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Thiago

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Thiago

09 de Setembro de 2024
Vila Aurora
Zona Norte, São Paulo.

A Lívia me pediu pra manter a gravidez pra nós, pelo menos até fazer os exame tudo que precisava e saber como tava o molecote dentro da barriga dela.

A parada tava bem diferente da gravidez do J, em todos os sentidos, tá ligado?

Primeiro, nós descobriu a parada junto, e na do J, a Lívia tinha descoberto sozinha, e me contou depois. Lembro que nós teve muito medo, porque nossa vida tava toda bagunçada. Nós tinha acabado de começar a namorar, a mãe dela tava presa, eu era fodido sem grana, matava ou batia nos outro pra conseguir um pouco de dinheiro pra colocar comida na mesa, pô. Quando soube do moleque, foi maior choque. Mas o J mudou toda a nossa história. Ele colocou tudo no lugar, meu parceiro.

Na gravidez dele, antes mesmo de nós saber, a Lívia só faltava morrer de tão mal que passava no começo. Era gripe, febre, dor de cabeça, e vômito sem parar. Me deixava todo preocupado.

Isso sem contar que nós não sabia de nada, e ficava sem saber o que fazer, como ia ser, quando o nosso mano chegasse.

Mas dessa vez, tirando o desmaio, foi suave até. Ela só falava que tava com pressão baixa, normalmente de manhã, tinha um pouco de enjoo, mas nada além disso. Tava muito daora.

E também tinha a tranquilidade de estar estável de grana, podendo dar uma vida foda pros meus filhos e uma condição maneira pra minha mulher. Nós tava até comentando pra mudar de casa, porque agora ia chegar mais um bebê, e ia precisar de mais espaço.

Eu achava uma ideia foda, porque a Bia podia ficar com a casa que nós morava, e ter a independência dela também.

Pô, e tinha outra coisa também. Agora que eu tava mais conhecido, rolava de vir uns moleque na porta da minha casa, pra pedir foto, pra pedir vídeo. Eu até fiz no começo, mas depois comecei a estranhar. Não era maneiro essas ideia.

A Lívia era filha do Jacaré, pra alguém tentar uma maldade, era dois toque. E já fazia um tempo que eu não ficava saindo armado o tempo todo pra não dar b.o. Então eu tava começando a pensar melhor na ideia da Lívia de nós ir pra um lugar mais longe, se pá um condomínio, mas não de playboy. Tipo, uma área que nossos menor pudessem ter onde brincar com segurança. Um lugar que eu pudesse sair e ter toda certeza de que tava deixando a minha família protegida pra caralho.

Já tava na hora de dar marcha nessas ideia.

Eu já tava ficando neurótico com essa parada de segurança, irmão. Quanto mais visibilidade tu tem, mais gente louca tu vê nesse mundo, truta. Não tem lei pra quem é de fora da quebrada.

A Lívia já tava a uns dia me pedindo pra ajudar ela a escolher um carro. Eu falava que não, que não tinha necessidade, porque o meu carro ela usava direto, e se não usasse, agora que eu tava com a moto, ele iria ficar muito parado. Mas aí ela me deu outro menor, e pô, comprei o carro pra dar de presente pra minha patricinha. Tava mandando blindar e fazer as coisa tudo antes de entregar na mão dela. O importante era conforto e segurança pra ela e pros pivete.

Thiago: Dá a mão aqui - falei com o J, que tava no meu colo - Teu irmão aí, ó.

A Lívia tava parada na nossa frente, e nós sentado na cama.

Eu peguei a mão do J, e coloquei na barriga da mãe dele, mas o truta só queria bagunça, e deu logo dois tapinha.

Lívia: Meu Deus, filho. Você é muito carinhoso, igualzinho o teu pai.

Thiago: Ou, que isso? Faz carinho, parceiro - segurei a mão dele, arrastando pela barriga da Lívia.

Ela colocou a mão no meu ombro, mas só olhava pro J.

Lívia: Eu fico pensando, que eu amo tanto, tanto ele. E me pergunto se é possível amar outra pessoa esse tanto.

Thiago: Osh, eu sou nada pra ti?

Ela riu, e passou a mão no meu pescoço.

Lívia: O amor é diferente, você sabe.

Thiago: Então fala pa mim.

Ela abaixou o rosto, encostando a testa na minha.

Lívia: Eu amo tanto você. O dia mais feliz da minha vida vai ser o dia do nosso casamento.

Ia demorar pra caralho. Ela falou que não queria se casar grávida, e tava daora pra mim. Quando os dois pivete tivesse um pouco maior, nós se desenrolava.

Thiago: Te amo também, minha princesa.

Ela abriu um sorrisão.

Lívia: Já pensou se for uma princesa? - ela falou, com a mão na barriga - Quero tanto que seja uma menina.

Thiago: Acho que não. Acho que vai ser mais um menor ainda e a menina vem depois.

Lívia: Será?

Thiago: Boto fé. Mas se for menina vai ser daora também. Uma molequinha.

Lívia: Uma princesa, igual a mamãe.

Thiago: Eu só quero que tenha o teu olho - falei sem nem pensar, ela abriu a boca pra responder - Eu sei que tu não quer. Mas se rolar, tu não desesperar, tá? É lindo, amor.

Lívia: Aham - falou, tentando cortar assunto.

Thiago: Me amarrei mais ainda em ti depois eu vi. Bota fé no que eu tô te dizendo.

Lívia: Tá.

Puxei ela pelo braço, fazendo ela sentar no meu colo. Não toquei mais no assunto, a Lívia ainda não ficava de boa em falar, mas até ficava sem as lente em casa quando se sentia confortável.

Ela encostou o rosto no meu pescoço, segurando a mão do J.

Lívia: Daqui a pouco, esse espacinho no meio de nós vai estar preenchido e vamos ser quatro pessoas.

Quatro.

Eu, minha mulher, nosso moleque, e o nosso bebê.

Minha família, pô.

Thiago: Nós já é quatro, vida. Pra sempre.

Até que a família aumentasse de novo.

Nocaute - A profeciaOnde histórias criam vida. Descubra agora