O Sangue

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Aviso de Gatilho (transtornos Alimetares)

Draco Narrando.

Foi completamente aterrorizante ouvir o grito de Luisa, ao ver o irmão apunhalado, pareceu um uivo.
Então me deparei com uma tempestade se formando, eu sabia que a família Tupari escondia coisas a respeito de Luisa, e nunca conversamos sobre essas habilidades que aparentemente eles tem, mas ouvi meu pai falar com fascínio de como uma família infernal é poderosa.

As nuvens estavam escuras o vento carregou areia para todo lado, eu mal podia enxergar ouvi Lyndsay gritar chamando por ajuda, mas fui incapaz de encontra-la.

-Acha mesmo que uma criatura das Trevas como você é capaz de fazer algo contra mim.
O homem falava enfrentando Luisa.

Mas ela só tinha olhos para Nicolas e quanto mais ela chorava abraçada ao irmão mais forte a tempestade ficava.

Eu ouvi um raio e fomos lançados para longe.

-Puta merda! Tem areia no meu olho.
Lyndsay reclamava.

-Precisamos ajudá-los, mas está impossível chegar perto.
Eu falei puxando Zabini pelo braço.

Um clarão se fez, a tempestade acabou, o sol voltou a brilhar.
Finalmente conseguimos chegar até eles.
Luisa estava coberta de sangue, com os olhos atentos como de uma leoa que protege o filhote.

-Lu vocês estão bem? Zabini perguntou pegando o namorado que parecia estar bem.

Ela balançou a cabeça afirmando que estava bem.

-Luisa, esse sangue todo é do Nicolas?
Perguntei, ela negou com a cabeça.
-É seu está machucada?
Novamente ela negou com a cabeça.
Logo entendi de quem era o sangue.

Amora, parecia se compadecer com a prima a cobriu com uma toalha e tentou tirar o máximo de sangue que fosse possível no momento.

Devido a magia da Cura, Nicolas ficou apenas com um arranhão nas costas, e com outro estalo de biribinha voltamos até o apartamento onde estávamos hospedados.

Ainda calada, Luisa beijou a testa do irmão e foi se lavar.
Pela primeira vez vi a Lyndsay muda ela ainda estava processado o que aconteceu.

-Gente vocês precisam voltar ao normal.
Nicolas falou nos tirando do transe.

-Sério que você está okay com tudo que aconteceu?
Eu perguntei.

-Já foi, agora estamos todos bem, a salvo.
Ele logo me cortou.

-O que aconteceu com o homem que te atacou?
Zabini estava tão chocado quanto eu.

-Nesse momento deve estar chegando no inferno, para sofrer o que merece por lá.
Amora respondeu e entendemos que o assunto deveria ser evitado.

Então todos fomos nos lavar para o jantar. Todos fingindo que nada tinha acontecido, Luisa tentava disfarçar e sorrir de vez em quando, falou de música o único assunto que ela realmente gostava, percebi um padrão diferente em sua alimentação, geralmente ela comia lentamente, fazendo pausas entre as garfadas.
Dessa vez ela lotava a boca de comida e comia com muita velocidade.

-Pare de olhar para ela assim.
Nicolas sussurrou para mim.

-Desculpe.
Respondi.

Ao final do jantar Nicolas se ofereceu para fazer um café, e me arrastou para cozinha.
Nesse tempo todo de convivência me lembro de poucas vezes que conversamos.

-Não a encare desse jeito, ela precisa de apoio e não julgamento.
Ele falou para mim.

-Não sei do que você está falando.
Respondi.

-Eu vi o modo como você olhou para ela enquanto ela comia. Luisa é mais sensível a esse tipo de coisas, e toda vez que algo ruim acontece ela desconta na comida.
Nicolas sentou-se e abaixou a cabeça.

-Como assim.
Eu realmente não estava entendendo.

-Minha irmã se coloca muita pressão, e uma das consequências disso foi desenvolver compulsão Alimentar.

-Entendi, como posso ajudar?

-Meu caro, receio que ninguém possa além da terapeuta dela. Depois de hoje eu imaginei que ela teria uma crise.

-Todos nós ficamos assustados.

-Sabe, eu sou bem mais reativo pronto para briga, mas quando algo acontece a mim ela fica transtornada, eu nunca vi ela fazer algo assim.
Ele voltou a fazer o café.

-É o lance de vocês, um protege o outro, pois no ataque que ela sofreu no começo das aulas, você ficou com o mesmo olhar que ela hoje.
Respondi ajeitando a bandeja.

-Algo do tipo, acho que vale a pena fazer ela falar com você sobre isso, tudo que ela guarda a sufoca.
Ele disse e eu apenas concordei.

Servimos o café e aos poucos todos foram se retirando, eu resolvi esperar ela ter o tempo que fosse necessário para querer falar comigo sobre.

Me deitei e tirei um breve cochilo, até ser atormentado por Nicolas em uma das suas crises de sonambulismo, ele ficou vinte minutos cantando.
Resolvi tomar uma água e depois tentar dormir novamente.

Desci as escadas e quase morri de susto ao encontrar Luisa no escuro comendo as sobras do jantar.

-Ei! Você está bem?
Perguntei me aproximando.

Ela seguiu muda só balançou a cabeça, resolvi então mudar a tática, peguei uma colher e me juntei a ela no ataque noturno ao pudim.

-Sabe que pode conversar comigo sobre qualquer coisa que esteja sentindo.
Eu falei, e finalmente ela me olhou nos olhos.

-Eu sei.
Os olhos de Luisa se encheram de lágrimas. -Mas você vai me odiar.

-Nada seria capaz de me fazer te odiar.
Segurei seu rosto.

-Não diga isso da boca para fora Malfoy.
Ela voltou ao pudim.

-Então tire a prova.

-Sabe, uma das histórias mitológica, diz que Lilith era a comedora de homens.
Ela falava colocando quantidades enormes de doce na boca.

-Sim, mas nem tudo isso é verdade.

-É sim, o caçador que atacou Nicolas foi dilacerado e comido.
Ela falou.

-Por Lilith?

-Não, por mim.
Luisa me olhou esperando uma reação ruim.

-Eu faria o mesmo para defender alguém que amo.
Respondi.

-Você não me acha um monstro?

-Luisa toda alma tem algo de sombrio, Uma pessoa com o seu sorriso está longe de ser um monstro.

Ela sorriu, me olhou guardou o pudim e correu para o banheiro.
Fiquei na porta a esperando, ela aparentemente estava passando mal, devido a toda aquela quantidade de comida.
Me lembrei de um elfo Doméstico, acho que dobby era seu nome, ele costumava me dar água gatinhas de limão e hortelã toda vez que eu me sentia mal.
Fiz o mesmo para ela.
Entrei pelo banheiro.

-Eu não quero que você me veja assim.
Ela falou.

-Você é a soma das partes, e eu sou apaixonado pela soma de tudo, as coisas boas e ruins. Tome isso vai ajudar.
Estendi o copo.

-Toda vez que algo me descontrola, eu fico assim, já fazi algum tempo que eu não tinha crises.
Ela bebeu um pouco da água e se levantou.

Passamos o resto da noite sentados na sala, ela com a cabeça no meu peito, enquanto eu brincava com seus cabelos.

-Todas as partes?
Ela me perguntou.

-Todas as partes !
Respondi.

-Eu também, todas as partes.
Ela olhou para mim e sorriu.

Acho que isso foi um tipo de declaração amorosa feita ao nosso estilo.

Save me  - Do Brasil  para  HogwartsOnde histórias criam vida. Descubra agora