Capítulo 29 - Mali

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Caminho muito desnorteada pelas ruas de Los Angeles. E apenas estou assim porque ainda não consigo acreditar no que o meu irmão me contou.

Calum sempre soube o quanto as pessoas à sua volta o avisaram quanto a Caroline. Ela não era flor nenhuma que se cheirasse e agora ela conseguiu tudo o que queria. Prender-se para sempre a Calum.

Em parte estou muito triste por tudo isto ter acontecido. Por o meu irmão ter sido burro. Mas o que eu poderia fazer agora? As coisas estavam feitas e já não dava para voltar atrás. Agora ele tinha um futuro preso a uma rapariga que não o merecia.

Sei que o que irei fazer irá provavelmente deixar Calum irritado comigo, mas tenciono que por enquanto ele não saiba de nada.

Pego no meu telemóvel e procuro o contacto de Michael, ligando-lhe de seguida.

- Hey! - ele diz do outro lado da linha.

- Estás com o meu irmão? - pergunto.

- Não agora, saí para atender o telefone. Mas queres falar com ele? - Michael pergunta.

- Oh, não, não. Eu queria falar contigo e pedir-te para não contares nada sobre esta conversa a Calum.

- Claro.

- Então preciso de um favorzinho rápido. - sorrio, mesmo sabendo que ele não irá ver.

[...]

Olho para o prédio que Michael me indicou. E apesar de não fazer sentido, encontro-me um pouquinho nervosa.

Sempre esperei este momento chegar. Mas sempre pensei que fosse de maneira diferente. Sempre pensei que fosse Calum a levá-la até nós. A minha mãe chegou a dizer-lhe tantas vezes para ele ir ter com ela novamente, que não ía ser a distância a separá-los. Porque apesar de Calum já não mostrar, ele sofreu muito com a separação deles. Ele lutou muito contra a vontade de largar tudo e ir para a beira dela. Mas ele tinha medo. Tinha medo de se arruinar. De arruinar a banda. Mas sobretudo, tinha medo que ela não o aceitasse. Que ela não quisesse viver no mesmo mundo que ele.

Entro dentro do prédio e dirijo-me até ao andar que tenho aponte no papel. Procuro o número da porta, observando detalhadamente o corredor e acabo por o encontrar no final do mesmo. Então era aqui. Era aqui que eu finalmente iria conhecer a grande paixão do meu irmão mais novo.

Carrego na campainha e logo ouço o barulho da mesma ecoar. Espero uns 30 segundos, e como me encontro ansiosa, por não saber no que isto vai dar, toco outra vez à campainha.

- Já vai! - um grito vem do outro lado da porta e eu reconheço a sua voz.

Mia abre quase logo a porta e vejo-a ficar quase logo sem qualquer tipo de reação.

- Mia? - pergunto e a mesma acorda.

- Mali? És mesmo tu? - ela pergunta surpresa.

- Sou mesmo eu. Em carne e osso. - Mia sorri e abre os seus braços para me poder abraçar.

- Nunca pensei que um dia te iria ver, assim, ao vivo. - ela diz emocionada. - Oh, entra, entra!

Entro dentro do apartamento de Mia, vendo uma casa simples. Sorrio. Mia leva-me até ao que suponho ser a sala.

- Oh, não ligues à desarrumação por favor. Estava a tentar colocar as coisas em ordem. - ela sorri.

- Não te incomodes com isso, que eu também não. - olho para Mia e sento-me no sofá.

- Mas então conta-me, a que devo esta visita? - ela pergunta, sentando-se a meu lado. - Oh, eu e minha cabeça. Queres alguma coisa?

- Não, nem te incomodos, a sério. Mas obrigada. Eu só vim aqui falar contigo, Mia... - encaro os meus pés e logo a seguir encaro-a a ela. - Sobre o meu irmão.

