capítulo 29- 1975

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Reggie ☆
- Eu sou estúpido. Estúpido!

- É claro que não é, tampinha.

- Ele estava morrendo no sentido literal e eu que nem um tonto: "ain mas você não me levou junto". É lógico que ele não levou!- Abafei um grito em uma almofada do sofá da nossa (bem menos aconchegante) sala comunal.- E eu achando que eu estava sofrendo.

- Não é porque ele sofreu que você não vá ter sofrido. E outra, não tinha como você sab...

- Ele tinha dito que estava morrendo. Ele tinha dito e eu fui completamente burro de não entender. Eu não sei como ele não me odeia. Ele disse que já tinha perdoado, mas como? Eu não me perdoaria.

- Mas ele não é você.- Suspirou.- Você merece perdão tanto quanto ele.

- Justamente, eu não sei se consigo o perdoar, Dora. Outro motivo pra ele não ter que me perdoar.

- Se você quer saber, pra mim ele merece ser perdoado. Você tem dificuldade em perdoar as pessoas, mas isso não quer dizer que ele não mereça perdão.

Mas talvez ele realmente não mereça disse minha mente. Cala a boca respondi. Se ele tinha me perdoado, o mínimo que eu tinha que fazer era tentar.

- Você... Deve estar certa, é.

- Eu sempre estou.- Abriu os braços.- Um abraço?

- Não, obrigado.- Respondi imediatamente. Era tolo, muito tolo, mas a única pessoa em que eu me sentia confortável nos braços era James.

- É, não custava tentar. Vou para a biblioteca devolver um livro, vem comigo?

- Claro.

Não demorou para estarmos caminhando em direção à biblioteca. Levava minha caderneta de poesias, pois ultimamente eu estava tendo muita inspiração. Bem, acho que devia ser um efeito colateral de se estar apaixonado.

- Olha, já estam decorando para o natal.- Apontou Pandora para alguns enfeites que estavam sendo pendurados magicamente.

Senti-me mal instantaneamente. Aquilo só poderia significar uma coisa: estávamos perto do natal. Para mim, o natal nunca significava algo de bom, pous eu sempre voltava para a casa em que eu tinha que morar, mas aquela vez seria pior do que nunca. Além deles já estarem pegando muito pesado comigo para compensar a falta de Sirius, tinha James e todo o resto que sua presença ne trouxe. Walburga conseguia ler mentes, e mesmo eu estando aprendendo oclumência, não achava que estava avançado o suficiente para esconder uma coisa daquelas no fundo da minha mente. E claro, tinha o meu irmão.

Engoli o seco.- Ah, é.

- Relaxa, vai dar tudo certo.

- Espero que você esteja certa.

- Eu já te disse; eu sempre estou. Olha, chegamos.

Entramos juntos, minha cabeça voltando para os possíveis cenários que poderiam acontecer quando eu retornasse para aquela casa. Walburga descobriria minha paixonite por James e talvez me expulsar de casa? Bem, o Toujours Pur não serviria, pois James tecnicamente era um sangue puro, mas sendo um traidor de sangue e um garoto eu sabia que Walburga ficaria maluca.

Pensava que ela me expulsar seria a pior coisa que poderia acontecer, já que não teria onde dormir durante as férias, até lembrar do que fizeram com Sirius quando ele recusou a marca. Se ele tinha sido torturado até quase morrer, imagina o que fariam comigo? E o pior, eu não teria escapatória, ao contrário do meu irmão. Tudo aquilo seria um completo desastre!

Tinha me sentado em uma mesa enquanto Dora procurava seu livro em sua bolsa infinitamente grande por dentro que ela tinha enfeitiçado. Abri meu caderno mas não consegui escrever nada. Em troca, fiquei apenas lendo as coisas que escrevi sobre James, uma mais idiota do que a outra.

stars ☆ -starchaserOnde histórias criam vida. Descubra agora