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JAIME

Dias depois...

Como era de se esperar, no dia seguinte, a foto do meu beijo com o Marcelo já estava estampada em todos os jornais.

"Herdeiro da Colucci Enterprises se assume bissexual em sua festa de posse na presidência e beija o namorado na frente de todos."

"Quem é Jaime Negrete, o homem que capturou o coração de Marcelo Colucci?"

"Como era a relação de Alessio Colucci com seu herdeiro?"

Confesso que, quando Marcelo me contou sobre seu plano, fiquei apreensivo. Não sou burro. Sabia que assumir nosso relacionamento acarretaria diversas consequências tanto pra mim, quanto pra ele.

Mas também já não sou um garoto de 23 anos, que precisa de um emprego pra sustentar a mãe que acabou de ter um infarto, ou o menino acuado com medo de perder o amor da sua vida quando ele percebesse que não queria a vida que eu podia oferecer. O Marcelo também não é o mesmo. Agora ele já é o presidente da empresa da sua família, tem um filho e já não se importa em agradar ninguém a não ser a si mesmo.

Não temos mais porque ter medo. Temos um ao outro agora. E aos nossos filhos.

— Já é a vigésima ligação que eu recebo, só hoje, perguntando se você não quer dar uma entrevista!– Marcelo entra na cozinha bufando depois de fechar o celular. Estávamos recebendo ligações de todos os jornais e revistas, querendo uma exclusiva nossa depois que nos assumimos na festa. – Todo mundo quer saber quem é o meu namorado.

— Então eu sou...meio que famoso agora?— pergunto só pra ver a cara dele.– Acho que posso me acostumar com isso.

— Engraçadinho você...

— O que? Está com ciúmes de mim, Marc?

— Eu tenho ciúmes de tudo que é meu, meu amor. Você sabe disso. Não quero páginas de fofoca em cima de você, como abutres. Daqui a pouco estão te convidando pra posar nu pra capa da Playboy...

— E você não quer?

— Mas é claro que não! Só se for pra comprar todas as edições da revista pra mim!– diz.

— Revista? Que revista?– Luka pergunta animado enquanto entra na cozinha.– É de História em quadrinhos?

— Não, filho. Essas são outras...

— Que eu ainda não tenho idade pra entender...já vou fazer oito anos, papai!– diz pra Marcelo.

— E ainda é uma criança.– quem responde é o Oscar, que entra na cozinha também.

— E você é o que? Tem a mesma idade que eu!

— Não tenho nada. Eu sou um ano e dois meses mais velho que você.

— Grande coisa...– Luka responde, fazendo uma careta emburrada que o deixa igual ao pai. Tanto eu quanto meu filho começamos a rir.

— Do que estão rindo?– os dois perguntam juntos.

— É que...você fica...fofo com esse biquinho.– Oscar diz sorrindo.

— E fica igual ao seu pai quando faz isso...– completo sorrindo.

— Eu não sei do que estão falando...– Marcelo diz.

— Nem eu...– Luka concorda com o pai e, de novo, eles fazem a mesma carinha emburrada.

Olho pro meu filho, e nós dois concordamos, apenas com o olhar, sobre o quanto eles dois são iguais.

— Então...quem está a fim de ir no parque?– pergunto e as crianças nos olham animadas, levantando as mãos. – Beleza, vamos tomar café e aí a gente vai!

E dito isso, tomamos café juntos, os quatro e depois seguimos para o parque da cidade, deixando os meninos irem brincar enquanto ficamos sentados olhando eles.

— Ei, e sobre as entrevistas...eu...não vejo problema se você quiser aceitar, viu?

— Você quer mesmo ter sua vida exposta?

— Marc...isso era uma das consequências quando decidimos assumir nossa relação. Sabíamos que teríamos uma parte da nossa vida exposta. E eu não vejo problema nisso. Você é uma figura pública agora e tá tudo bem.

— Você tem razão. Mas a exposição é minha e sua. Dos nossos filhos não. Eles são crianças e tem que curtir a infância em paz, longe dos holofotes.

— Sim, verdade. Vamos deixar eles dois crescerem e aí, quando tiverem maturidade o suficiente, eles decidem se querem ou não ser figuras públicas.– digo e ele assente. Voltamos a observar nossos filhos.— Sabe o que seria engraçado?– pergunto e Marcelo me olha, pra que continue.– Se eles dois crescerem e se apaixonarem.

— Tipo...repetir a nossa história?– pergunta.

— Sim, só que sem a parte deles se odiarem. Eles se amam demais pra isso acontecer. O Luka não desgruda do Oscar.

— Nem o Oscar do Luka. E isso que você falou faz muito sentido. Vamos ver como isso vai se desenvolver...— Marcelo diz sorrindo, e me abraça..

— A gente vai dar uma forcinha né, caso aconteça?– pergunto.

— Mas é óbvio! Eles podem até não se odiar, mas perceberem que se gostam? Se a gente não ajudar, eles nunca vão fazer isso. Eu quero...apoiar meu filho, no que ele quiser. É claro que vou ficar feliz se ele quiser ficar com o seu filho, mas...também vou ficar feliz se ele for hétero, bi, Pan...entende o que eu quero dizer, né?

— Entendo...– digo, beijando sua testa.– E vou estar aqui pra te ajudar.

Continuamos observando eles dois brincarem e correndo um atrás do outro como as duas crianças travessas que são. É óbvio que eles podem crescer e se apaixonar por outras pessoas. Mas que seria lindo e muito engraçado ver o Luka se apaixonar pelo Oscar, e vice versa, não há dúvidas.

 Mas que seria lindo e muito engraçado ver o Luka se apaixonar pelo Oscar, e vice versa, não há dúvidas

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Jaime vidente kkkkk.

Prevejo cenas dele dando uns conselhos e uns bons puxões de orelha no Okane hein?

Your Song| Jaime e MarceloOnde histórias criam vida. Descubra agora