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❝Eu quero que me beije!!!❞
─Lya Quillan.

LYA QUILLAN

Cancún, México
1 mês depois.


A vida com a família Zephyr tem sido uma montanha-russa. Meu irmão teve que se mudar temporariamente, e agora estou cercada por seguranças por todos os lados. As tentativas de sequestro pela facção só aumentam, e eu mal posso sair do quarto sem me sentir em perigo.

Arthur escapou do galpão onde estava preso, mas isso não mudou a situação. A gangue está mais agressiva do que nunca, e a enorme mansão Zephyr se tornou meu refúgio, mesmo que eu me sinta um pouco aprisionada.

Com a escola fechada devido ao vandalismo e ao pânico que tomou conta da cidade, comecei a estudar online. É estranho não estar cercada por colegas de classe, mas pelo menos posso manter minha rotina de estudos - uma forma de escapar da realidade.

Minhas feridas estão cicatrizadas agora, mas as lembranças ainda estão frescas. Após um mês vivendo com Icarus, nossa convivência se tornou um desafio. Cada olhar seu parece carregar uma carga emocional que me deixa irritada e confusa. Não que eu tenha força para lhe dar palmadas, mas às vezes só quero explodir.

Estou sentada na cama quando ouço barulhos na porta do meu quarto. O Sr. Arthem entra sem cerimônia, seguido pela tia Victória, que está deslumbrante em um vestido preto justo.

- Oi Lya! Vamos sair, mas fique tranquila; temos seguranças por todo o jardim e o Icarus também vai ficar - diz Arthem com um sorriso tranquilo.

Assinto com a cabeça enquanto me levanto da cama e vou até a porta para me despedir.

- Que bom que vão sair! Estão belos - digo sinceramente.

Eles me abraçam antes de saírem, e sinto uma onda de carinho invadir meu coração. É bom saber que eles se importam comigo nesse momento difícil.

(...)

Depois que eles saem, decido pegar um copo d'água. Sigo pelas escadas quando ouço passos atrás de mim. Viro-me e vejo Icarus subindo atrás de mim, usando apenas um short de moletom e tênis da Nike. A visão dele é bem... distraente.

- Lembra do combinado da boate? - ele pergunta, fazendo meu estômago revirar ao lembrar do nosso acordo.

Eu engulo em seco. A boate é o último lugar onde quero estar agora, especialmente considerando o perigo constante em que estou vivendo. Mas ao mesmo tempo, a ideia de sair para algo normal parece tentadora.

- Icarus... - começo a protestar, mas ele me interrompe.

- Eu sei que está difícil - diz ele com uma expressão séria - Mas precisamos fazer algo além disso tudo. Não podemos ficar trancados aqui para sempre.

Ele tem razão; viver isolada não é uma solução sustentável. Mas ainda assim...

- E se algo acontecer? Não quero colocar ninguém em risco - respondo hesitante.

Ele dá um passo mais perto, seu olhar intenso fixo no meu.

- Vou cuidar de você. Prometo. Só precisamos ser espertos sobre isso - ele conclui com confiança.

Sinto meu coração acelerar diante da segurança em suas palavras e da proximidade dele. O que será que eu realmente quero?

A cada passo que dou, sinto a pressão aumentando.

- Me esquece, já está com um mês - digo, tentando manter a firmeza na minha voz enquanto subo o último degrau.

Quando coloco o pé no topo da escada, sinto a mão fria de Icarus agarrar meu braço. Seu toque é suave, mas firme.

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