KALI:
Eu estava na porta de casa, ofegante, quando, de repente, chegaram dois carros da polícia, seguidos por um terceiro, de cor vermelha. Ao ver a pessoa que saiu do carro vermelho, senti um arrepio: era o delegado da noite passada. Ele parecia surpreso ao me ver, exatamente como eu me senti em relação a ele.
— Senhorita Kali Park? Você de novo? — perguntou o delegado olhando fixamente para mim.
Assenti nervosamente.
O momento entre nós foi interrompido pelos gritos preocupantes dentro de casa. Assustada, pensando que aconteceu algo com minha mãe, rapidamente o delegado e eu corremos para dentro da casa, apreensivos. Me deparei com minha mãe na cadeira de rodas e me emocionei ao vê-la. Abracei-a, e ela chorou por me ter em seus braços.
— Mãe! — exclamei.
— Foi sua mãe que chamou a polícia? — indagou o delegado confuso.
Ainda emocionada, a pergunta é confirmada com a cabeça, enquanto seca as lágrimas.
— Sim, sou Lilian. E essa foi a única maneira que encontrei de pedir ajuda para salvar minha filha. Não sabia mais o que fazer! — exclamou minha mãe apavorada.
— Fique tranquila, minha senhora. A polícia está aqui, eu sou o delegado Anthony Brown. Conte-me sobre este caso. — explicou ele.
Então minha mãe começa a contar o ocorrido, de como fomos surpreendidas com a presença de um homem estranho e desconhecido dentro de nossa própria casa, nu tomando banho. E de como eu havia enfrentado o homem, mas ele me fez de refém para poder fugir.
— Você enfrentou mesmo ele, senhorita? Foi muito corajosa, mas dá próxima vez, fique longe de confusões. Sua mãe precisa de você segura. — falou Anthony surpreso.
— Não foi tão perigoso assim, eu apenas...
— O delegado tem razão, filha. Nunca mais faça algo tão perigoso. — confessou minha mãe, puxando meu braço gentilmente.
De repente, minha mãe começou a tossir muito, deixando-me preocupada.
— Mãe. Mãe, tá tudo bem? Mãe! — exasperei sobressaltada.
— Senhora! — exclamou Anthony também angustiado.
— Anthony, fique com ela. Vou pegar um copo de água! — falei apressadamente.
Corri até a cozinha rapidamente, enchi um copo de água fresca e voltei para a sala para dar à minha mãe. Anthony, o delegado, foi prestativo e me ajudou a dar água para ela.
— Beba devagar, dona Lilian. Estamos aqui para ajudar. — ele disse gentilmente.
Enquanto minha mãe bebeu lentamente, fiz uma leve massagem no tórax dela para evitar que se engasgasse. Logo, ela voltou ao normal, e tanto eu quanto Anthony suspiramos aliviados.
O restante da polícia revistou o local e revelou ter encontrado uma camisa masculina molhada na cadeira secando no meu quarto. Anthony olhou para mim, e eu tentei teatrar novamente.
— Você acha que ele estava me espionando? — perguntei assustada.
O delegado colocou a mão suavemente em meu ombro e tentou me tranquilizar:
— Vamos investigar isso, Kali. Vamos descobrir o que está acontecendo aqui.
— É claro. Eu te levo até a porta. — digo hospitaleira.
Ele assentiu. E me acompanhou até o lado de fora. Ao estar na escadaria do prédio, puxo levemente o braço do delegado, e ele me olha todo confuso.
— Mais alguma coisa, senhorita? — ele questionou.
— Delegado, se importaria de responder uma dúvida que tenho. — pedi meio hesitante.
— Sim, é claro. O que é? — ele indagou, esperando a minha pergunta.
— Por que você fez tanta questão de se envolver nesse caso? Com todo respeito. — comentei intrigada.
— É o meu dever como parte da polícia, Kali. Estamos aqui para proteger e servir a comunidade. — ele respondeu imediatamente.
Porém, minha curiosidade persistiu.
— Você está realmente disposto a ajudar pessoas como nós? — perguntei apreensiva.
Anthony deu de ombros, me surpreendendo que ele não se importava com isso.
— Não vejo diferença entre pessoas brancas e negras, Kali. Minha mãe adotiva me mostrou que a cor da pele não define o caráter de alguém. — ele explicou.
— E onde está ela agora?
— Ela já partiu, mas sempre carrego os ensinamentos dela comigo. A cor da pele nunca foi um obstáculo para ela, e não será para mim. — afirmou Anthony.
Absorvi a história do delegado, percebendo a profundidade de suas experiências de vida.
— Ela deve ter sido uma mulher admirável! — comentei pensativa.
Então Anthony esboça um sorriso discreto em seus lábios e revela:
— Sim, ela era. Linda, forte e corajosa.
De repente, o delegado dirige um olhar sério sobre mim, o que me deixou visivelmente incomodada.
— O que foi, senhor? — perguntei desconcertada.
— Não é nada. É que... Você se parece com ela. Você também é linda e corajosa, Kali! — falou Anthony.
Fico tímida com o olhar persistente do delegado sobre mim. Tento recompor a postura, e resolvo mudar de assunto:
— Vá com cuidado, delegado. E obrigada. — agradeci.
Ele assentiu. Porém, antes dele ir definitivamente embora, Anthony passou o seu cartão de visitas para mim.
— Se você tiver alguma informação que possa ajudar no caso, pode me ligar a qualquer momento, Kali. — ele avisou gentilmente.
Agradeci mais uma vez pela ajuda, enquanto Anthony coordenava a equipe de polícia em busca de mais pistas sobre o invasor misterioso na delegacia. Guardei o cartão no bolso do casaco, sentindo um misto de problema e preocupação em meu coração.
O que posso dizer é que a vinda do delegado me surpreendeu hoje, mas sabia que no fundo mais problemas viriam à tona nesta casa. E eu deveria estar preparada.
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Acidentes do Coração
RomansaKevin, um rapaz rico e mimado, aceita uma aposta para conquistar qualquer garota, mas o destino o leva a Kali, uma moça trabalhadora e resiliente com um passado sombrio. O que começa como um jogo de poder, acaba revelando segredos dolorosos e uma bu...