Capítulo 24 - Prova

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KEVIN:

Saí do hospital com um turbilhão de emoções. Como Kali ousava me mandar embora para ficar com o delegado? A raiva pulsava dentro de mim, misturada com uma pontada de decepção.

— Quem ela pensa que é? — resmunguei em minha mente.

Meu orgulho ferido se recusava a aceitar essa rejeição, especialmente em favor do maldito Anthony. A ideia de Kali escolher alguém além de mim era simplesmente intolerável! Não estou acostumado a ser dispensado, muito menos por uma mulher! E a ferida em meu ego dói mais do que qualquer coisa.

Meu olhar se fixava na imagem do delegado, Anthony, e sua mera presença era suficiente para acender a chama da competição em mim.

— Ele não vai ficar no meu caminho. Kali vai entender que o lugar dela é ao meu lado, não ao lado dele. — pensei confiante.

Determinado a não deixar que Kali escapasse tão facilmente, parti convicto de que a aposta estava apenas começando. E eu estava disposto a jogar sujo para vencer!

Chateado, montei em minha moto, liguei o motor e segui para a casa de Kali, decidido a esperar pelo retorno dela. Ao chegar, estacionei o veículo perto de uma pequena praça, cercada por árvores verdejantes. Desci da moto, aguardando pacientemente enquanto mantinha um olhar atento na entrada da casa de Kali.

Enquanto ficava ali, minha mente estava ocupada, lembrando a aposta que fiz com meus amigos. O delegado, Anthony Brown, tinha se tornado um obstáculo para minha vitória nessa aposta arriscada. A presença dele ameaçava a realização do meu plano, e eu precisava agir rápido. Então entendi que precisava de um plano novo para abordar Kali, mas desta vez sem a interferência do delegado.

— Tenho que ser estratégico! Ganhar a confiança dela de alguma maneira. — pensei comigo mesmo.

Afinal, não posso deixar que essa aposta escorregue por entre meus dedos. Eu estava disposto a superar qualquer obstáculo para garantir a vitória, mesmo que isso significasse entrar num jogo perigoso.

Absorto em meus pensamentos mais profundos, fui surpreendido ao sentir uma mão suave tocar meu ombro. Assustado, segurei fortemente o braço do sujeito, e ao ouvir um "ai" feminino, meus olhos se abriram surpresos ao perceber que era Kali.

No susto, ainda segurava fortemente o pulso dela, mas logo soltei rapidamente.

— Kali... O que você está fazendo aqui? — perguntei espantado.

 Eu vim conversar, como você pediu lá no hospital. Ou já se esqueceu? — ela disse seriamente.

Assenti lentamente com a cabeça, concordando com Kali. E indiquei que poderíamos caminhar até a praça para ter mais privacidade. O silêncio pairava entre nós, mas a tensão era palpável. Era hora de esclarecer as coisas, mesmo que a conversa fosse difícil.

— Onde está o delegado? — perguntei, tentando disfarçar minha raiva.

— Eu pedi para ele ficar com minha mãe por um tempo. — ela suspirou exausta.

Ao ouvir isso, paramos de caminhar, e num impulso, fico de frente para ela e a seguro pelos ombros desesperadamente. A encarei nos olhos com profunda intensidade. Kali baixou o olhar, mas pedi que ela erguesse a cabeça para mim.

— Você quer mesmo saber a verdade? Eu estou com ciúmes, sim! — admiti.

— Kevin, isso não vai levar a lugar nenhum. Já discutimos isso. — ela relembrou o assunto.

Para garantir que eu estava falando sério, segurei gentilmente o rosto de Kali. Seus lindos olhos castanhos e profundos estavam me deixando louco por isso.

— Ainda não entendeu? Estou disposto a provar que quero fazer parte da sua vida, mesmo que isso signifique me intrometer! — confessei.

 Como você provaria isso? — questionou Kali, incrédula.

 Assim. — revelei, puxando Kali para um beijo com total intensidade.

Sob a sombra suave da árvore, nossos lábios se encontraram em um beijo apaixonado. Kali ficou visivelmente surpresa no início, mas algo naquele momento fez com que ela retribuísse o gesto. Sorrio de satisfação e o clima no ar e o beijo se intensificaram, criando uma conexão que ultrapassava as diferenças conflitantes entre nós.

Porém, Kali se afastou subitamente, rompendo o nosso beijo, e seu rosto expressava uma mistura de confusão e surpresa.

— Kali...? — a chamei.

Tentei chegar perto, mas ela se afastava de mim. Busquei entender o que se passava em sua mente, enquanto seus olhos permaneciam arregalados, refletindo uma perplexidade que eu não conseguia decifrar. O silêncio tenso entre nós pairava como uma névoa de incerteza, enquanto aguardava, inquieto, por alguma palavra de sua linda boca.

— Por que raios você me beijou?! — perguntou Kali finalmente.

— Essa é a minha prova. Guarde-a com carinho. — a provoquei com um sorriso gentil.





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