Capitulo 12 - Mia

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Acordei no dia seguinte quando ouvi o meu telemóvel tocar. Senti uns braços rodearem-me e levantei-me assustada, mas quando olho para o lado e encontro o Calum, consigo lembrar-me do que se passou ontem. Oh, deus. Não. Como é que eu fui capaz?

Levanto-me da cama, agora com cuidado, para não acordar o Calum e vou buscar o meu telemóvel ao meu saco, atendendo-o de seguida.

"Joanna, olá." digo.

"Mia, estou aí daqui a 40 minutos." oh, a consulta. Esqueci-me completamente.

"Tudo bem, então quando chegares dá-me um toque e eu vou para baixo." ela desliga o telemóvel e eu acabo por o pousar em cima da mesinha de cabeceira.

Uma forte dor atinge a minha cabeça e o divertimento de ontem, foi hoje por agua abaixo.

Olho para o Calum, que se encontra na minha cama a dormir. Como é que isto aconteceu? Porque é que eu deixei isto acontecer? Eu estava bebeda, mas eu sei que o queria, eu queria isto. Mas era tão errado.

Sento-me ao seu lado na cama e começo a fazer festas no seu cabelo.

"Calum, acorda." ele mexe-se, colocando os seus braços em redor da minha cintura e a sua cabeça na minha perna. "Calum, anda lá, acorda." ele abre os olhos e encara-me.

"Porquê tão cedo? Eu quero dormir, Mia." ele resmunga e volta a fechar os olhos.

"Uma amiga minha está à minha espera para irmos a um consulta de obstreticia" ele arregala os olhos.

"Mia, estás grávida?" a sua voz é de admiração, e este levanta-se rapidamente ficando frente a frente comigo.

"Oh meu deus, claro que não. Mas a minha amiga está." a sua expressão é agora de alivio. "Sabes, ela é tua fã. Conheci-a no outro dia, quando saiu numa revista que eu e o Michael namoravamos..."

"A sério? E tu não és?" ele aproximou o seu rosto do meu e beijou-me calmamente.

"Calum..." afasto-me e ele olha-me com admiração "isto é errado, tu namoras."

"E tu não?" ele pergunta-me sarcásticamente.

"Oh meu deus. O Diogo. Eu trai o Diogo." sinto um aperto no meu coração, como fui capaz de fazer isto ao meu namorado? "Eu traí o meu namorado." Lágrimas começam a cair dos meus olhos.

Eu sou uma pessoa horrível.

O Calum aprossima-se de mim e dá-me dois beijos em cima dos olhos, o que me faz rir. Ele sempre teve o dom de me fazer rir.

"Isto é tão errado, mas Mia, isto também é tão certo." ele diz abrançando-me.

"Calum, não estás a perceber. Nós traimos os nossos namorados. Nós somos pessoas terríveis."

"Não, Mia. Nós somos duas pessoas que se apaixonaram à dois anos atrás e que nunca se deixaram de amar." olho para ele e logo recordo-me do dia em que ele me disse que eu já não estava na vida dele.

"Tu não me amas, Calum. Tu amas a Caroline. Sempre a amas-te, se não. Porque voltarias para ela depois de tudo? Porque me irias dizer que eu já não estava na tua vida?" ele fica calado durante um bom tempo e logo começa por vestir as suas calças.

Eu fico a observá-lo, e ele apenas ignora o meu olhar, saindo pelo quarto fora sem dizer uma única palavra, batendo a porta com toda a força que tem.

Lágrimas caem agora, mais fluentemente pela minha face toda. Porque é que só faço merda?

Acabo por abrir a minha mala, já feita, pois hoje é o dia de mudanças e tiro umas calças pretas e uma camisola branca, larga. Calço as minhas vans pretas e coloco a minha casaca preta. Vou até à casa de banho, penteio-me e lavo os dentes. Olho-me para o espelho e vejo o estado em que a minha cara se encontra. Mas hoje a minha paciência para me maquiar é nula.

Re(encontra-me)Onde histórias criam vida. Descubra agora