Capítulo 45 - Calum

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Fico acordado a maior parte da viagem. Estavamos a ir uns dias mais cedo do que o habitual, mas era por ela, apenas por ela. Porque sei que Mia iria ficar contente por nos ver. Por os ver. Porque sei que Mia, poderia não reagir muito bem à minha presença. Afinal, depois do tudo o que se passou entre nós, eu não poderia esperar por mais. E por causa disso eu estive quase para não vir neste dia, e apenas vir para cá no dia anterior ao espétaculo. Mas eu sei que ao fazer isso, eu estaria a desiludir os meus amigos e principalmente a mim.

Porque na verdade, eu não poderia mentir, eu estava completamente ansioso por a voltar a ver. Passaram 5 meses e eu nunca mais falei com ela ou a vi. E eu estava nervoso. Mas sobretudo com medo. Eu tinha saudades dela, de a poder ver todos os dias. E todos os dias eu me lembrava e sentia saudades daquele momento em que adormeci a seu lado, em que ela pediu-me para ficar a seu lado. Ela sempre foi tão diferente de Caroline, sempre foi tão pura e só agora é que me estou a aperceber que cometi um erro enorme em não ter apanhado um maldito avião naquele dia e ter vindo atrás dela. Agora sei que estraguei tudo, involuntáriamente. Eu podia estar feliz. Ela disse que ainda me podia fazer feliz e eu escolhi a Caroline. Eu escolhi ficar ao lado de alguém que nunca me amou verdadeiramente.

O avião está finalmente seguro em terra e eu saio do mesmo juntamente com os meus colegas de banda. Entramos no aeroporto que estava já com algumas fãs, o que não me admirava pois já não faltavam muitos dias para o concerto.

Fomos levados então até ao Hotel onde supostamente iriamos ficar instalados até o dia a seguir ao concerto e quando finalmente lá chegamos, instalamo-nos nos nossos supostos quartos para descansar da longa viagem que tinhamos feito até aqui.

Ouço o meu telemóvel vibrar e pego imediatamente no mesmo com esperanças que talvez possa ser ela, que ela talvez saiba que eu já cá estou, mas apanho uma enorme desilusão ao ver o nome de Caroline outra vez no ecrã do telemóvel.

Já tinha 7 chamadas não atendidas da mesma e uma mensagem por ler. E todos os dias era isto. Todos os dias, Caroline decidia que não chegava de me massacrar. Ela estava a colocar-me maluco. Eu já não suportava ouvir mais o nome dela ou até mesmo a sua voz. Tudo o que viesse dela me metia nojo.

Abro a mensagem que tenho para ler e leio a mesma em voz alta.

"Calum, meu amor, por favor diz qualquer coisa. Faz já três meses que não falamos e isso está a dar cabo de mim. Eu sinto a tua falta, eu amo-te imenso. E peço desculpa pelo que aconteceu, foi algo involuntário. Tu és tudo para mim e eu por ti faria qualquer coisa. Só não me deixes, Calum. Por favor. Principalmente agora que sei que estás aí, não voltes para ela. Não o faças. Eu sou tudo para ti. Ela não te merece, ela não te pode ter, nem sequer amar. Eu sou a única digna do teu amor, porque ninguém te ama mais que eu. E ela não tem nada para te dar, absolutamente nada. Ela não te pode dar as coisas que eu posso, um futuro. Por favor, Calum, perdoa-me. É tudo o que te peço. Amo-te."

Sinto nojo ao ler aquilo, tudo o que ela disse é tão falso e tão horrivel. Como ela me podia dar um futuro se ela estragou tudo pela segunda vez? Eu fui burro o suficiente para a desculpar outra vez, ela não aproveitou e agora eu não iria cometer o mesmo erro. Eu não poderia voltar a cometer esse erro. Até porque os meus sentimentos todos eram por outra pessoa e eu não estava disposto a enganar mais os mesmos. Eu queria assumir o que sentia. Eu queria assumir que estava completamente, perdidamente apaixonado por Mia.

- Sabes que a podes bloquear? - Luke entra no meu quarto e senta-se no pequeno banco em frente à minha cama e eu fico a olhá-lo sem reação, sem perceber do que ele falava. - A Caroline. - Ele aponta para o telemóvel. - Eu ouvi a mensagem. Era muito mais fácil se a bloqueasses, digo, se fosse eu no teu lugar já o teria feito.

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