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❝ Se o inferno for o meu destino eu desço de porche e te trago de fino. ❞


LYA QUILLAN

Cancún, México
3 anos se passaram...

Quase bato a merda desse carro. O trânsito só tem aumentado nesse inferno de país.

Estou indo para o México por causa de um contrato com uma das melhores empresas que estão surgindo por aqui.

Os empresários não quiseram revelar o nome da empresa, preferindo que eu viesse sem mais delongas.

O México não mudou nada em três anos: mesmos prédios, mesmas pessoas.

Conseguimos comprar uma casa próxima à maior praia da região.

Poucos moradores, por isso as casas são as mais caras.

Ao chegar na empresa, passo direto pela recepção e sigo para o andar indicado no torpedo.

10° andar.

Sou recepcionada por dois seguranças vestidos de preto com óculos escuros ridículos.

A porta se abre e entro. Tem alguém sentado na cadeira, de costas para a porta.

- Srt. Lya Quillan. - diz uma voz grossa.

A cadeira se vira e quase caio pra trás ao ver quem é.

Zion Zephyr.

Então essa é a nova empresa Zephyr, bem arrumadinha até.

- Eu mesma. Não contava que fosse você. - me sento, tentando manter a compostura.

- Como vai a vida na Flórida? - pergunta ele, com um tom casual.

- Não estou mais morando lá; tenho compromissos aqui.

- Ah, bom. Vamos fechar contrato.

- Preciso saber dos termos.

- Bom, continuamos com a máfia. E vocês?

- Sim. - respondo seca, sem rodeios.

- Sua personalidade mudou. - ele me observa, pensativo.

- Todos podem recomeçar, mas não pelo amor; sim pela vingança.

- Tá fria; a facção te mudou. - me levanto e começo a ir em direção à porta. - Ok, vamos continuar.

- Pensei que você não queria.

Conversamos sobre os termos, concordo com todos e assino o contrato. Juntamos, finalmente, as empresas novamente.

A porta se abre e o babaca de anos atrás entra.

Seus olhos encontram os meus.

Estou usando um conjunto de alfaiataria: um cropped e uma calça preta, com um salto fino que me deixa mais alta. Meu cabelo está solto, com algumas mechas atrás das orelhas; enormes brincos brilham em minhas orelhas e uma maquiagem básica completa o visual.

Vejo os olhos de Icarus se iluminarem com um tom de surpresa ao me ver.

Depois de três anos sem trocar uma palavra, ou mesmo um simples "bom dia", meu novo estilo deve ser um choque para ele.

Nossos olhares se conectam. Vejo o verde dos seus olhos, agora mais escuros do que antes; seu semblante, que era triste, agora demonstra curiosidade.

Ele seca as mãos no paletó preto, com uma gravata da mesma cor. Seu cabelo continua desajeitado e seu humor é tão desagradável quanto sempre foi em uma segunda-feira.

Levanto da cadeira, pegando minha bolsa que estava em cima da mesa e me dirigindo à porta, enquanto Icarus permanece paralisado.

- Lya? - a primeira palavra sai dos seus lábios, como se tentasse acreditar que sou eu.

- Eu mesma, Lya Quillan. - estendo a mão em cumprimento.

Ele beija minha mão e dá um sorriso carregado de nostalgia.

- Ok, então o contrato está fechado. - puxo minha mão e passo por ele.

- Obrigada por comparecer, Lya. Quer ir à nossa festa hoje? - pergunta Zion, quebrando a tensão no ar.

- Mesma casa? - pergunto, levantando uma sobrancelha.

Ele balança a cabeça afirmativamente.

- Pode ser. Tenho que buscar Draven no aeroporto.

- Leve-o também. - afirmo com a cabeça enquanto passo pela senhora vestida com um vestido branco deslumbrante.

Tia Victória.



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