Finalmente diminuo a velocidade do meu carro, pois o maldito sinal parou. O carro de Zion permanece atrás do meu, o que se torna suspeito. Ele provavelmente teria me alertado se fosse ele.
O sinal abre...
Acelero novamente, lançando o carro em alta velocidade. Olhando pelo retrovisor, vejo o carro de Zion, mas sou interrompido pelo toque insistente do meu celular.
(...)
Ligação: Zion Zephyr.
─ Hermano... ─ ele faz uma pausa dramática. ─ Icarus, meu carro tá te seguindo, mas não sou eu... A máfia está de volta e eles vieram terminar o serviço. ─ Ele desliga antes que eu consiga responder.
(...)
Filho da puta! Acelero até o máximo, quase voando para fora da pista. Olho novamente pelo retrovisor e vejo Alexandre com uma arma apontada para mim, seus cabelos loiros balançando ao vento.
Eles querem realmente ferrar com a minha vida. Mal sabem eles que estou de mau humor e que poderia matar qualquer um hoje.
O barulho do tiro ecoa, e percebo a roubada em que me meti. Estou lado a lado com a morte, dançando uma valsa macabra.
Acho que todos nós precisamos de aventura para nos sentirmos vivos! Sinto o sangue pulsando nas minhas veias enquanto meus cabelos voam pela velocidade do carro.
Fecho os vidros, tornando o interior mais escuro e abafado.
Chegando ao limite do acelerador, sinto como se o motor fosse explodir comigo ali no volante. Olho mais uma vez pelo retrovisor e vejo o carro ainda na minha cola, como um carrapato preso entre os pelos de um cão.
Fazendo uma curva arriscada, arrisco minha vida como se não houvesse ninguém no mundo além de mim e Alexandre Alves.
Meus olhos parecem mais verdes do que o normal, mas ao mesmo tempo estão vermelhos por conta das drogas que ingeri nos últimos tempos...
Mas isso não importa agora!
A porra do meu celular toca novamente. Desta vez não é Lya; é um número desconhecido.
Curioso e apreensivo com o que está acontecendo enquanto tento salvar minha vida das garras desse filho da puta chamado Alexandre.
Abro a ligação, ansioso por qualquer informação, mas logo ela é desligada. Meu celular vibra novamente com o mesmo número.
Com apenas uma mão no volante, atendo e falo:
── Fale, seu filho da puta...
── Sabe a sua mulher? Ela pode morrer a qualquer momento.
Meus olhos se arregalam ao pensar que pode ser Lya naquele carro, prestes a morrer justamente hoje.
Respondo, com a voz tremendo de desespero:
── Solte Lya! Eu me entrego; não matem ela...
── Lya? Quem é Lya perto dessa garota? Tô falando da mãe da sua filha!
O coração dispara.
── ICARUS, SOCORRO! ME AJUDE! AJUDE A NOSSA FILHA!
── Gabriela, calma... Eu vou te aju...
A ligação se corta abruptamente.
Diminuindo toda a velocidade do carro em um local extremamente escuro e deserto, sinto o peso da situação esmagar meu peito. A adrenalina que antes me impulsionava agora se transforma em um frio desespero. Sem ninguém por perto, decido me render.
Mesmo que não goste mais de Gabriela, mesmo que eu tenha certeza de que aquela criança não é minha, decido ajudá-la. Afinal, é um bebê. Um bebê que levará meu sobrenome e provavelmente correrá pelos cantos da minha casa!
Olho pelo retrovisor e vejo Alexandre saindo do carro, segurando Gabriela - que já está com a barriga um pouco à mostra - como refém, com uma arma pressionada contra sua cabeça.
Desço do carro com as mãos para o alto, mas sinto o peso do revólver na minha cintura. O sorriso de Alexandre se expande em seu rosto, um sorriso que eu daria tudo para ver desfigurado.
── Olha, a bonequinha desistiu de fugir... ─ ele diz, com uma satisfação doentia.
Ele se aproxima, ficando a poucos centímetros de mim. Minhas mãos estão posicionadas para baixo, perto do meu bolso traseiro onde escondo a arma.
Olho nos olhos verdes quase amarelos dele, e aqueles dentes amarelados estão estampados em seu sorriso de orelha a orelha.
── Libera ela! ─ exijo, tentando manter a voz firme.
── Não, acho melhor não. ─ Ele brinca com o revólver na cabeça de Gabriela, como se fosse um brinquedo.
Sinto a adrenalina pulsando nas minhas veias. Talvez morramos os dois aqui; talvez alguém chegue e mate ele; ou talvez nada disso aconteça e eu esteja apenas montando um filme de terror na minha cabeça.
A incerteza é tão opressiva quanto a arma contra a cabeça de Gabriela. O tempo parece parar enquanto eu pondero minhas opções, meu coração batendo forte como um tambor no silêncio da noite.
── Há tanto tempo eu esperei por esse momento, de poder honrar o nome do meu chefe. Que Deus o abençoe no céu. ─ ele falou, com uma expressão que misturava satisfação e fanatismo.
── Acho que ele deve ter ido pro inferno! ─ retorqui, sentindo a raiva borbulhar dentro de mim.
Os olhos de Gabriela estavam escuros, tristes, como se ela visse a morte bem atrás de mim. Era medo ou apenas a tristeza que carregava consigo?
── Quanto você quer pra soltar ela? ─ pergunto, tentando manter a calma.
── Não vai ser muito caro... Quero sua puta principal, Lya. ─ Ele sorri, como se tivesse acabado de fazer uma piada.
Meu sangue ferve e as veias nos meus braços saltam para fora, prontas para explodir. Aproximo-me dele, reduzindo os centímetros entre nós até que sejam apenas 1 cm. Olho nos seus olhos e, num movimento rápido, puxo Gabriela para trás de mim.
── Filho da puta! ─ grito enquanto arremesso um soco em seu rosto, fazendo-o recuar um pouco.
Vejo-o passar as mãos pela boca agora ensanguentada, um sorriso distorcido se formando enquanto seus olhos se fixam em mim.
Então, vejo Alexandre pegar sua arma e engatilhar. O som do click ecoa na noite silenciosa como um prenúncio de morte.
Tiro meu revólver - já carregado - e miro para ele. É como uma cena de faroeste: ficamos parados ali por alguns segundos, prometendo um ao outro o que faríamos com seus corpos após a morte.
Promessas silenciosas são feitas em meio ao caos quando, de repente, o tiro ecoa. O filho da puta mirou para Gabriela enquanto ela tentava fugir.
Olho rapidamente para trás e vejo seu corpo cair no chão arenoso da mata, próximo ao asfalto.
O mundo ao meu redor parece parar. A adrenalina se mistura com o horror ao ver o que aconteceu. Gabriela não merecia isso; nenhuma das duas merecia estar nessa situação.
── Minha última promessa... Eu vou pagar pra te arrombar todo seu filho da puta. ─ Finalmente o meu primeiro tiro saiu!
(...)
CONTINUA.
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THE OBSESSION¹⁸
FanficUma história de amor e obsessão que com certeza vai conquistar vocês. Lya Quillan é apaixonada pelo melhor amigo do seu irmão, mas os dois nunca se falaram, até que, em uma noite, tudo muda. De repente, Lya se vê ainda mais envolvida no jogo de sed...