Capítulo 48 - Emoções à flor da pele

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KEVIN:

  Ainda permanecíamos abraçados no corredor da empresa. Eu segurava Kali fortemente, temendo que algo acontecesse com ela. Porém, de repente, ela me empurra gentilmente, e percebo um olhar tímido em seu rosto.

  — Desculpe, Kevin. Mas acho melhor não demonstrarmos afeição aqui. Alguém pode nos ver. — ela comentou meio preocupada.

  Após suas palavras, pego em sua mão e a guio até o meu escritório. Chegando lá, fecho à porta, ficando a sós com ela. Dou alguns passos rápidos em sua  direção e a envolvo novamente em meus braços.

  — Ah, Kali, eu estava tão preocupado. Fiquei com medo de que algo tivesse acontecido com você. — confessei inquieto.

  — Está tudo bem, Kevin. De verdade. — ela assegurou, com a voz baixinha.

  Nesse instante, um ronco ecooa pelo ambiente, e logo, constato que vêm da barriga de Kali. Eu não consigo evitar em soltar uma pequena risada.

  — Está com fome, minha linda? — perguntei, com um sorriso caloroso. — Que tal irmos até a cantina da empresa e almoçarmos juntos?

  — Se fizermos isso, você estará confirmando nosso namoro diante de todos. Isso é inapropriado, Kevin. — ela respondeu meio desconcertada.

  Logo vejo o desconforto em seu rosto e concluo que Kali ainda não se sentia pronta para isso. 

  — Entendo. Se é assim que você se sente, vou respeitar a sua decisão. — digo, acariciando delicadamente o seu rosto.

  Então, eu saio  primeiro do escritório, em direção à cantina da empresa, enquanto sinto a presença de Kali me acompanhar a uma certa distância.

  Ao chegar na cantina, todos os meus funcionários me encaram e me cumprimentam com sorriso falsos e palavras vazias. Na verdade, eles só me aturavam porque eu era o filho do CEO da empresa, e ninguém tinha coragem de me confrontar, exceto Kali.

  Entrei na fila e imediatamente os funcionários me dão o direito de passar na frente deles. Assenti lentamente e os agradeci. Olhei para as opções de comida e sorrio satisfeito. Peguei uma bandeja e comecei a colocar no prato o que mais me agradava.

  Saí com a bandeja e decido sentar na mesa do canto, esperando por Kali. Em seguida, ela me direciona um olhar gentil e entra na fila também.

  De repente, sinto uma vibração no meu bolso e retiro meu celular para atender a ligação. Do outro lado da linha, Joshua diz que meu pai precisou pegar um avião para Miami nesse exato momento, em uma viagem de negócios que duraria alguns dias. Enquanto isso, Joshua ressalta que eu assumiria a empresa durante a ausência do meu pai, dizendo que essa é uma ótima oportunidade para que eu me reconcilie com ele.

  Faço uma careta ao ouvir aquilo. Neste momento, um estrondo ecoa pela cantina. Quando viro o rosto, vejo Kali sendo cercada por dois funcionários da empresa. Sua roupa está manchada e a bandeja que ela tinha em mãos, agora estava no chão.

  - Que merda! Não têm olhos não, macaca?! - elevou a voz um dos homens.

  Ao ver os dois funcionários gritando e menosprezando Kali, aquilo fez meu sangue ferver de raiva. Sem pensar duas vezes, saio do meu lugar e vou na direção deles completamente indignado.

  — O que vocês pensam que estão fazendo?! — esbravejei enojado.

  Um dos funionários tenta distorcer a verdade na minha presença, alegando que foi Kali a culpada, mas eu sei muito bem o que vi.

  — Não importa quem começou. O que importa é que vocês estão agindo de maneira inaceitável! Isso não é um circo, espero que saibam qual o lugar de vocês nesse ramo. — retruquei friamente. — Caso estejam insatisfeitos com a empresa, posso fazer com que seus salários sejam diminuídos, o que acham disso?

  Eles ficam chocados com minhas palavras, provavelmente não esperavam que eu fosse repreendê-los dessa forma.  

  — Isso não é necessário, senhor. — interviu Kali. — Eu não prestei atenção. Foi minha culpa.

  Enfurecido, ignoro a resposta de Kali, e pego em sua mão, com a intenção de tirá-la de lá. No entanto, Kali se solta, fazendo uma expressão de negação.

  Impaciente com aquela situação, num movimento ágil, pego Kali no colo e saio com ela nos braços na frente de todos, atraindo olhares curiosos. Levo-a até chegarmos em meu escritório.

  — Me coloque no chão, Kevin! Eu posso muito bem andar sozinha. — ela disse firmemente.

  Obedeço ao seu pedido e a ponho no chão.

  — Você é louco ou o quê?! Não precisava fazer aquele escarcéu por minha causa! — ela retrucou irritada.

  Eu pressiono minhas mãos sobre seus ombros e a encaro seriamente:

  — Escute-me. Sim, eu sou o filho do CEO desta empresa, mas antes disso, eu sou o seu namorado. Não posso permitir que os outros a diminuem bem na minha frente! Você merece respeito!

  Percebo surpresa em seus lindos olhos. E tocados pelo calor da emoção, não resisti e aproximei meu rosto lentamente no de Kali. Seus olhos se encontram com os meus, que se suavizaram diante dela.

  — Será que ainda não entendeu? Eu gosto de você, Kali. — digo com toda sinceridade.

  — Você não está dizendo isso apenas para flertar comigo? — ela indagou confusa.

  — Deixa eu te mostrar. — declarei determinado.

  E então, nossos lábios acabaram se encontrando em um beijo doce e apaixonado. O tempo pareceu parar ao nosso redor, e por incrível que pareça, logo senti as mãos de Kali entorno de mim, retribuindo o gesto. 

  Meus olhos sorriem e intensifiquei ainda mais o beijo, segurando-a fortemente pela cintura, como se nunca quisesse deixá-la ir. O sentimento que tenho por Kali é indescritível, mas posso dizer que com certeza é o mais bonito e genuíno amor que já experimentei.

  Após me entregar ao beijo com Kali,  ela se recompõe e me afasta com um semblante assustado, deixando-me preocupado.

  — Kali, o que houve? — perguntei apreensivo.

  Ela desconversa, mantendo distância de mim.

  — Por favor, me conte o que aconteceu. Eu fiz algo de errado? — insisti.

  — É que... Fui pega de surpresa. Não esperava. — ela confessou timidamente.

  Sorrio com sua reação fofa.

  — Não precisa ter vergonha, Kali. Já nos beijamos outras vezes, lembra? — digo, puxando gentimente sua cintura até mim.

  Ela me olha surpresa e eu continuo:

  — Se você estiver desconfortável com isso, pode me ensinar a beijar. Estou disposto a aprender. — brinquei.

— Você é tão descarado em me provocar, Kevin. — ela disse de maneira sarcástica.

 — A única pessoa que eu gosto de provocar é você. Pois saiba que eu nunca quis te assustar ou te deixar desconfortável. Só quero que você saiba o quanto é importante para mim. — confessei finalmente.

  Depois de confessar meus sentimentos a Kali, ela sorriu e para minha surpresa, ela me retribuiu com um outro beijo, mais intenso que o primeiro. Nossos lábios se expressavam em uma dose de paixão e desejo, se tornando cada vez mais evidentes.

  — Não há como negar, realmente me apaixonei por Kali. E a partir desse momento, quero permancer ao seu lado para sempre. — pensei confiante.

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