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12 de dezembro de 2026
São Paulo.

Mais uma vez naquele dia, Lívia encarou seu reflexo no espelho procurando algum defeito. Ela sabia que tinha algo errado, mas não sabia dizer o que era.

Ela gostou da maquiagem e do penteado. Amou o vestido e o sapato, assim como as joias. Mas tinha algo de errado com ela.

Ainda dentro do carro, aguardando a macha nupcial tocar para que ela pudesse entrar na igreja e dar um início ao tão sonhado "felizes para sempre", a única pessoa junto com a garota era o seu pai.

Ele sabia que a única oportunidade de ver uma filha de noiva, era aquela. Até porque, Mayara casou em uma cerimônia super simples no cartório, e só isso. O véu e grinalda, sapatos altos, terno e gravata eram uma exclusividade da Lívia, e pensar nisso deixava o momento ainda mais emocionante.

Por causa da vida louca em que vivia, Jacaré sempre se perguntou se estaria vivo para ver os seus filhos crescerem. E bem mais do que isso, hoje ele tinha o prazer de ver seus netos crescerem.

Jacaré: Não tem nada de errado - falou, mais uma vez, pra tentar tranquilizar a garota.

Lívia: Alguma coisa tem, pai - ela apontou pra si mesma - Não sabe dizer o que é?

Jacaré: A única parada que é errada tá esperando tu lá encima do altar.

Ela desmanchou a postura, soltando uma risada.

Lívia: Eu nem acredito que ele vai mesmo casar.

Jacaré: Nem eu - bufou - Nem eu.

O Thiago tinha sido extremamente claro quando passou o mês inteiro pedindo para que a Lívia não atrasasse pra chegar no casamento, porque sabia muito bem que estaria mais nervoso do que nunca. Mas nem mesmo quando pensava, ele conseguia ter noção de que estaria quase morrendo de tanto nervosismo.

Dandara sentia vontade de chorar toda vez que o filho lhe olhava, buscando algum conforto, alguma certeza de que a Lívia chegaria logo. Mas ela nada conseguia dizer, porque toda vez que ele a olhava, ela via os mesmos olhos que esperavam todos os dias ansiosamente o irmão voltar do trabalho.

Dandara tinha certeza em dizer que a única pessoa que o Thiago amou e realmente se permitiu amar depois do irmão Jorge, era a Lívia.

Ele sempre amou a Bia, ele sempre amou a mãe. Ele amou os filhos mais do que qualquer coisa, mais do que qualquer pessoa... mas com a Lívia ele permitiu. Ele se entregou, aceitou, quis a garota na sua vida e lutou por isso.

Nocaute - A profeciaOnde histórias criam vida. Descubra agora