ATENÇÃO: Todos os capítulos a partir de agora tem avanço na linha do tempo. Se atentem as datas.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Lívia
20 de Fevereiro de 2025 Jardim América Zona Oeste, São Paulo.
A poucos dias de conhecer a minha melhor amiga, eu passava horas e horas no quarto dela, todos os dias, imaginando como seria quando ela chegasse. Eu estava preparando tudo com o maior carinho, pra ela saber o quão esperada e amada foi desde o primeiro momento.
Minha menina estava prevista para chegar um mês antes do aniversário de um aninho do irmão dela, e cada vez que me pegava pensando que em breve as duas razões do meu viver estariam aproveitando a vida juntinhos, eu acabava chorando feito um bebê.
Não dava pra explicar o amor que eu sentia por meus pequeninhos.
E por mais que eu e o Thiago tivéssemos entrado no consenso de tentarmos cinco filhos, nós queremos esperar por um tempo até que o Jorge e a Maitê estejam maiores e possamos dar atenção igualmente para os próximos que virão.
O meu docinho de leite estava tão grande e espertinho. Agora que já sabia engatinhar, ele não parava por nenhum segundo, e deixava a mamãe bem louca. O meu bebê, que já não era mais tão bebê assim, nasceu com bateria infinita e haja energia pra aguentar aquele pique todo. Por sorte (ou não), conforme ele foi crescendo e entendendo que a pessoa que mais bagunçaria junto com ele era seu o pai, ele passou a ficar grudado no Thiago vinte e quatro horas por dia. Nesse caso, eram duas crianças hiperativas pra eu cuidar e me preocupar. Deus tinha que ser piedoso e mandar uma Maitê bem calminha pra mamãe.
Tinha uns dias que minha única vontade era pegar o primeiro avião e me mandar pra qualquer lugar que me fornecesse um pouco e paz e sossego, mas eu nunca conseguia ficar longe deles por mais de umas horas.
Meus meninos e eu, nos mudamos no fim do ultimo ano para a nossa tão sonhada casinha. Já havíamos providenciado um parquinho para as crianças, um laguinho com peixinhos, uma gata muito louca que o Thiago quis chamar de Lurdinha e eu nem entendi o motivo. Jorge ficou um grude com a Lurdinha e o Thiago gostou da brincadeirinha de ter uma casa grande com vários bichinhos e pegou quatro cachorrinhos: a Katrina, o Zeus, a Pandora e a Chanel.
Além de essa casa ser bem maior do que a outra, e ter um quintal maior também, a nossa segurança estava garantida. O Thiago estava com um grande alcance e visibilidade, e essa foi a nossa maior preocupação quando decidimos mudar. Mas escolhemos o lugar perfeito, e cada vez mais tínhamos certeza disso.
Durante a gravidez da Tetê, me afastei muito do espaço em que eu e a Allana construímos, porque eu queria muito terminar minha faculdade e não estava conseguindo conciliar tudo sem enlouquecer. Tive uma conversa bem franca com a minha melhor amiga, e resolvemos então que eu iria até o espaço para as reuniões e fechamentos, uma vez na semana, e seria uma sócia mais afastada, enquanto ela e a Dandara trabalhavam no espaço com muito mais frequência. A May entrou nessa sociedade também, e estava lá todos os dias para dar todo o apoio que as meninas precisavam. Era muito bom colher os frutos desse sucesso ao lado de mulheres que eu tanto admirava e confiava.
A Beatriz continuava trabalhando incansavelmente na carreira do Thiago, que após alavancar, contava com o apoio de toda uma equipe. O Alvarenga entrou na equipe também, e foi muito bom ver a felicidade da minha irmã quando ele saiu oficialmente do crime pra trabalhar com algo que não oferecesse tanto risco.
A parte que mais doía pensar, falar e sentir, era a falta que meus pais e meu irmão deixaram. Eles estavam morando na Colômbia, e fazendo chover dinheiro com a exportação de drogas para que a aposentadoria chegasse cada vez mais perto.
