THE OBSESSION¹⁸

18

LYA QUILLAN

Estou na empresa e hoje irei ficar no lugar do Zion; meu irmão trabalha em um andar abaixo do meu.

Estou na sala de Zion, já que agora ele é o chefe da empresa, deixando a máfia apenas com os mais velhos.

Meu irmão acabou juntando a máfia com a deles. Nos últimos três anos, matei o chefe da facção oposta.

Aprendi a atirar e me tornei uma das mulheres mais perigosas da Flórida.

── Aqui, senhora, os papéis que você pediu.

Cláudia coloca os papéis em cima da mesa, dá um sorriso e sai da sala, fechando a porta.

Acho que vou na casa da tia Victória buscar a minha calcinha.

Ela não me faz falta, mas não quero que ela fique nas mãos daquele broxa.

Que me fez gemer ontem.

Fujo dos meus pensamentos para maiores de 18 anos, pensamentos que me deixam louca.

Não consigo parar de pensar em ontem, como foi bom, como ele me tratou igual uma primeira e igual a uma puta.

Nos últimos três anos, eu namorei o Lucas até descobrir uma traição dele.

Ele nunca chegou a implorar pela minha buceta porque sabia que não ia conseguir.

Mesmo namorando com ele, eu sei que sempre fui de Icarus; eu pertenço a ele.

Passava horas na frente do meu computador stalkeando ele por uma conta fake que inventei.

Seu Facebook cheio de garotas taradas; ele viveu um relacionamento tóxico com uma garota chamada Sofy.

Fez novas tatuagens e uma era "Vaca Selvagem", significado do meu nome e como ele costumava me chamar na infância. Com o tempo, mudou para pirralha e irmã do meu amigo.

Eu gosto.

Sei que ele terminou esse namoro recentemente, por isso ainda tem vestígios de fotos pelo Facebook.

Estamos em 2020, amor. Apaga isso; você é meu.

A porta é aberta e vejo os olhos verde-escuros penetrando os meus, assim como ele me penetrou ontem.

── Oi, pirralha. ─ Ele solta um sorriso cheio de malícia.

Seus olhos deslizam pela minha calça; prometo que da próxima vez vou usar mais vestidos.

── Oi, cadê minha calcinha? ─ Pergunto, com um tom provocador.

Ele com certeza não trouxe.

── Deixei em casa, é melhor guardar. ─ Ele responde, piscando.

Jogo um olhar desafiador pra ele e me levanto da cadeira, caminhando em sua direção.

Ergo a cabeça e encaro seus olhos, finalmente conseguindo olhar nos fundos deles sem corar. É como se a conexão entre nós ficasse ainda mais forte.

Lembro da cena de ontem, quando ele me viu nua e me tocou; isso só aumenta meu desejo. Eu quero mais!

Ele coloca as mãos na minha cintura e eu envolvo seu pescoço, ficando na ponta dos pés.

Num movimento ágil, ele me levanta e eu apoio minhas pernas na cintura dele. Sinto o calor do corpo dele enquanto ele se dirige à mesa do escritório.

Com cuidado, ele me coloca em cima da mesa, passando os dedos pelos meus cabelos bagunçados e colocando-os atrás da minha orelha esquerda.

Então, nossos lábios se encontram. É como se toda a raiva que eu sentia derretesse junto com a minha dignidade.

Estou completamente pronta para entregar tudo aqui no escritório do Zion.

De repente, a porta se abre, interrompendo nosso momento quente. Fico parada em cima da mesa enquanto olho meu irmão nos fuzilar com os olhos.

── Porra, Lya. ─ Ele diz com raiva. ── Se comam no banheiro; preciso atender os clientes. Vaza.

Icarus pega na minha mão, me puxando para fora da sala.

Pego minha bolsa, dou um beijo na bochecha do meu irmão e saio, sentindo a adrenalina ainda pulsar em mim.

Vejo a Lamborghini de Icarus, agora totalmente preta, e me dirijo até ela. Logo a porta se abre, me dando passagem.

Entro no carro e olho para Icarus enquanto ele dá partida, o ronco poderoso do motor ecoando ao nosso redor.

── Por que você estava tão brava comigo? ─ Ele pergunta, com uma expressão séria.

── Você ainda tá me perguntando o por quê? ─ Respondo, tentando manter a frieza.

── Sim, por quê? ─ Ele insiste, os olhos fixos na estrada.

Permaneço em silêncio. Não quero essa briga agora. A tensão entre nós é palpável e eu sei que discutir não vai resolver nada.

O carro acelera e eu sinto o vento batendo no meu rosto enquanto passamos pelas ruas da cidade. A mistura de emoções dentro de mim é confusa: raiva, desejo e uma vontade louca de entender o que está acontecendo entre nós.

A música alta dentro do carro parece combinar perfeitamente com a intensidade do momento. Olho pela janela, tentando organizar meus pensamentos.

Ele dá uma rápida olhada pra mim e eu percebo que ele sente a mesma coisa. Mas as palavras ainda não saem. O silêncio se estende entre nós como um fio delicado prestes a se romper.