THE OBSESSION¹⁸

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A chuva começou a cair, misturando-se ao sangue de Alexandre que escorria pelo terno branco, agora manchado e desfigurado. Era como se o céu estivesse chorando pela brutalidade do que acontecia, cada gota caindo sobre nós, somando-se ao caos.

Seus olhos estavam arregalados, quase completamente brancos, quando, sem forças, o filho da puta puxou o gatilho mais uma vez. O som do disparo ecoou em uma sinfonia de dor e desespero. Senti o impacto no meu corpo e fui abatido novamente.

Talvez esse soldado aqui já não tivesse mais tanta força como antes...

Olhei para meu braço esquerdo e percebi que o tiro não havia penetrado tão profundamente quanto o anterior. Um alívio passageiro atravessou minha mente confusa; ainda estava vivo.

Mas então vi Alexandre cair, seu corpo desmoronando no chão como um boneco de palha arrastado pela ventania. Um sorriso peculiar se abriu em meus lábios, uma mistura de triunfo e alívio. A batalha estava chegando ao fim.

Meu rosto estava encharcado pela chuva e pela dor, os olhos quase se fechando enquanto eu me sentava naquele chão frio e coberto de mato. Procurei por Gabriela, desesperado, mas seu corpo não estava mais onde eu esperava. O tiro havia atingido sua perna, mas a gravidade da situação me fazia pensar que ela não estaria imune ao destino cruel desta noite.

── Sua vida acabou, seu fudido... ─ gritou uma voz fina ao meu lado.

Antes que eu pudesse me virar ou tentar me levantar, minha visão começou a escurecer. A realidade se dissolvia em uma névoa densa. O peso da dor e da perda me arrastava para um provável fim...

LYA QUILLAN

Era uma madrugada inteira atrás de Icarus, e eu me perguntava: por que toda festa na casa Zephyr termina em tragédia? O mistério de seu desaparecimento me corroía por dentro. Apesar das brigas que tivemos nos últimos meses, o medo de perdê-lo era insuportável.

Conseguimos rastrear seu carro pela localização, mas ele estava em um local muito distante. O celular não parava de tocar sem resposta, e a ansiedade só aumentava.

── O carro do Alexandre está no mesmo local que o do Icarus. Eles estão parados há mais ou menos duas horas. ─ afirmou Keldan, sua voz carregada de preocupação.

── Precisamos ir lá! ─ disse, a urgência transparecendo em cada palavra. ── Eu preciso achar Icarus!

── Você fica! ─ Zion me ordenou, como se fosse o líder dessa missão.

Olhei para ele com todo o ódio que poderia existir dentro de mim. A vontade de pular em seu pescoço era forte, mas consegui me segurar para não estragar nossa amizade. Em vez disso, respondi com firmeza:

── Você não manda em mim! Não me dê ordens, mocinho...

Zion ergueu as mãos, como se estivesse se rendendo ao meu descontentamento. Ele sabia que eu não ia ceder tão fácil.

── Tudo bem, você pode ir - ele finalmente admitiu, embora seu tom ainda fosse cauteloso. - Mas precisamos ser rápidos e cuidadosos.

Com um aceno afirmativo, percebi que ele entendia a gravidade da situação. Juntos, nós três - eu, Keldan e Zion - nos dirigimos para o carro, a adrenalina pulsando nas veias enquanto a esperança e o medo se entrelaçavam.

O caminho até lá parecia interminável. Cada segundo contava e cada silêncio entre nós pesava como uma pedra na consciência. O que teria acontecido com Icarus? A imagem dele sorrindo nas festas passadas era agora um fantasma assombrando minha mente.