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Thiago
03 de Agosto de 2024 Guarulhos São Paulo.
Coração tava batendo fortão, caraí. Dia de torneio sempre era bagulho louco.
O Cobra tava na missão de me acalmar, e de acalmar o Guerreiro também. Era estranho quando lembrava que no ano passado eu ganhei socando a cara dele, e esse ano nós tava lado a lado. Queria que o menor ganhasse na chave dele e que eu ganhasse na minha, ia ser daora.
Guerreiro: Se eu ganhar esse ano, será que minha vida muda que nem a tua? - perguntou, tomando um gole de energético, do meu lado.
Balancei a cabeça pro lado.
Thiago: Boto fé em tu.
Senti ele me olhando, mas continuei encarando o chão.
O radinho na cintura do Cobra apitou, e eu levantei o olhar pra encarar o mestre, que continuava de pé na nossa frente. Ele saiu de perto de nós sem falar nada, e depois quando voltou, tava sorrindo, acompanhado da minha irmã, da Lívia e do J.
Pô, se meu coração tava batendo rápido, ali memo que ele ficou louco.
Família nem podia entrar ainda, só depois das luta. A parada foi um pouco diferente do ano passado e eles não tinham liberado a entrada de ninguém. O Cobra tinha feito milagre de conseguir colocar elas pra dentro.
Guerreiro: Eita - falou e se levantou antes de mim, e já grudou na minha irmã, deixando toda a tensão ir pra longe.
Parei de olhar pra eles, e foquei na Lívia.
Tipo uma parada bem louca, a cena do ano passado entrou na minha cabeça.
A minha mãe e a Beatriz tavam falando comigo, e eu tava doido da vida porque a Lívia tinha sumido a uns dia já, porque tava doente. Nós nem sabia que era o J na barriga dela dando trabalho. E ela entrou, com o cabelo mudado, com um vestido branco, pique princesa. E eu fiquei todo coisado. E como se já não fosse suficiente pra me deixar mais louco, ela disse que me amava pela primeira vez, pô.
Lívia: Travou, vida? - perguntou, sorrindo de lado.
Eu neguei com a cabeça, e me levantei do banco. O J me encarou, deixando o bico cair da boca e abrindo um sorriso sem dente.
Thiago: E aí, parceiro, veio ver teu pai? - puxei ele do colo da minha mulher, enchendo aquele mano de beijo - Tá chave com essa bota, hein.
