Capítulo 16 - Investigação

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KEVIN:

  Joshua me trouxe de volta à mansão, e ele me deu a notícia de que meu pai, Logan, queria falar comigo no escritório dele. Aquilo fez meu estômago se contorcer de apreensão. Ao entrar em casa, Iolanda, minha madrasta, estava pronta para despejar suas acusações em cima de mim.

  — Olha só quem resolveu aparecer! Desapareceu para se divertir, não foi?  — ela disse com desdém.

  Respirei fundo, pedindo a mim mesmo para manter a calma.

  — Iolanda, cuide da sua vida e guarde suas suposições para você mesma! — rebati seriamente.

  Com uma ordem, Iolanda pediu a Yonara, que estava presente, para pegar uma camisa para mim, mas recusei de imediato. Subi as escadas determinado, ignorando os olhares curiosos.

  Ao chegar ao escritório, bati na porta e entrei, onde meu pai, Logan, estava sentado à mesa. Ele pediu que eu me sentasse, indicando a cadeira à minha frente. Fecho a porta, e lgo sento. Meu coração pusalva de medo, temendo o que viria agora.

  — Kevin, precisamos conversar. — ele pronunciou-se num tom autoritário.

  — Estou ouvindo, pai. — respondi seco.

  — Onde você estava, filho? Fiquei preocupado com você. — ele falou apreensivo.

  — Não é como se alguém aqui se importasse realmente. Iolanda já tirou suas próprias conclusões. — cruzei os braços, frustrado.

  Meu pai suspirou, parecendo cansado.

  — Eu sei que as coisas não estão boas entre nós, Kevin, mas precisamos resolver isso. Onde você estava? — ele perguntou outra vez.

  — Estava por aí, resolvendo minhas próprias questões. Satisfeito? — reclamei.

  — Hm. Entendo. Por favor, agora olhe para a televisão e me explique certas coisas. — ele pediu suavemente.

  Fiquei momentaneamente confuso pelo seu pedido, mas obedeci. E com um controle remoto em mãos, meu pai me questionou novamente após passar uma imagem minha conversando com uma jovem negra no meio da rua ontem. Tentei disfarçar meu nervosismo e aleguei que não a conhecia.

  — Isso é estranho. Na foto, mostra claramente que você a conhece. — ele falou sorrindo. 

  — Definitivamente não conheço essa mulher! — retruquei firmemente.

  Então, meu pai passou para a próxima foto, mostrando nós dois nos beijando. Engoli em seco, mas decidi permanecer em silêncio. Meu pai riu da minha tentativa de negação e passou para a próxima imagem.

  Dessa vez, era a moça desferindo um tapa no meu rosto, com uma expressão de indignação.  Levantei-me da cadeira sobressaltado.

  — O que diabos está fazendo, pai? Você está me espionando pelas costas?! — interroguei incrédulo, por sua ousadia.

  — Estou apenas tentando entender o que está acontecendo. Como você encontrou essa moça? Quem é ela exatamente? O que aconteceu? — perguntou ele calmamente.

  — Isso não é da sua conta! Você está invadindo minha privacidade! — rebati irritado.

  — Se está acontecendo algo que afeta você e, por consequência, a nossa família, então é sim da minha conta! Sentemos e resolvemos isso agora. — ele protestou ferozmente.

  O clima da sala ficou tensa, enquanto eu ponderava sobre como lidar com essa situação inesperada.

  Vendo que uma nova discussão se formaria entre nós, decidi omitir metade da história, sem mencionar o nome de Kali. Então suspirei fundo e comecei a contar ao meu pai: Que conheci a moça no restaurante onde costumava encontrar meus amigos. Descrevi a cena de como tentei impressioná-la com meu flertes, mas contei que ela não deu muita atenção para mim.

  Percebo a expressão de surpresa na face de meu pai, e tento acrescentar algo para convencê-lo. 

  — Acontece, pai. Às vezes as pessoas não estão interessadas. Eu só queria me divertir um pouco, mas infelizmente nada rolou.

  Porém, para o meu espanto, ele começou a rir por um longo tempo, deixando-me confuso.

  — Posso saber qual é a graça? — indaguei sem entender nada.

  — Você paquerou uma mulher negra? Isso é rídiculo, meu filho! — ele riu mais uma vez.

  — Qual o problema com isso? O que tem haver dela ser negra? — questionei.

    De repente, meu pai tomou uma postura séria e num tom autoritário, perguntou:

  — Não minta pra mim, Kevin. A moça das fotos... Você não se apaixonou por ela, certo? 

  Rapidamente caio na risada por um bom tempo também e depois confesso firmemente:

  — Apaixonado? Eu? Por aquela coisa?! Nada haver, pai! Ela nem é tão bonita assim! Isso só foi mais um lance casual! 

    — Escute meu filho! Se você se envolver com essa moça, o deserdarei completamente. Eu o proíbo de você ir encontrá-la novamente. Estamos entendidos, Kevin? — subiu o tom de voz dele, como se fosse uma ameaça.

  Assenti lentamente em concordância. Mas dentro de mim, aquilo era insuportável de se aceitar. Confesso que Kali, de alguma maneira, me atraía como um super ímã. Mas não sabia como explicar. 

  Percebo o olhar fixo de meu pai sobre mim, e resolvo garantir mais uma vez que não havia nada entre mim e aquela moça negra nas fotos, mas a ameaça dele ainda pairava sobre a sala, criando uma tensão palpável entre nós.

  — Se era isso, eu posso voltar para o meu quarto? — perguntei calmamente.

  — Pode. Vou pedir que Yonara trazer uma roupa limpa para você. — falou meu pai educadamente.

  — Ótimo. — respondi, saindo do escritório e indo para meu quarto.

  Ao adentrar, imediatamente fecho a porta e suspiro profundamente. 

  — Se isso continuar, Kali ficará em perigo. Certamente, meu pai mandará investigá-la ou oferecer dinheiro para afastá-la de mim. Eu preciso fazer algo antes que o pior aconteça. — pensei meticulosamente. 


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