Capítulo 16 - Mia

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Caminho com dificuldade até casa. Estou ainda a meio do caminho e sinto-me mesmo mal disposta. Não sei o que se passa comigo, provávelmente fiquei com uma intoxicação alimentar ou qualquer coisa, mas neste momento só o cheiro de comida me está a deixar indisposta.

Continuo a caminhar calmamente, mas sinto as minhas pernas fraquejarem e caio no meio do passeio da rua. Tento me levantar, mas estou sem forças. Sinto outra vez uma tontura enorme e acabo por deixar o resto do meu corpo cair ao chão, sem nunca perder os sentidos.

- Mia? Mia, oh meu deus, estás bem? - observo a pessoa que começa a correr na minha direção.

- O... O que... F-Fazes aqui? - digo com alguma dificuldade.

- Mia, estás bem? O que se passa? Porque estás no meio do chão? - a pessoa agaixa-se a meu lado e tenta levantar-me.

- Eu, eu não me estou a sentir bem. Leva-me para casa. - apoio-me nos seus braços.

- Vou pegar em ti, tudo bem? - aceno que sim com a cabeça.

Sinto o meu corpo levantar-se e envolvo os meus braços no seu pescoço. Consigo sentir-me um pouco melhor, mas ainda assim sinto-me super indisposta.

Quando chego a casa, entrego as chaves que estão na minha mala e entramos em casa. Ele leva-me, ainda a seu colo, até ao meu quarto e pousa-me delicadamente em cima da cama, mas nesse momento sinto um novo vómito e vou o mais rápido possível para a casa de banho.

- Mia? Deixa-me entrar! Está tudo bem? - Ouço batidas na porta da casa de banho que estava fechada.

- Não, e por favor não entres. - digo com alguma dificuldade.

- Mia, eu não quero saber, tu não estás bem, eu vou entrar.

- Não, Calum vai-te embora por favor. - uma lágrima sai dos meus olhos - Eu não quero que me vejas assim.

Ele entra para dentro da casa de banho e senta-se a meu lado no chão.

- Anda cá. - ele abre os braços e puxa-me para ele.

Encosto a minha cabeça ao seu peito e os meus braços rodeiam todo o seu corpo. Lágrimas começam a sair dos meus olhos e logo vejo que estou a molhar a camisola toda do Calum.

Ouço a campainha tocar, mas não ligo. Eu não queria sair dos braços dele, eu precisava de forças, eu precisava do Calum do meu lado.

Mas a campainha continua a tocar sem parar e vejo-me obrigada a limpar as lágrimas e me afastar do Calum.

- Desculpa. - murmuro.

- Desculpa de quê? - ele levanta a minha cara e acaricia-a. - Estou aqui sempre que precisares.

Ele leva os seus lábios até à minha testa e deposita lá um beijo, e ajuda-me a levantar. Peço-lhe que vá abrir a porta, enquanto eu vou para o quarto e é o que ele faz, abre-a deixando um Diogo furioso entrar dentro de minha casa.

- Onde está a Mia? - o Diogo berra ao Calum.

- No quarto. - ouço um pequeno murmuro da voz do Calum.

Barulhos de passos ouvem-se até à porta do meu quarto e eu deito-me na cama. Ouço a porta abrir-se, mas não olho para trás.

- Mia? Mia, meu amor, como estás? - o Diogo corre até mim, e abraça o meu corpo deitado.

Eu não lhe respondo. Não o olho. Nada. Ele magoou-me ao recusar vir comigo. Eu não sei o que lhe deu, o Diogo nunca me tinha feito isto, sempre fora demasiado protetor e preocupado e hoje, logo hoje, ele faz-me isto. Recusa-se a vir comigo e ainda fala para a Caroline como se nada fosse, como se eu, a sua namorada, não estivesse lá, como se o Calum, o namorado da Caroline, não estivesse lá.

Re(encontra-me)Onde histórias criam vida. Descubra agora