Abro os olhos lentamente. Sinto-me desgastada, e neste momento a minha cama diz para eu não sair dela por nada deste mundo.
Mas infelizmente teria de ser. Teria de a abandonar por algumas horas. A campainha toca fortemente, ecoando pela casa toda e eu levanto-me da cama meia zonza ainda de dormir.
Visto muito rapidamente um par de calças e calço uns chinelos de dedo, e vou a correr literalmente até à porta, onde a pessoa não parava de tocar.
Abro-a e encontro o meu pai do outro lado da porta.
- Papá! - salto para o seu colo. Apesar de ter 18 anos, eu e o meu pai damo-nos como se eu ainda fosse uma mera criança. Era a menina dos papás. Mas não posso esconder que me dou muito melhor com o meu pai do que com a minha mãe.
- Oh minha bebé, que saudades. - ele diz. - Então, está tudo bem?
- Sim papá! Nós já falamos. - digo. - É para ir jantar?
- Sim, a tua mãe já tem tudo pronto. - ele diz sorrindo.
- Ok, vou só lá dentro num estante. - digo indo pegar num casaco ao meu quarto e no telemóvel.
Volto até à entrada e sorrindo para o meu pai saio de casa, fechando a porta de seguida.
Caminho silênciosamente até casa dos meus pais e quando entro dentro de casa, um cheirinho bom e nostalgico chega até ao meu nariz.
Caminho alegremente até à cozinha e mal vejo a minha mãe dou-lhe um enorme beijinho na bochecha.
- A que se deve este beijo tão bom, filha?
- Ora essa, preciso de um motivo para te dar um beijo? - resmungo na brincadeira com ela.
- Claro que não, só não é muito teu. - ela diz feliz.
- É, tenho andado muito nostálgica e sentimental. - Rio-me levemente, e logo o Calum passa pela minha cabeça.
Porque é que não posso simplesmente apagar esse rapaz da minha cabeça?
- Hmm, bacalhau com natas! Oh mãe, és um anjo. - digo olhando a comida que a minha mãe leva para a mesa numa enorme travessa.
- Eu sabia que ías gostar! - ela ri-se. - Vá, todos para a mesa.
Sento-me no lugar onde me sentara sempre desde criança e os meus pais nos seus respetivos lugares.
- Oh, esqueci-me dos guardanapos! - a minha mãe leva uma mão à cabeça e começa a levantar-se.
- Eu vou buscar. - coloco uma mão no seu braço e sorrio-lhe. Levanto-me da minha cadeira e vou até ao armário, onde eu sei que a minha mãe guarda lá essas coisas.
Pego em três guardanapos e levo-os até à mesa entregando um a cada um. Vejo já o meu prato com comida e a minha mãe acaba de se servir a ela e ao meu pai.
Como uma pequena garfada e consigo saborear a comida. A minha mãe realmente tinha muito jeito.
O jantar acaba, e vou juntamente com o meu pai para a sala enquanto a minha mãe arruma a cozinha. Falamos de diversas coisas que aconteceram cá em Portugal e vejo que as coisas por aqui nem mudaram assim muito.
A minha mãe chega à sala passado pouco tempo e senta-se a meu lado.
- Mia, desde que chegas-te que estou preocupada.
- Porquê? - pergunto, completamente noutro mundo.
- Porque voltas-te? E porque razão não nos avisas-te de nada?
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Re(encontra-me)
Fanfic2 anos, 2 anos se passaram desde que o meu grande amor escapou-me por entre os dedos. 2 anos se passaram desde que o vi entrar naquele maldito avião e se ir embora, sem nunca mais dar notícias. Sequela da fic "Encontra-me | C.H."