeira vez lendo-a.
Ah droga! Como isto pode doer tanto. Eu me sinto uma inútil....se eu tivesse estado com ele, se eu tivesse telefonado com ele todos os dias, se eu tivesse voltado antes do tempo marcado isto jamais aconteceria.
Comecei a ler e lágrimas vieram aos meus olhos. Eu não conseguia acreditar que eles já se estava a despedir mesmo antes do casamento, eu em senti ainda pior. Eu nunca pensei que meu pai já soubesse a hora da sua morte, mas pensando bem ele já estava doente dois meses antes do casamento acontecer.
— Natasha estás aqui? — António bateu na porta. —Amorzinho....fiquei bastante preocupado não te encontrei lá no quarto. Está tudo bem?
— Está......está sim.
— O que foi? Uma carta?!
— Meu pai, ele aparentemente a deixou antes de morrer e escreveu-a antes do casamento. Ele já sabia Torres.
Me abracei a ele e meu corpo desabou totalmente em tristeza e mágoa, meus olhos inchados voltaram a chorar e minha respiração começou a ficar ofegante novamente.
— Oh amorzinho! — ele acariciava minha cara. —Eu venho já, não saias daqui prometes?
— Hum hum.
Eu não sabia o seu intuito, mas com toda a certeza ele tentaria encontrar alguém para o ajudar. Ele estava simplesmente acabado de me ver neste estado e quanto mais eu chorava perto dele, mais motivos ele tinha para que seu corpo e sua alma se sentissem acabados.
Logo apareceu no quarto novamente e Aurora e Glória vieram ter comigo. Thor esteve comigo este tempo todo encostado com seu focinho em minha perna. Ele queria proteger-me de mim mesma.
— Ah minha querida! Tudo vai passar.
— Esta carta Aurora, ele.....
— É cunhada, ele a escreveu três dias antes do casamento na noite anterior a ele morrer ele me falou sobre ela, mas eu nunca pensei que ele....
— Eu devia ter estado com ele. Eu fui uma idiota eu o abandonei, eu abandonei o meu irmão.
António se colocou em cima da cama e me abraçou pro trás, encostou seu queixo no meu ombro e suspirou após sentir meus músculos relaxarem. Ele fazia-me sentir bem. Eu não queria chorar, eu queria sorrir e estar cá com o meu pai.
Todas as MINHAS lágrimas tinham sido gastas neste dia, mas a reserva sempre esteve cá. Eu é que não deitei conta.
— Não tens culpa! Ninguém tem culpa que o tempo seja injusto, as coisas acontecessem quando menos esperamos.
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Meddle About
Roman d'amour• Livro 1 da Saga "Os meus Ceos" • +16|| A história de Natasha Costa e António Torres traz à tona um romance emocionante e repleto de desafios. Natasha, uma mulher trabalhadora e resiliente, é conhecida por sua disposição em ajudar os outros e por...