Capítulo 28 - Calum

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- Calum! - a minha irmã corre para mim, mal me vê!

- Olha, olha quem é ela. - abraço-a num gesto carinhoso. - A minha irmã preferida.

- Calum, sou a tua única irmã! - ela ri-se, mas retribuiu o abraço.

- Eu sei que sim, por isso é que és a preferida! - tento chatear a minha irmã, adoro mesmo irritá-la.

- Vê lá menino! - ela dá-me um leve murro no braço. - Ainda és uma criançinha.

Solto uma risada um pouco nervosa. Uma criançinha que já tem a vida toda numa enorme confusão.

- Então, a que se deve esta tua visita? - sento-me num banco do estúdio, onde eu e os rapazes fomos gravar algumas músicas.

- Bem, um passarinho contou-me que isto por aqui está uma enorme confusão... - Mali senta-se a meu lado. - Eu achei que talvez precisasses dos conselhos da tua maninha preferida.

- Oh, mana! A minha vida está pior que uma confusão. - um longo suspiro interrompe a minha voz. - Sinto como se tudo aquilo por o que lutei se está a desmoronar.

- Porquê, Cal? Estão com problemas na banda?

- Oh, nada disso! Estou a falar da minha vida, não da banda. - encaro-a.

- Soube que a Mia voltou a aparecer na tua vida! - olho para ela admirado. Ela sabia demasiadas coisas. - Revistas, mano, revistas.

Aceno que sim, a sinal que compreendi. Claro que só podia. O famoso Calum Hood divido por duas mulheres. Caroline e Mia.

Isto realmente era complicado. Sei que muita gente não compreende as minhas atitudes, mas na minha cabeça é o correto. Estar no meu lugar neste momento, é completamente complicado. Duvido que alguém iria querer trocar comigo, ai duvido mesmo!

- Gostava de a conhecer, Cal... - a voz da minha irmã soa baixinho, mas dá para entender perfeitamente o seu pedido.

- Não posso fazer nada quanto a isso, Mali. Nós não estamos propriamente amigos um do outro. - mais uma vez, solto um suspiro, que acabo por prolongar imenso.

- Ei, que suspiro foi esse? - Mali olha-me com preocupação.

- Mali, eu tenho de te contar algo... Importante...

- Cal, estás a assustar-me agora, o que se passa contigo?

- Quando a Mia voltou, eu estava disposto a abdicar da Caroline. Afinal o que sentia pela Mia era algo mesmo especial. Sempre foi. E esse sentimento nunca morreu para mim. Mas... - paro de falar, pelo simples motivo de como é que irei contar isto à minha irmã?

- Mas? - ela pergunta assustada e curiosa ao mesmo tempo.

- Mas a Caroline engravidou. - sou completamente direto.

Vejo o olhar de surpresa que a minha irmã me lança e acabo por não saber se isso é algo bom ou mau. Sei que a minha irmã não morre de amores pela Caroline e talvez tenha sido por isso que tenha tido alguma dificuldade em contar-lhe isto.

Mas desde que a Caroline me contou que eu ía ser pai, eu tornei-me outra pessoa. Eu afastei-me de toda aquela vida que tinha de festas e de diversão. Eu queria mesmo estar a cem porcento na vida do meu filho, tratá-lo como se ele fosse a coisa mais importante do universo, porque sejamos sinceros, ele já o era para mim. Ele era a minha prioridade e o amor que eu já sentia por aquela criança que eu nunca tinha visto na vida era maior que o amor que eu sentia por qualquer outra coisa, por qualquer outra pessoa.

- Isso quer dizer que... - Mali tenta falar, mas percebo que esta está com algumas dificuldades.

- Que vais ser tia. - dou-lhe um pequeno sorriso ao qual não me admiro de não ser retribuído.

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