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Thiago

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Thiago

10 de Março de 2025
Guarulhos 
São Paulo.

Nunca pensei que eu fosse passar um nervoso tão grande como no dia que o J nasceu, e eu tava bem tranquilo, achando que quando a Maitê chegasse, seria suave, porque nós já tinha passado por isso a um ano atrás.

Mas eu tava errado pra caralho.

Na hora que eu me despedi do Jorge, deixando ele no colo da minha mãe e me preparei pra entrar na sala de parto, caiu a ficha de que eu só ia sair lá de dentro com a minha filha nos braços, e essa era a sensação mais louca que eu já tinha sentido na vida.

Contava os segundos pra ter a Maitê junto do irmão dela, na nossa casa, com a família unida e com toda as coisas que a minha moleca merecesse ganhar. A vida daora que o J tava tendo, eu ia dar pra ela. Eu e a Lívia tava lutando pra caralho pra isso, pô. Pra dar o mundo pros nossos menor.

Quando eu entrei na sala de cirurgia, ela tava deitada na maca e tinha acabado de ganhar a anestesia. Eu cumprimentei a médica, e fui pro meu canto, do lado da minha mulher. A Lívia esticou a mão, e eu peguei na mesma hora, tentando acalmar ela.

Thiago: Tamo junto - falei baixinho, dando um beijo na testa dela - Tá bem? Fica calma.

Lívia: Tô bem - ela soltou uma risadinha nervosa e deu aperto na minha mão - Jorge ficou bem?

Concordei.

Thiago: Ele tá esperando. Tá esperando nós levar a irmã dele, pô.

Ela fechou os olhos e balançou a cabeça.

Lívia: Vem, minha princesa - ouvi ela sussurrando.

A médica falou com a Lívia, disse que tava na hora de trazer a nossa pequena pro mundo, e aí a minha mão começou a tremer pra caralho, mas não soltei a mão da dela por nenhum segundo.

Quando eu vi uma lágrima descendo pelo rosto da minha mulher, eu fechei os olhos e pedi pra quem quer que fosse, pra que minha filha chegasse nesse mundo com os dois pé na porta, cheia de saúde, pra completar minha família.

E naquela hora, meu coração perdeu o rumo quando ouvi o choro preenchendo toda a sala.

Meu instinto de alerta me fez abrir os olhos rapidão e procurar por ela. A médica esticou a neném pra eu e a Lívia ver, e eu nem prendi o sorriso bobo, mesmo debaixo da máscara.

Minha princesinha era perfeita, pô.

Foi muito rápido, não tava pra ver direito se ela era parecida com o irmão, ou não. Até que a enfermeira enrolasse ela no paninho cor de rosa, e entregasse a minha filha no meu colo.

Meu coração que tava acelerado, pique quase parou de bater, segurando aquela coisinha tão pequena no meus braços.

Thiago: Oi, filha.

Nocaute - A profeciaOnde histórias criam vida. Descubra agora