Capítulo 1 - Mia

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Solto uma lágrima, enquanto abraço as minhas caras companheiras de final de curso. A escola acabou e com ela vieram as novas oportunidades.

Arranjei emprego numa ótima empresa que infelizmente é estrangeira, devido à minha boa média e ao meu ótimo portefólio. No final das férias de Verão, começo então a trabalhar como fotógrafa numa empresa em Los Angeles e acredito que vou gostar imenso, até porque eu adoro aquilo que faço.

Abraço a Pat, a Bi e a Clare com toda a força que tenho. Iremos agora seguir caminhos diferentes, mas todos iguais e este nosso último dia de aulas, só serviu para choradeiras. Obvio que não vou deixar de manter contacto com elas, são como minhas irmãs. Apoiaram-me sempre em tudo aquilo que mais precisei. Quando senti que o meu mundo estava perdido, elas ajudaram-me a recuperar toda a minha força, ajudaram-me a não desistir de mim, que eu valia a pena. E se hoje, estou onde estou e como estou é graças a elas que sempre me apoiaram e que me ampararam quando eu estava prestes a recair.

"Olha quem está ali, Mia" a Clare diz sorridente, mas sem disfarçar a sua cara de choro.

Olho para trás e encontro-o, o rapaz que esteve a meu lado durante este tempo todo, o rapaz por quem eu sinto um enorme carinho, um enorme amor. Ele chora também, e admito que nunca o vi chorar. Sempre foi o contrário, ele sempre amparou as minhas lágrimas, ele sempre me ouviu e nunca o fez à minha frente, ele sempre se mostrou forte. Mas o facto de nos separarmos todos, amoleceu o coração um pouco endurecido que ele pode ter. Que, para mim, nunca foi nada mais que um bom coração.

Caminho até ele e ele sai do lado dos amigos e vem em minha direção também, envolvendo-me nos seus braços. Aperto-o com toda a força que tenho e consigo me sentir segura ali em seus braços.

"Mia, eu amo-te e prometo nunca te deixar, não chores."

"Eu sei, eu sei que tu não o irias fazer, mas só de pensar no facto de que para o ano vamos todos seguir caminhos diferentes, que não estaremos aqui juntos, para nos chatear-mos uns aos outros, dá-me um aperto no coração. É como se vocês todos fossem a minha segunda família, Diogo."

"Eu percebo-te, mas acredita que ninguém aqui vai deixar de manter contacto. Principalmente contigo, princesinha, todos te adoram." ele leva o seu dedo ao meu nariz e faz-lhe uma festinha, sorrindo-me de seguida.

"Não te rias assim para mim, sabes que eu não aguento." digo, já sorrindo também.

"Mas eu não quero que aguentes, Mia." ele volta a sorrir do mesmo jeito e encosta de seguida os seus lábios nos meus.

Sinto-me feliz por o ter do meu lado, sinto-me feliz por poder dizer que tenho um excelente namorado. Que sempre esteve presente em todos os maus momentos que passei durante estes dois anos. Que sempre me ouviu a lamentar por outro rapaz. Eu sei que ele me ama, e eu sei que o sinto por ele também é amor. Não posso comparar este amor com o que tive com o Calum, namorei um mês com ele e com o Diogo namoro à meio ano. Mas o que tenho com ele não pode ser comparado com aquilo que eu tinha com o Calum, aquele sentimento forte, aquele sentimento de desejo, paixão. Eu amo o Diogo, mas é um amor totalmente diferente, é mais passivo, mais tranquilo.

Entrelaço os meus dedos com os do Diogo e entramos no carro dele, prontos para irmos para minha casa.

Assim que o carro dele para em frente do meu portão, eu dou-lhe um beijo e saio do carro me despedindo. Ele vai passar o resto do dia com a família, assim como eu.

Entro em casa e sou abordada por os meus pais que me esperam ansiosos.

Trazem consigo uma caixa pequenina embrulhada e eu já sabia o que dali ía sair.

Re(encontra-me)Onde histórias criam vida. Descubra agora