JAIME
Não sei que horas eu e o Marcelo fomos dormir, mas já era madrugada. Passamos a noite matando a saudade de todas as formas e posições possíveis. Eu mal acreditava que o tinha dormindo em meus braços depois de dez anos, que sentia seu cheiro nas minhas narinas depois desse tempo todo...
Ele me mexe embaixo de mim e beijo seu pescoço.
— Bom dia, amor...
— Então...a noite passada não foi um sonho? Você realmente apareceu aqui com seu filho e a gente voltou?
— Não foi um sonho, amor. A gente voltou. E fizemos amor várias vezes na cama do seu...– ele coloca o indicador nos meus lábios.
— Nossa cama. Essa cama é nossa. E...você acha que a noite passada foi suficiente pra gente matar a saudade?
— Não...– digo beijando sua bochecha.– Inclusive, me arrisco a dizer que eu precisaria de, pelo menos, uma semana trancado aqui com você pra matar totalmente a minha saudade.
— Eu não me oporia...— diz e me beija de novo, me empurrando no colchão. Mas não passamos disso, já que ouvimos batidas na porta.
— Papai, você não vem me arrumar pra escola? O Oscar disse que também precisa ir pra casa. Sabe onde o pai dele tá?– Luka grita do outro lado da porta e corremos pra nos vestir – Papai?
— Oi, filho! Já vou abrir, peraí!– Marcelo diz e corre pra abrir a porta assim que já estava minimamente vestido.– O...pai vai Oscar tá aqui.
— Ah, vocês dois também dormiram no mesmo quarto?– Oscar pergunta correndo até mim
— Mas...eu só tô vendo a sua cama, papai. Cadê a do tio Jaime?– Luka pergunta intrigado.
— A...cama é bem grande. Não precisou de outra!– digo
— E vocês ficaram brincando até tarde, mocinhos?– pergunta, mudando de assunto e os dois se entre olham. Sabíamos que, assim que Marcelo e eu saímos, eles dois tinham voltado a brincar de carrinho ou seja lá qual outra brincadeira eles tenham inventado juntos.– Essas olheiras não deixam vocês mentirem...
— E vocês? Também estavam brincando?– Oscar pergunta rindo e olho pro Marcelo.– Parecem estar felizes...
— Ah, é...a gente tava brincando sim. A noite toda...– Marcelo diz baixo e bato no seu ombro. E o fato dele dizer baixo não quer dizer que os dois não tenham ouvido.
— E do que brincaram? A gente pode brincar também?— Luka pergunta.
— Não, não podem! Só quando já tiverem 30 anos!– digo e Marcelo começa a rir.– Daqui uns anos vocês entendem...
As crianças se entreolham confusas, mas não fazem mais perguntas.
— Bom, filho. Melhor a gente ir. Você tem escola mais tarde e eu, tenho que trabalhar.— Olho pra Oscar, que assente.— Se despede do Luka pra gente ir e vai arrumar suas coisas...
— Tá bom, papai!– diz e sai correndo com o Luka atrás dele.
— Meu Deus, eles são impossíveis.– Marcelo diz.
— Iguais a nós dois, admita...
— Não posso dizer que não é verdade. Mas, ei, quando a gente vai se ver de novo?— pergunta.
— Eu nem fui embora e você já quer me ver de novo?
— Você sabe que eu quero. Até porque, eu não quero me separar de você outra vez...
— A gente não vai. Eu prometo.– digo sorrindo pra ele.
— E...a propósito, minha cerimônia de posse na presidência da empresa é esse final de semana.– diz.– Eu adoraria que você aparecesse. Assim como o Luka também adoraria que o Oscar aparecesse...
— Aham. Eles vão amar...– digo e sorrio, lhe dando um beijo.– Tchau!
Pego meu filho e vamos até o carro, dando tchau para Marcelo e Luka e voltando pra nossa casa.
Minha mãe já tinha ido trabalhar e eu não demoro muito a tomar banho e me arrumar pra trabalhar, levando Oscar junto pra escola.
Passo o resto do dia no trabalho e, no fim, passo na escola pra buscar meu filho, indo com ele pra casa.
— Quando a gente vê o Luka e o tio Marcelo de novo?
— Em breve, filho. Em breve.– digo sorrindo pra ele e saímos do carro, entrando em casa e encontrando minha mãe lá dentro.
— Olha só! Foi divertida a noite de ontem?— pergunta assim que passamos pela porta.
— Foi vovó! Eu e o Luka ficamos brincando até tarde. E o papai e o tio Marcelo também! Mas eles não quiseram dizer do que...
Minha mãe solta uma risada.
— Foi, é? Então vai lá em cima tomar banho que eu vou ter uma conversa com seu pai sobre essa brincadeira deles...
E Oscar sobe sem mais questionamentos e olho pra minha mãe rindo.
— Então...voces dois...
— A gente voltou, mamãe.– digo sorrindo e ela me abraça.
— Ah, meu amor! Que bom. E...eu imagino que os seus filhos ainda não saibam disso?
— Não, mamãe. E...eu tenho medo de como o Oscar reagiria. Ele acabou de perder a mãe tem tão pouco tempo. E se ele não quiser que eu fique com o Marcelo?
— Você conhece o meu neto, Jaime? Ele seria incapaz de odiar qualquer coisa que te fizesse feliz.– ela diz e isso eu sabia bem. Oscar havia puxado de mim esse...senso de altruísmo que nos fazia incapazes de sermos egoístas.— Além disso, ele iria amar ser "irmão" do Luka.
— É, mãe. Ele iria mesmo. Eles dois não se desgrudam mais. Já dá pra perceber que são melhores amigos.
— Então pronto, meu filho. Você não tem que se preocupar com nada. O Oscar vai amar e vai entender.
— E a senhora?
— Hora, meu amor. Eu sempre quis que você fosse feliz. E a sua felicidade sempre foi ao lado do Marcelo. Eu também estou feliz por vocês!– e me abraça de novo.
— Ebaaa! Abraço!— Oscar diz correndo até nós e se jogando no abraço comigo e minha mãe.
Eu amo a minha família, amo estar junto com eles. E tenho certeza que o Marcelo e o Luka logo logo vão fazer parte dela também.
Prevejo várias cenas do nosso casal sendo bem namoradinhos nos próximos capítulos.
E, dei um leve spoiler de como o Luka e o Okane vão se apaixonar e, como, pra variar, o Okane vai surtar sobre essa paixão.
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Your Song| Jaime e Marcelo
RomanceComo teria sido a história de Lo Siento se o Gus não existisse?