[...]António Torres
durante a noite // até ao início da manhãQuatro, três, dois, um. Estava tentando controlar Natasha antes de aparecer no quarto novamente, ela estava bastante mal para ser sincero....eu detestava vê-la desta forma, era como se um pedaço de mim estivesse morrendo junto dela. Seu pai estava tentando se aguentar firme e eu tentando encontrar uma forma de ele ter o melhor conforto do mundo.
Seriam noites difíceis daqui em diante, as noites no hospital eram sempre terríveis. Eu sempre ficava com as minhas costas doloridas de dormir na poltrona e eu faria de tudo para que a morena se sentisse confortável. Ela estava um caco, não havia mais nenhum vestígio de que algum dia houve felicidade. Não neste momento e isso era um muro enorme.
— Ele vai morrer... — Natasha murmurou com a voz fraca. —Eu não quero, não quero viver sem ele. Meu pai.
— Ele não vai, ei! Confia em mim por favor ele vai ficar bem sério.
— Eu devo ser uma inútil mesmo para tudo dar errado na minha vida.
— Nada dá errado. — limpei suas lágrimas. —As coisas acontecem, temos é que estar ao lado de pessoas que consigam nos ajudar. Eu estou aqui não estou? Eu vou cuidar de vocês, isso é uma promessa.
A puxei para um abraço e acariciei sua cabeça, seu corpo estava fraco, seu coração estava partido e eu tentando não me afetar com nada disto, mas claro que isso me afetava demasiado, eu estava sendo destruído por dentro...talvez ela até estivesse certa, Arthur estava mal, bastante mal.
— Senhores! — Lopez bateu na porta. —O médico acabou de chegar. Ele quer falar com vocês.
— Obrigado.
Natasha saiu apressadamente da casa de banho e não demorou muito para a segurar pela cintura...neste tipo de momentos esperávamos pelo pior. As primeiras 24horas eram sempre vitais para qualquer paciente neste estado.
Por um lado foi tranquilo, o médico nos tranquilizou, talvez até vendo o estado em que a morena se encontrava não a quis preocupar mais. Se despediu de nós e logo vejo Natasha se sentando na poltrona perto de seu pai. Ele estava cansado, sua maior vontade neste momento era dormir.
Iríamos dar-lhe esse descanso.
Eu assegurar-lhe-ia isso.— Eu venho já!
— Onde vais? Não me deixes... — agarrou minha mão. —Torres!!
— Tudo bem ok, só vou ali buscar algo para comer sim.
Não queria ter que lhe dizer que eu iria encontrar o médico para ele sim me falar o verdadeiro estado de Arthur. Meu coração estava esperando uma resposta, e meu corpo pedia para que ele não nos abandonasse tão cedo, ele era uma pessoa gentil, com um sorriso contagiante e uma visão mágica.
Ele iria voltar mais forte, eu tinha esse pensamento.
Após sair do quarto avistei o médico na recepção...minha mente estava tentando formular algo para ser dito, mas parece que o destino de todos nós seria traçado quando as palavras do médico fossem liberadas.
— Doutor! — disse com minha voz trémula.
— Sim? — virou me encarando. —Senhor Torres! Desculpe não reconheci sua voz, o que deseja? Está tudo bem?
— Vi que não quis dizer alguma coisa a mais por ela estar lá. O que ele tem de facto doutor?
Ele suspirou fundo e me puxou para o mais afastado de todas as pessoas que circulavam no corredor.....e foi aqui que eu percebi que não podia ser nada bom o que sairia da sua boca.

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Meddle About
Roman d'amour• Livro 1 da Saga "Os meus Ceos" • +16|| A história de Natasha Costa e António Torres traz à tona um romance emocionante e repleto de desafios. Natasha, uma mulher trabalhadora e resiliente, é conhecida por sua disposição em ajudar os outros e por...