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Thiago

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Thiago

24 de Março de 2026
Itaquera, Zona Leste 
São Paulo.

O dia mais feliz da minha vida foi dia que os menor nasceram.

O segundo dia mais feliz da minha vida foi o dia que a Lívia disse que me amava.

O terceiro dia mais feliz da minha vida, se pá que era hoje.

Depois de eu pedir, implorar, e quase me separar, a Lívia aceitou levar as criança no estádio pra ver um jogo do Corinthians.

J tava a um mês de completar dois anos e a Tetê já tinha completado um ano, a uns dia atrás. Antes disso a Lívia não deixou eu trazer os menor, porque ela falava que não era seguro e eles não entenderiam nada. Agora que eles já tavam crescendo, a fita era outra.

Agora o Jorge já tinha até descoberto que eu era o pai dele, parou de me chamar de Iago, pra falar "bola, papai" "timão, papai" "gol, papai". Eu me amarrava pra caralho. Tive filho pra isso memo.

A Maitê era parada de louco. Menina é diferente demais, viado. Inteligentona, toda pra frente. O J com o tamanho dela, só queria saber de bagunça, e minha moleca não era assim não. Ela adora ver uns filme, brincar com as coisinha dela, encher a nossa cara com as maquiagem da mãe dela, e ela também curte quando a Lívia fica lendo as historinha pra ela. Pique que parece que a menina tá entendendo tudo que tá rolando.

A garota já tava falando umas palavrinha também, e essa pulou a fase de me chamar pelo nome, chegou direto no "papa" e "mamã". Quando ela andou pela primeira vez, ela não tinha nem um ano ainda. Eu tinha é medo da inteligência daquela menina. Era a garota mais linda do planeta, tio. Eu ainda não  tava preparado pra ver a minha bebê crescendo.

O meu casamento tava marcado, truta, ia ser no final do ano. A Lívia tava fazendo uma festa que eu não sabia como nós ia pagar, sem vender a nossa casa. Eu tava tomando uns belo soco na cara pra ela ficar no luxo desse jeito.

Mas tava daora, porque ela tinha colocado na cabeça dela que não era minha mulher, e que eu só poderia falar que ela era, depois do nosso casamento. Acho que ela falava essas fita como uma forma de eu casar memo, porque ela sabia que eu ficava bolado.

Chapadona, né? Como que não era minha mulher? Se não era, era o que então? Eu hein, doidinha das ideia.

Jorge: Popoca, mãe.

Olhei pro moleque, que tava roubando a pipoca da irmã dele no meu colo. A Maitê tava só enrolando, não tava querendo comer, mas também não dividia com o irmão.

Lívia: Divide com o Jorge, Maitê - falou, toda braba.

A bichona era foda memo, mandou e os menor fez na hora. O Jorge tava sentado no nosso meio, e a Maitê tava no meu colo.

Thiago: Tu lembra quando nós veio da última vez? - a Lívia me encarou, sorrindo de canto - Lembra, pô?

Lívia: Jorginho ainda era um bebezinho dentro da minha barriga.

Era memo, truta. Eu nem sabia ainda o tanto que eu ia amar aquele menor. E sabia menos ainda que eu ia ter uma piveta num futuro bem próximo. Era bem louco ver o giro que a minha vida deu desde que eu soube do meu mano.

Eu mudei pra caralho, tá ligado? Quando conheci a Lívia, nós mudou aos poucos, mas foi pouco, truta. A nossa mudança pessoal, veio só durante a gravidez do Jorge. Como um casal, nós mudou memo depois que esse moleque chegou, e fortalecemos como uma família.

O que eu senti com a chegada do Jorge, eu nunca ia sentir de novo. Minha vida tava de cabeça pra baixo quando eu abri aquela caixa, pô. Um sapato, umas foto minha e da mãe dele, e a responsa do homem que eu ia ter que me tornar.

Eu vi aquele mano no meu sonho, cuzão. Esperei ele todos os dias. E agora nós curtia tudo junto, o dia inteiro, ouvindo nossas música, fazendo as nossas bagunças ou vendo o nosso timão jogando.

Eu tive certeza de que conhecia o que era felicidade, depois de ter meu menor no meu colo. Mas aí veio a irmã dele, e eu saquei que nenhuma felicidade podia se comparar com o que eu senti no momento em que eles se conheceram. No momento que eu vi o Jorge e a Maitê juntos, viado, só ali eu entendi que eu tinha vencido na vida, e que tudo que eu vivi valeu a pena pra ter aqueles dois comigo.

Agora, eu ficava viajando cada vez que nós tava tudo junto, cada vez que nós fazia eles dormir, ou cada vez que eles pediam pelo meu colo.

Eu ficava viajando, pensando em como ia ser ver esses dois crescendo. E era até estranho, porque a uns dias atrás eles ainda cabiam na palma da minha mão, parceiro. E agora eu pensava como ia fazer pra ensinar eles a escrever. Como ia ser pra ensinar tudo que era certo, tá ligado?

O mais foda de tudo era que eu tinha uma parceira do caralho junto comigo. E eu nem tava falando por ser bonitona e inteligente, não. Eu tava falando do que a Lívia se tornou. O que eu mais gostava nessa garota nem era porque ela era minha mulher não, e sim porque eu vi ela sendo mãe, meu chapa. Sempre doida pelos pivete, uma leoa de verdade, movendo o mundo de lugar pros nossos menor ter tudo do bom e do melhor, com carinho, com amor, com cuidado e estando sempre presente.

Eu sabia que nós tava sendo um par maneiro um pro outro. Eu tava bem ligado nessa fita. Mas o que mais me deixava bem, e eu sabia que deixava ela também, era ver que nós tava sendo maneiro pra toda a nossa família. Pros nossos filhos, morô?

Maior orgulho de ver tudo isso acontecendo na nossa vida e de pensar que um dia nós ia ouvir eles falando com a boca deles que tinham orgulho dos pais. Era só isso que me importava nessa vida.

Tudo aquilo só fazia eu ter certeza de que tava com a mulher mais daora do mundo do meu lado, e que eu e ela foi feitos pra seguir juntos nessa vida louca até o final dela.

Lívia: Tá com o pensamento longe - murmurou.

Voltei pra Terra, encontrando olhos dela curiosos encima de mim.

Eu estiquei a minha mão pra Lívia, e ela até bateu, mandando um beijo na minha direção. Pela cara, ela sabia bem no que eu tava pensando.

Thiago: Tamo junto.

Lívia: Sempre juntinhos - minha parceira falou.

O J viu que nós fez um toque, e já veio cheio de graça bater na minha mão, e depois na mão da mãe dele, e na da irmã. O molecote era sangue bom demais.

No final das contas, a Lívia ficou até puta, porque eu grudei nas crianças e não soltei até o fim do jogo que terminou com a vitória do meu timão. Mas assistir essa fita junto e agarrado com meu menor e minha moleca, era outro sabor.

Nocaute - A profeciaOnde histórias criam vida. Descubra agora