Capítulo 49 - Calum

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Entramos os dois dentro do carro do pai da Mia. Ele olhava para mim muito sério e surpreso e eu conseguia entender porquê. Eu engravidei a sua filha e abandonei-a. Eu magoei a sua menina. E se fosse eu, no seu lugar eu nem sei como iria reagir.

- Então, Calum o que fazes aqui? - O pai da Mia, olha muito sério para mim.

- Vim ver a sua filha e o meu filho. - O seu olhar abre-se de surpresa.

- O teu filho?

- É. Eu cometi um erro.

- Mas que enorme erro. - Ele balbucia. - Só espero é que não magoes mais a minha filha.

- Pai, nós não estamos juntos. - Mia repreende o pai.

- Não se preocupe, eu não tenho intenções de o fazer nunca mais. Eu só a quero ver feliz.

Ele observa-me com ar desconfiado, mas dá início à viagem até ao hospital. Mia permanece calada o tempo todo. Podia jurar que ela estava a dormir, mas ela estava com a cara virada para o outro lado e eu não conseguia ver. O pai de Mia, olhava diversas vezes para mim, desconfiado. E eu apenas decidi fazer como Mia. Virar a cara para a janela. Fui observando a paisagem deste país durante o caminho todo e não podia mentir. Isto era de facto um local mesmo bonito. E só de saber que foi aqui, que eu descobri o meu verdadeiro amor. Isso sim, torna o local ainda mais bonito.

Passado cerca de meia-hora, o pai de Mia, entra no hospital com o carro e anda de trás para a frente à procura de um estacionamento.

- Isto hoje está mau. - Ele murmura. - Filha, vou-vos deixar à porta do hospital, daqui a nada estás atrasada.

Mia acena afirmativamente com a cabeça e o pai dela conduz até à entrada do hospital, onde eu e Mia saímos do carro. Mia fica parada a olhar para a entrada do hospital e eu coloco-me à sua beira.

- Tenho medo... - ela confessa.

- De quê, Mia?

- Sempre que aqui venho tenho medo de não ter boas notícias.

- Mia... - Viro-me de frente para ela e ela apenas me encara. - Já não estás mais sozinha. Eu estou aqui contigo. Não tenhas medo.

Puxo-a levemente até mim e abraço-a. Mia encosta a sua cabeça no meu peito e retribui o abraço. Mas desta vez, eu sinto que ela me tenta transmitir alguma coisa. Eu sentia que ela realmente estava com medo, assustada. Mia apertava-me com toda a força que tinha.

- Tu não estás sozinha. Nunca mais. - murmuro em seu ouvido.

- Obrigada, Calum.

Mia acaba com a proximidade entre nós. E encarando a porta sorri a medo. - Está na hora.

Ela começa a caminhar para dentro do hospital e eu sem prestar atenção deixo-me ficar para trás. Mas logo corro até ela e vejo o seu olhar se encontrar com o meu. Estico-lhe a minha mão. A qual ela encara, surpresa, mas aceita e logo as nossas mãos se entrelaçam.

Entramos os dois então dentro do hospital e seguimos para o local onde deveriamos esperar.

A espera estava a ser longa, estavam cá imensas grávidas e a vez da Mia nunca mais chegava. Eu estava a começar a entrar em ansiedade. Era a primeira vez que fazia qualquer coisa deste género, porque Caroline nunca me deixara ir com ela. E isso era realmente um facto estranho. Eu deveria ter desconfiado disso, logo desde início, mas não, eu preferi ser burro. Fazer-me de burro.

- Calum? - Mia chama-me.

- Sim? - olho para ela que já se emcontra de pé.

- Já me chamaram. Vens ou não? - ela sorri.

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