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ICARUS ZEPHYR

Noite da festa.


Se a Lya soubesse o quanto eu a quero, ela ia surtar.

Nunca senti nada por ninguém, mas com ela é diferente. No começo, ela era apenas a irmã mais nova do meu melhor amigo. Mas, com a aproximação que tivemos nos últimos meses, isso me deixou em uma verdadeira confusão mental.

Filha da puta.

Ela me faz sentir coisas que ninguém nunca conseguiu. Gosto de ficar perto dela, gosto de provocá-la. Gosto de deixá-la excitada, pedindo por mim.

(...)

Estamos na boate do meu irmão! Draven decidiu trazer a Lya porque deixá-la sozinha seria muito arriscado.

A vejo tomando um gole da margarita que lhe deram, enquanto meus irmãos já estão na pista de dança. Decido me afastar do local e ir para um espaço mais privado para fumar um cigarro.

O cigarro e o whiskey são vícios difíceis de controlar.

Só o olhar de santinha da Lya já me deixa completamente excitado.

Você ainda vai ser minha, sua pirralha.

Caminho pelo salão iluminado por velas e sigo para o local restrito. Esse espaço é um cabaré onde as pessoas podem se encontrar sem serem vistas; apenas os donos têm acesso às cabines.

Depois de alguns segundos, sinto uma presença feminina.

Eu conheço esse perfume.

Esbarro na Lya, que parece congelar ao me ver.

Mas o que ela está fazendo aqui?

Ela está tão vermelha que suas bochechas parecem dois tomates.

Puxo-a para perto e fecho a porta atrás de nós.

── Que porra você faz aqui? —  pergunto, a surpresa misturada com um pouco de provocação.

Ela permanece em silêncio, como se estivesse buscando as palavras certas.

── Esse lugar não é pra você. Volte para a mesa.

Depois de alguns minutos de tensão, Lya olha nos meus olhos e responde:

── E se eu não quiser? ─ abaixa o olhar ao terminar a frase, como se estivesse desafiando.

Fico pensando no que dizer. Quando estou perto dela, todas as palavras desaparecem, e só restam reações inesperadas.

── Tá muito respondona ultimamente. — digo, passando os dedos pelo seu rosto e deixando uma marca sutil.

Quero tanto te beijar!

Esse desejo fica guardado para mim enquanto Lya me olha com um olhar genuíno, como se tudo fosse novo para ela.

Pego sua cintura, puxando-a mais perto de mim, como fiz quando o pessoal foi pegar as bebidas. Ela tem um quadril perfeito e uma cintura que me deixa em chamas.

Haja de puta.

── Você me quer, Lya? pergunto, quase encostando nossos lábios.

Lya abre e fecha a boca, como se quisesse dizer algo, mas não soubesse como pedir.

Pede, Lya. Diz que me quer.

Pergunto novamente e ouço um “não” escapando dos seus lábios enquanto ela me empurra para longe.

── Preciso que venha comigo. Não quero me perder.

As palavras saem dos seus lábios vermelhos com uma sinceridade que me atinge em cheio.

Permaneço em silêncio, pensando nas consequências de acompanhá-la até a mesa.

── Ok, mas com uma condição: quero poder te beijar onde eu quiser.

Eu sei que você quer isso, sua pirralha pervertida.

── Ok, pode ser. ─ ela responde, desviando o olhar para o chão.

Me aproximo dela, segurando seu rosto e direcionando-o para o meu. Sinto sua respiração ofegante enquanto seus olhos azuis se fecham.

Quero te beijar, mas não posso.

Me afasto e vou em direção à porta.

Lya abre os olhos à procura dos meus até que finalmente os encontra e vem na minha direção.

Ela passa por mim, pega minha mão e me puxa para fora da varanda restrita.

Filha da puta gostosa.

Teremos o Icarus se pronunciando simm!


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