4

448 44 1
                                    

LYA QUILLAN

Você lutou até o fim mas precisava descansar, sentirei sua falta.❞

─ Lya Quillan.

Cancún, México
08:30h

Cá estou eu, de joelhos, pedindo a Deus que isso não seja real.

“Desculpe, Sr. Quillan, mas ela já se foi.”

Meu coração se despedaça em milhões de pedaços. Nunca pensei que teria que me despedir da minha mãe tão cedo. Sua princesinha sempre vai te amar, mamãe.

Novamente, vejo as pessoas do hospital colocando alguém que amo tanto dentro de um caixão. Minhas pernas estão fracas e estou tão vermelha de tanto chorar. O único consolo é o abraço do meu irmão, que também está de joelhos ao meu lado.

── Lya, precisamos ir. —  Ele murmura, ainda ajoelhado comigo.

── Não! Eu sei que ela vai acordar. Acorda, mãe! Você não pode me deixar. —  imploro, enquanto as lágrimas continuam a escorregar pelo meu rosto.

── Lya, a mamãe já morreu. ─ meu irmão tenta me levantar.

── NÃO! ELA NÃO MORREU!  — grito desesperadamente. “Ela está apenas brincando, lembra das vezes em que ela fazia isso quando éramos crianças?”

Como posso acreditar que ela se foi?

(...)

Estamos a caminho do cemitério; meu irmão conseguiu me tirar do hospital, mas sinto que uma parte de mim ficou presa lá. Algo dentro de mim morreu junto com a mamãe. Sempre pensei que morreria primeiro.

Volta, por favor!

Meu irmão não tinha uma relação fácil com nossa mãe, mas sei que ele também está sentindo a dor dessa perda. Draven me olha com pena enquanto eu apoio a cabeça no vidro do carro. Meus olhos estão inchados e minhas bochechas queimam como fogo.

Quero vocês aqui comigo, papai e mamãe.

Quando chegamos ao enorme portão preto do cemitério, sinto um nó na garganta. Meu irmão estaciona e eu observo enquanto a porta da sua Lamborghini se abre, permitindo-nos sair.

Várias pessoas da família estão aqui; algumas que minha mãe nem gostava. E lá está a vovó.

Corro para abraçá-la enquanto lágrimas escorrem pelo seu rosto. Ela me envolve em seus braços.

Que saudade de você, vovó.

Enquanto meu irmão e eu nos afastamos para olhar o caixão, uma onda de desespero toma conta de mim. O silêncio ao nosso redor é ensurdecedor, e as pessoas que estão presentes parecem sombras, perdidas em suas próprias tristezas.

Sinto meu coração acelerar, e a dor se transforma em um grito sufocado dentro de mim. Como é possível que ela não esteja mais aqui?A ideia de nunca mais ouvir sua risada ou sentir seu abraço me faz querer gritar.

── Mãe! ─ eu grito, a voz quebrando em meio às lágrimas. ─ Você não pode ir!

A angústia toma conta do ambiente, e as cabeças se viram para mim. O olhar do homem que me ofereceu um aperto de mão se transforma em preocupação. Meu irmão tenta me conter, mas eu me debato como uma criança que perdeu seu brinquedo favorito.

── Ela era tudo pra mim! ─ continuo a gritar. ─ Como posso viver sem você?

A cena se torna ainda mais intensa quando sinto a presença de Icarus ao meu lado novamente. Ele segura meu braço, seus olhos profundos transbordando compreensão e solidariedade.

THE OBSESSION¹⁸ Onde histórias criam vida. Descubra agora