Vejo Mia ficar imóvel durante alguns segundos e o seu estado de espírito parecer morrer completamente. Mas eu tinha de fazer alguma coisa, eu tinha de conseguir fazer com que as coisas não tivessem de ser como Calum as pintava, ou pelo menos tentar. Era a vida, a vida toda do meu irmão que estava em jogo. E eu queria que Calum estivesse numa relação onde eu sabia que ele iria ser sempre feliz, do que numa relação onde ele se sentisse preso. Porque eu sei que é assim que Calum se sente em relação a Caroline. E eu sei a confusão que vai dentro daquela cabeça. Eu sei o quão inseguro ele é e eu sei que se não o ajudar, ele vai perder o rumo.

- O que se passa com ele? - Mia pergunta reticente.

- O que se passa com vocês. É mais isso.

- Nada. Connosco não se passa nada. - ela bufa.

- Mia, nota-se na tua cara que tu gostas dele. - vejo ela sorrir de lado e logo baixar a cabeça.

- Eu gosto, Mali. Gosto muito do teu irmão. Mais do que alguma vez gostei de alguém. E nem sequer vejo como é que isso é possível. Como é que eu me apaixonei tanto assim por ele. Mas o problema aqui é a Caroline. Eles estão juntos, eles estão felizes. Eles são a família perfeita.

- O Calum não esta feliz. - Mia abana a cabeça negativamente e encara-me.

- Então porque é que ele continua com ela? Ele não precisa de se prender a alguém por um bebé. Eu percebo que ele queira dar estabilidade ao seu filho. Que ele queira mostrar que uma mãe e um pai se amam. Mas nós já não estamos no séc. XIX. Quantas e quantas crianças crescem sem um pai presente? Elas morrem por isso? Não! Elas tentam ser melhores pessoas, melhores pessoas para que nada disso aconteça com os seus filhos um dia. E eu não estou a falar que o teu irmão foi irresponsável ou nada disso, eu só estou a dizer que ele pensa muito como antigamente. Ele não está a pensar totalmente na felicidade do filho, sabias? Porque quando o filho crescer e ver que o pai apenas está metido ali por causa dele, achas que ele vai ser feliz? Achas que o teu sobrinho se vai sentir bem? Não vai. Acredita. Só se ele for como a mãe.

- Eu entendo-te, Mia. Mas podias lutar por ele.

- Não achas que eu tentei? Eu amo o teu irmão. E eu tentei. Eu ainda tento. Mas não dá, ele está cego, completamente. - ela suspira. - E Mali, eu tenho 18 anos. Tenho uma vida pela frente, e sinceramente, eu quero ficar longe deste drama todo. Eu prefiro sofrer, prefiro que o meu coração fique partido por um tempo, do que o resto da minha vida. Eu não posso fazer mais nada senão desistir do teu irmão.

- Mia, desculpa... - falo em voz baixa.

Mia tinha razão no que dizia. Ela era uma rapariga bonita, e aposto que rapazes não faltariam atrás dela. Ela tinha uma vida toda pela frente e compreendo que ter que lidar com alguém que engravidou a namorada, custava imenso.

- Não tens de pedir desculpa, Mali. Tu não és o teu irmão. - ela sorri-me. - Mas espero que possamos ser amigas, ainda que eu e Calum não nos tenhamos acertado.

- Claro que sim, Mia. Podes contar comigo para isso.

[...]

Saio de casa da Mia depois de uma tentativa falhada e sinto tudo ao contrário. O meu irmão estava a ser um burro, porque ele tinha alguém que se importava com ele, que o amava e ainda assim ele escolheu alguém que pensa que manda nele.

Ele escolheu a pessoa errada e isso afetará a sua vida para sempre.

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Heyhey

Demorou a sair, i know, mas tenho boas notícias!!!

Enquanto eu não publiquei, andei entretida a escrever e já acabei quase de escrever esta história, assim basta apenas publicar e vocês não precisam de esperar tantooooo tempo.

Também já comecei a escrever duas novas fic's. Ando com muitas ideias. Uma é totalmente surpresa, mas não é com nenhum dos nossos meninos. Outra é com o Luke e o Calum, um triângulo amoroso. E mais não digo :p

Espero que gostem do capítulo da Mali. E preparem-se porque vou publicar mais regularmente agora.

Beijocas :*

Re(encontra-me)Onde histórias criam vida. Descubra agora