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Beatriz
28 de maio de 2024 Vila Aurora Zona Norte, São Paulo.
Eu criei coragem pra ir ver a Lívia só no dia seguinte de todo o rolo. A minha mãe me contou o que tinha acontecido, porque ela foi visitar os dois quando eles chegaram em casa na noite anterior, mas eu nem fui porque tava com medo de sobrar pra mim também.
Cheguei lá na humildade, bem na moral. Quem abriu a porta pra mim foi o meu irmão. A minha cunhada tava sentada no sofá, com o Jotinha no colo.
Beatriz: Oi - acenei, toda desconfiada.
Thiago: Entra aí, pô.
Beatriz: Trouxe bolo - estiquei pro meu irmão, que me devolveu um olhar nada maneiro, mas pegou o bolo e levou pra cozinha. Cheguei perto da Lívia bem rápido - Que merda, hein? Tu enlouqueceu, cara?
O Haridade voltou pra sala e eu disfarcei dando um beijinho no Dedeco, que tava capotadão de leite.
Ouvi a Lívia soltando uma risadinha.
Thiago: Sumiu, né? - virei o rosto, pra olhar pra ele, me fazendo de desentendida - Tu memo.
Beatriz: Eu? - me afastei um pouco da Lívia e do Dedeco, sentando no sofá também - Muito trabalho pra fazer.
Ele cruzou os braços e estreitou os olhos.
Lívia: Thiago... - falou em um tom de aviso.
Thiago: Vem com tuas defesa não - respirei fundo já sabendo que eh ia ouvir pra caralho - Fiquei sabendo de umas fita tua que eu nem entendi. Tu vai mandar o papo ou vou ter que jogar na roda?
Beatriz: Joga.
Dei de ombros mas o cu não passava uma agulha. O tempo tinha fechado e ele já tava todo putão. Eu só não estava entendo porque a Lívia estava achando graça da situação.
Aquela louca era muito louca.
Thiago: Tu tem merda na cabeça? - começou bem de leve - O Guerreiro, caralho?
Eu abri a minha boca pra responder, mas demorei pra conseguir pensar em alguma coisa útil pra falar.
A Lívia já tinha contado todo o plano, então? Ah, ela tinha jurado que aquela história ia morrer com nós duas. Mas é claro que nem se segurou e contou tudo pro Thiago.
