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── Cala a boca. ─ falo, tentando impor um controle que já se esvaiu.

Lya me olha incrédula, chocada com minha ousadia de mandá-la calar a boca.

Sua expressão muda rapidamente, e ela avança com toda a sua fúria em minha direção.

── Quem você acha que é para me mandar calar a boca? ─ ela grita, me chutando com força.

Seus chutes doem, deixando minhas pernas vermelhas e pulsando de dor.

── Des... ─ tento protestar, mas sou interrompido.

── Desculpa o carai! Espero que você se foda muito ainda nessa vida! ─ ela dispara, sua voz cheia de desprezo.

Em seguida, destranca a porta e sai batendo com força, e mais uma vez sinto que perdi minha garota.

Talvez ela já não seja tão minha assim. A ideia de que eu realmente precise matar Bryan para tê-la de volta começa a se formar em minha mente.

Tranco a porta com a chave que ela jogou no chão ao sair e vou para o banheiro.

Tomo um banho rápido, tentando limpar não só o sangue do meu corpo, mas também essa sensação pesada que me envolve. Coloco uma jaqueta preta sobre uma regata branca e uma calça jeans, enfeitando meu pescoço com correntinhas e colocando uma arma no bolso.

Desço as escadas com a chave do meu carro na mão. A multidão já não está mais aqui; todos foram embora após o tumulto. Algumas mulheres estão limpando o chão manchado de sangue, suas expressões refletindo o horror do que aconteceu.

── Eii, eii! Você vai pra onde? Não vai sair de casa assim! ─ diz Keldan, tentando me impedir.

── Icarus! ─ ouço os gritos dele ecoando à distância, mas minha mente está focada em outra coisa.

A adrenalina corre em minhas veias enquanto sigo em frente...

No estacionamento da nossa casa, pego minha Lamborghini e arranco em alta velocidade.

Preciso matá-lo; seria o crime mais prazeroso que já cometi!

Ao longo da minha vida, matei pessoas por vingança, nunca por desejo. E nas poucas vezes em que fui preso, meus pais sempre me tiraram da cadeia. Mas hoje é diferente. Hoje, vou matar por prazer. Quero ver a cabeça daquele babaca explodir nas minhas mãos e ouvi-lo suplicar por perdão, implorando para que eu o deixe viver.

Lya é minha mulher, e ninguém toca nela.

Posso estar completamente louco, talvez até um pouco psíquico. Eu sou louco; acho que amar de verdade é ser um pouco insano.

Enquanto dirijo, olho pelo retrovisor e vejo o carro de Zion seguindo o meu. Que tortura!

Meu celular vibra no banco ao lado, repleto de mensagens e notificações que não me interessam. Mas há uma que se destaca: Lya.

Suas mensagens transbordam medo misturado com curiosidade.

"Não faça nada, seu louco."

Uma das mensagens me arranca um sorriso sincero, mas já é tarde demais...

O carro de Zion tenta ultrapassar o meu, mas não consegue. A adrenalina corre em minhas veias enquanto acelero ainda mais, determinado a seguir meu caminho sombrio.

CONTINUA...


THE OBSESSION¹⁸ Onde histórias criam vida. Descubra agora