35

166 15 1
                                    

3h de festa.

Me sinto louca para caralho, rebolando para Bryan, sentindo o duro por cima do jeans que ele usa.

Quando olho para o lado e vejo os olhos sombrios de Icarus me encarando, uma onda de raiva em seu olhar me desestabiliza completamente.

Vindo em minha direção, ele pega meu braço, me arrancando do local.

── Calma, irmão! Tá louco? Solta ela! ─ ordena Bryan, preocupado.

Olhando nos olhos de Icarus como se fosse um aviso, ele diz:

── Cala a sua boca. Com você eu me resolvo mais tarde.

Nunca o vi desse jeito; seu jeito possessivo me causa arrepios. É uma mistura de medo e adrenalina que faz meu coração acelerar.

Me pegando no colo, Icarus me leva para o seu quarto.

── Me solta... Icarus. ─ imploro, dando tapas nele na tentativa de me libertar.

Ele passa pela porta do quarto e a tranca, ainda me segurando sobre seus ombros.

Logo depois, Icarus me joga sobre a cama com um gesto agressivo.

── Por que fez aquilo lá fora? ─ perguntou, sua voz baixa e intensa.

── Porque quis, sou uma mulher livre! ─ respondo, desafiadora.

Ele me olha com um sorriso que é ao mesmo tempo assustador e possessivo, como se estivesse avaliando cada palavra que eu digo.

Subindo por cima de mim, ele me deixa impossibilitada de sair de debaixo daquele enorme corpo malhado. Sua presença é avassaladora, e ele diz:

── Você não é uma mulher livre!

Agora seria a minha vez de debochar. Soltando gargalhadas convencidas, sinto sua mão apertar meu queixo com firmeza.

── Você é minha. ─ Ele aperta mais minhas bochechas. ── Minha pirralha, até que eu diga que não! ─ dá um tapa de leve na minha bochecha, provocando um arrepio.

Esse homem é meu. Eu sei que tenho poder sobre ele!

── Eu não sou sua! Você tem a sua família. ─ digo, arrancando uma de suas mãos que estava em meu pescoço, apertando-o com um misto de raiva e desejo.

Seu sorriso quase inaudível é atraente, um sorriso que me deixa toda molhada - e não estou falando apenas do calor sufocante do quarto.

── Errado, eu tenho uma filha. A minha mulher é você!

── Você não me tem mais a partir do momento em que você me traiu... ─ Penso em algo mais cortante para dizer. ── Sua falta de caráter te fez errar e ainda mentir para quem só esperava sinceridade de você! Seu escroto.

Finalmente consigo escapar dele e fico em pé, enquanto ele se senta na cama incrédulo, passando as mãos pelos cabelos bagunçados pela frustração.

── Eu não te trai. ─ diz ele, sua expressão mudando para uma mistura de dor e desafio. ── Não tínhamos nada. Apenas nos pegávamos.

Consigo ver seu sorriso convencido por ter me deixado sem palavras, sem atitude, sem movimentos - como se eu estivesse completamente desarmada diante dele.

Caminho até ele novamente; mas dessa vez, encontro meu impulso incontrolável batendo no homem que eu mais amo...

Ele já parece aceitar cada tapa, cada arranhão, cada insulto que lanço contra ele com uma calma inquietante. É como se essa troca de emoções intensas fosse o nosso jogo particular - um jogo onde o amor e a raiva dançam juntos em perfeita harmonia.

── Você pode até me odiar, mas os orgasmos que te dei você nunca vai esquecer. ─ Ele fala, sua voz carregada de uma confiança que me irrita.

Sério? Sério que ele tá falando isso? Ele só pode estar bêbado ou fumou uma maconha da porra. Passou dos limites.

── E você sempre vai ser minha, nem que eu tenha que te prender para que ninguém mais te toque. ─ Sua voz é firme, mas eu sinto um frio na espinha.

── Faça isso, e eu te mato na primeira oportunidade. ─ sussurro, deixando claro que não estou brincando.

Seus olhos verdes parecem cada vez mais confusos, como se ele não estivesse entendendo nada do que está acontecendo.

Estou sentada ao seu lado, olhando para a parede branca sem nada - nem um quadro. Fria, assim como está o meu coração.

── Eu te amo. ─ Ele diz, coçando os olhos como se tentasse despertar da ilusão.

Surpresa com suas palavras, olho para ele tentando decifrar cada sílaba que saiu daqueles belos lábios.

── Quem ama não faz isso! ─ repito, a dor transparecendo na minha voz.

De joelhos em minha frente, ele me observa novamente; seus olhos suplicam por perdão. Mesmo se fazendo de macho alfa, eu sei que ele sentiu o peso das palavras que saíram de sua boca.

── Lya, Lya Quillan... Eu imploro. Me perdoe. ─ A súplica dele corta como uma faca.

Queria muito dizer que não me comovi com suas palavras, mas a verdade é que não consigo. Não consigo deixar de amá-lo de uma hora para outra; todo mundo merece uma segunda chance.

Mesmo que não seja fácil, eu preciso perdoá-lo.

── Quero que me conte como tudo aconteceu. ─ A curiosidade e a dor se misturam enquanto espero sua resposta.

CONTINUA...

Próximo episódio tem explicação dele.

THE OBSESSION¹⁸ Onde histórias criam vida. Descubra agora