O meu sobrinho, Théo, já completava seus três meses de vida. A Ana e o Luan não conseguiam se entender de jeito nenhum, viviam terminando e voltando o tempo todo. Mas eu confesso que fui surpreendida com a forma como eles estavam se saindo muito bem como papais do nosso Théozinho.
Foi péssimo ficar longe da minha mãe. Foi horrível não ter o meu pai. Mas aos poucos me acostumava com a ausência causada, e entendia que a nossa ligação era forte demais pra ser quebrada por uma distância, e entendia mais ainda que tudo que eles estavam fazendo era para num futuro próximo poderem descansar com os netos tendo muito mais tranquilidade, segurança e paz, do que teriam agora.
Thiago: Tá no mundo da lua de novo?
Levei um susto com a voz dele, me arrancando dos milhões de pensamentos que rondavam a minha cabeça cada segundo. Deixei o cobertor cor de rosa encima do berço da princesa, e virei para olhar para o meu namorado.
Ele colocou o Jorge no chão, e o nosso filho entrou engatinhando rapidinho no quarto da irmã, pra mexer em todos os ursos e bonecas espalhadas por todos os cantos.
Thiago: Ih, caraí, o furacão já vai bagunçar tudo - soltei uma risada e me sentei no sofázinho que tínhamos colocado ali. O Thiago se aproximou, sentando perto dos meus pés, e botou a mão na minha barriga - Fala comigo.
Respirei fundo.
Lívia: Eu estava pensando em tudo. Em todos - ele ficou me olhando com atenção, enquanto só olhava para a minha barriga - Saudade dos meus pais, do meu irmão... será que eles vão conseguir vir a tempo de ver o nascimento da Maitê?
Thiago: Eu acho que teus pais vão fazer qualquer fita no mundo pra conseguir ver a moleca nascendo. Fica na paz com isso e pensa mais uma vez que só tá rolando toda essa parada pra eles poderem ficar com nossos menor num futuro.
Lívia: Nem você acredita que a Maitê vai ser moleca - coloquei a mão na minha barriga e ele deu uma risadinha.
Thiago: Não acredito memo.
O quarto dela era todo rosa, com um lustre de flores pendurado de fora a fora, e um guarda roupa de dar inveja até mesmo em muita mulher adulta. Mas eu deixava ele se iludir.
Ouvimos o barulho do Jorge derrubando a caixa de laços da irmã dele no chão.
Lívia: Meu Deus, eu queria saber como você consegue ter tanta energia assim, Jorge - falei, me levantando.
O Thiago também se levantou e foi pegar meu docinho de leite. O garoto estava acordado desde as cinco da manhã, e agora já eram três da tarde e nada de soninho... sinceramente, Deus me ajude com duas crianças... três crianças, não posso esquecer do pai deles.
Thiago: Tua irmã vai ficar putona com tu quando souber que cada vez que tu pisava no quarto dela era pra destruir alguma coisa.
Ele juntou tudo do chão, e depois guardou no lugar, pegando o Jorge no colo e andando pra perto de mim. Meu loirinho me olhou, abriu um sorrisinho sapeca e se jogou pro meu colo. Era pura tática pra voltar pro chão. Mas eu seguei ele, não deixando ele destruir mais nada.
Lívia: Dá um beijinho na mamãe - pedi. Mas eu precisava quase implorar pro meu mini ogrinho - Beijo na mãe, J.
Ele continuou não dando a menor moral pra mim, e aí o Thiago pegou o meu bebê do meu colo, fazendo bagunça e jogando o Jorge pro ar, enquanto o pequeno gargalhava. Depois, o meu namorado chegou perto de mim, mais uma vez.
Thiago: Já fez a tua bagunça, moleque, agora dá beijo na tua mãe.
O perigoso entendeu tudinho e quando eu cheguei pertinho, ele deu um beijo gostoso na minha bochecha.
Lívia: Sem vergonha - falei, apertando a barriguinha, enquanto ele se contorcia todinho de cosquinha.
Cheguei mais perto, beijando o pescoço dele e continuando a cosquinha, e o meu namorado fez a mesma coisa, do outro lado do pescoço cheiroso e gostoso do meu neném, que ficou esmagadinho no meio de um montão de beijos infinitos do papai e da mamãe.