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Natasha Torres
21:32h - na esquadra // Barcelona

Dei as minhas mãos a ela e de alguma forma a tentava tranquilizar, ela merecia. Ela tremia, ela estava gelada e seu olhar estava vazio. Algo tinha ocorrido de grave com ela......eu não queria pensar que ela tivesse tido um aborto espontâneo.

— O que se passa princesa?

— Eu.....como é que eu vou dizer isto.....ah Deus....isto está sendo terrível. Eu, eu tenho algo a dizer-te eu não sei como direi ao Pedri.

— O que se passa de verdade princesa?

— Eu não estava grávida mamãe, era falso positivo. A médica me deu este papel, eu não entendo, porquê eu, porque eu fui a escolhida para viver isto? Eu e Pedri já estávamos a fazer imensos sonhos!!!

Limpei suas lágrimas! Era simplesmente algo terrível o que ela estava a passar e isso matava-me por dentro.....eu queria desaparecer, eu daqui não podia fazer nada e eu queria ajudá-la neste período. Ela merecia demais.

— Quando eu sair falamos com ele tudo bem? Se não quiseres que eu fale.....eu estarei perto de ti tudo bem?

— Obrigada, mas, mas o que eu vou fazer! A equipa volta já amanhã, ele vai voltar animado.

— Tranquiliza-te, tem calma tudo bem. Vai tudo passar rápido confia em mim.

Juntamos as nossas cabeças e senti seu corpo relaxar novamente, eu percebi que o sofrimento dela era o de várias mulheres e sim, ela não merecia estar a passar o que ela está a passar. Ela nunca mereceu este sofrimento todo, ela era uma mulher forte.

— Como! E se eu não conseguir mais?! Mamãe, eu quero dar irmãos ao Matheus.

— Não faças isso contigo mesma. Não te sintas culpa onde a culpa não é tua. Não aconteceu agora irá acontecer mais tarde.......confia em mim princesa. Tudo bem?

— Tá! Tá bom. Irei indo, Vitor já está de volta. Eu te amo mamãe. — deu um beijo em minhas mãos.

— Eu também te amo princesa. Eu também te amo.

Ver meus filhos assim matava-me simplesmente o colapso para mim, eu nunca desejei que eles vivessem este tipo de situações, mas sempre havia algo que nunca estava terminado. Ela de alguma forma sentia-me culpada, ela estava triste por não dar um novo filho ao Pedri, um irmãos a Matheus. Isto matava o meu coração aos poucos.

— Hermanita! — Vitor trouxe uma saca termina para dentro. —Rebecca veio cá e trouxe a tua comida favorita. Rute fez para ti.

— Ela não devia, não vou te privilégios onde os outros não tem.

— Aproveita boneca....a comida daqui é fraca confia em nós.

— Eu vou dar-te a boneca em outro lugar seu tarada!!! — o olhar de meu irmão mudou. —Cala a boca antes que te arrebente todo.

— Vamos comer juntinhos. Vou sentar-me aqui encostado na parede. Faz um esforço, Becca disse que Emma até ajudou e tudo.

— Vocês querem mesmo ser presos não querem?! Agindo assim é o acabará por acontecer.

— Tu amas hermanita.

Comer não estava nos meus planos, o que eu queria mesmo era sair daqui o mais depressa possível. Eu não devia demonstrar medo, mas eu estava, eu estava ATERRORIZADA com tudo o que estava acontecendo e simplesmente cada vez mais o tempo passava e sem notícias nenhumas.

Não sei se já haviam feito progressos, não sei se iram inocentar-me ou até me declarar culpada e amanhã já fosse presente ao juiz. Eu não queria isso, tudo o que eu mais desejava neste momento era sair daqui o mais depressa possível.

Meddle AboutOnde histórias criam vida. Descubra agora