KEVIN:
Eu olhei para Ethan ainda surpreso, e depois me dirigi a Kali, sem entender o porquê dos dois estarem juntos.
Então, ela no meio de nós, sorriu gentilmente e pegou na minha mão.
— Estou aqui pelo meu namorado. — afirmou Kali.
Aquelas palavras fizeram meu coração acelerar. Por dentro, senti uma explosão de emoções ao ouvi-la dizer que éramos namorados na frente de Ethan. Meu primo, possuía um semblante de espanto, mas então, ele nos parabenizou:
— Já que encontrou seu namorado, farei questão de deixá-la nas mãos dele. A gente se vê. — ele disse colocando o capacete de volta e se afastando.
Após a saída de Ethan, encarei Kali com uma expressão séria.
— Como você e Ethan se conheceram? — perguntei, um pouco enciumado.
Então, Kali começou a contar que o encontrou quando fugiu do hospital, porém, eu a interrompi imediatamente.
— Você fugiu do hospital? — questionei confuso. — Por que?
Ela me encarou por um momento antes de responder. Mas com os olhos brilhando, ela confessou num tom carinhoso:
— Porque estava com saudades de você, Kevin.
Novamente, as palavras dela me atingiram em cheio como um raio, deixando-me sem palavras. De repente, me vi encarando a mão de Kali, que estava entrelaçada com a minha. Ela percebeu meu olhar e tentou se soltar, mas eu a segurei firme.
— Sua mão... Está quente. — digo espantado.
Sem perder tempo, coloquei minha mão em sua testa. Estava quente, muito quente.
— Você fugiu do hospital com febre, Kali? Por que você faria algo tão estúpido? Isso não é do seu feitio! — discuti.
Ela permaneceu calada diante de mim. Seus olhos encontraram os meus, cheios de lágrimas. Eu nunca a tinha visto chorar antes. As perguntas que eu tinha sobre a foto antiga que encontrei, de repente, pelo menos, naquele momento se tornaram insignificantes.
— Kevin... — ela sussurrou, melancólica. — Me abrace, por favor.
Mesmo não entendo o que estava acontecendo com Kali, não hesitei. A envolvi em meus braços, e ela encostou a cabeça em meu peito, chorando ainda mais. Não sabia que palavras usar naquela situação, então apenas fiquei ali com ela, tentando oferecer algum tipo de conforto. Ficamos assim por alguns minutos.
Ao ver que Kali havia parado de chorar, sugeri de voltarmos para o hospital antes que sua febre piorasse, porém, quando fiz isso, ela me olhou com uma expressão desesperada.
— Por favor, Kevin, me leve daqui. Não importa o lugar... Eu só não quero voltar ao hospital. — ela implorou.
Mesmo não entendendo nada, assenti lentamente. Então, num movimento rápido, peguei Kali no colo e a levei até o meu carro que estava estacionado ali perto. Coloquei-a no banco passageiro e afivelei o cinto de segurança nela. Nossos olhares se encontraram por um momento, tudo pareceu parar.
— Para onde estamos indo, Kevin? — ela perguntou baixinho.
Eu a encarei seriamente e perguntei:
— Você já comeu alguma coisa hoje, Kali?
Ela balançou a cabeça, em sinal de negação.
— Então, vamos achar um lugar para comer. Um lugar tranquilo, onde você possa se sentir melhor. — digo, tentando tranquilizá-la.
Entrei no carro e seguimos pela estrada. Enquanto dirigia, notei que Kali estava encostada na janela, tremendo. Desliguei o ar condicionado e liguei o aquecedor, esperando que isso a ajudasse a se sentir mais confortável e segura.
Para mim, nada mais importava. Eu estava determinado a ajudar Kali. Estou dirigindo pelas ruas estreitas de uma pequena cidade, logo, percebo que ela está desacordada ao meu lado. Desesperadamente, pisei no acelerador para chegarmos mais rápido.
Finalmente, chegamos ao destino, aonde minha mãe foi criada: o orfanato Happy Family. Que também possuía uma creche. Assim que paro o carro, pego Kali nos braços e corro em direção ao orfanato, chamando pela Sra. Stella, a diretora.
Ao encontrá-la, ela nos leva para um quarto reservado. Coloco cuidadosamente Kali a cama, enquanto Stella verifica o pulso dela. A expressão do rosto de Stella é séria, o que só aumenta minha ansiedade.
— Quem é ela para você, Sr. Bittencourt? — perguntou Stella desconfiada.
— Ela é minha namorada. — respondi rapidamente, sem tempo para entrar em detalhes.
Stella, parecendo apreensiva, aponta para um banheiro dentro do quarto, onde vejo duas toalhas. Ela me instruiu a ajudar Kali a tomar um banho frio para baixar a febre, enquanto ela vai preparar um chá de ervas. Assenti, embora estivesse hesitante.
Quando Stella saiu do quarto, me senti desconcertado. Sempre imaginei ver Kali sem roupas, porém, em um contexto diferente, não quando ela está doente e vulnerável. De repente, ela abre lentamente os olhos.
— Kali... Você me permite? — perguntei hesitante.
— Faça o que quiser comigo. — ela disse, meio rouca.
Sendo assim, comecei a tirar cuidadosamente o vestido de Kali, que me encarou delirante por causa da febre alta. Ela estava visivelmente fraca, usando-me como apoio e segurando meus ombros. Ao tirar completamente o vestido de Kali e, ao vê-la só de calcinha e sutiã, sinto uma onda de excitação.
Mas nesse momento, deixo de pensar em prazer, e só consigo pensar em proteger a minha mulher. Então, Kali se agarra aos meus braços e a carrego no colo até o box do banheiro, ligando a água do chuveiro. Ela logo começa a delirar fortemente, resmungando que a água estava gelada e de que não queria entrar.
Seguro seu rosto gentilmente e peço que ela me olhasse nos olhos.
— Eu sei que está frio, mas isso vai te ajudar, Kali. — digo, tentando acalmá-la. — Eu entro com você, tá bom?
Ela assentiu, ainda agarrada a mim. Com Kali abraçada ao meu corpo, entramos juntos embaixo da água fria. A sensação era desconfortável, mas sabia o quanto era necessário. E de alguma forma, a aproximidade entre Kali e eu, tornou-se mais palpável. Tê-la ali em meus braços, me dava a sensação de paz.
— Também senti saudades... Minha Kali. — confessei baixinho. — E comigo aqui, ninguém irá machucá-la.
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Acidentes do Coração
Storie d'amoreKevin, um rapaz rico e mimado, aceita uma aposta para conquistar qualquer garota, mas o destino o leva a Kali, uma moça trabalhadora e resiliente com um passado sombrio. O que começa como um jogo de poder, acaba revelando segredos dolorosos e uma bu...