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LYA QUILLAN

Deixo o celular tocar até cair. Nada me convence a conversar com aquele merda.

x5 ligações perdidas.

Bloqueio o número dele de todas as redes sociais possíveis e o deleto.

Sou interrompida pelo barulho da porta se abrindo.

— Quer sair?

Assinto. Tomo um banho rápido e visto um vestido preto colado ao meu corpo. Calço um sapato branco e prendo meu cabelo em um coque despojado.

(...)

Estamos em uma baladinha clandestina, onde estão todos os amigos do meu irmão. Desde que cheguei aqui, algumas garotas me olham de cima a baixo, como se eu estivesse suja.

Por que diabos me tratam assim?

Eu sei que meu look não combina muito com a ocasião, mas não vejo motivo para me preocupar em me arrumar melhor.

Sinto algumas mãos em minha cintura, chamando minha atenção.

Era um garoto enorme, de pele escura, com um sotaque brasileiro que não é bem o nosso. Ele é amigo do meu irmão e vive na casa da vovó de aluguel.

Seus olhos são tão negros quanto seu cabelo. Seus braços são malhados e ele possui um sorriso encantador.

Meu irmão vê isso, mas não nos separa; parece que já está aceitando que eu cresci.

Os enormes braços desse garoto abraçam minha cintura enquanto sua boca toca meu pescoço.

Que pegada, meus amigos! Que pegada!

Sorrio olhando para frente, acariciando sua cabeça que está perto da minha. Suas mãos me puxam mais para perto e sinto algo contra seu short de moletom.

Me viro com um sorriso pervertido que insiste em surgir.

Ele me puxa pelo braço, nos levando para o local mais calmo da festa.

Suas mãos agarram minha cintura novamente, me puxando contra ele. Sua boca toca a minha; aqueles lábios macios e quentes me beijam.

Meus pensamentos vão direto para a noite anterior que tive com Icarus, meu verdadeiro amor.

Seu cheiro vem à minha mente, e sua mão tocando minha bunda me lembra dos toques de Icarus nos meus seios.

Os puxões de cabelo são bons, mas não melhores do que os do babaca que leva o sobrenome Zephyr.

Sua língua vasculha cada canto da minha boca, descobrindo detalhes que eu nem sabia que existiam.

Seu beijo me causou um fogo, e eu imploro por mais.

Icarus Zephyr.

Preciso esquecer ele, mas tá tão difícil.

Ele cravou seu nome na minha mente e seu jeito me causa um fogo mesmo a vários quilômetros de distância.

Seu toque é tão preciso quanto o ar para viver.

Sua boca me dá sede de vontade, e seu corpo me faz perder o controle do meu.

Separando nossas bocas, vou direto para o salão da festa. Eu não quero esse garoto; eu quero o ICARUS.

(...)

Conversei com meu irmão e convenci ele a irmos embora daquela boate.

— Não curtiu o beijo dele? — pergunta ele, com um sorriso provocador.

— Que beijo? — tento disfarçar meu nervosismo.

— Seu batom tá borrado, e por incrível que pareça, ele também estava na boca de Lucas. — Ele sorri como se tivesse pegado um grande segredo.

— Não, eu gostei. Mas... — sou interrompida.

— O do Icarus é melhor. — Fico em choque com sua resposta.

Como ele sabe do nosso beijo? Não contei a ninguém.

Icarus.

Ele contou?

— Eu sei de tudo, Lya. Afinal, sou seu irmão mais velho. — diz ele, concentrado no caminho para casa.

— Quem te contou?

— Icarus. Ele me contou tudo! Por isso prefiro afastar vocês; ele não presta.

Icarus te contou? Mentira!

— Acredite se quiser. Ele come mulheres quando quer, e você não vai ser a próxima.

**Eu quero ser comida por Icarus!**

— Não quero ser comida por ele; era só um lance. — digo, tentando mudar meu pensamento.

— Pra ele talvez não.

Chegamos em casa e finalmente posso encerrar essa conversa e entrar para o meu quarto e dormir.

24 horas desde o beijo do maldito babaca.






Continuo?

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