Capítulo 13 - Calum

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Tento fugir a todos os meus problemas, mas não consigo. Tudo o que vejo, a resposta para tudo está agora à minha frente. A imagem dela agarrada a mim, a imagem de nós dois felizes, apaixonados. Eu parti, eu fugi e eu perdi. Eu perdi a pessoa que provavelmente mais se importava comigo. A rapariga que até hoje, eu consigo dizer com todas as certezas que me amava, de verdade. Eu julguei ser a melhor decisão, a melhor opção tanto para mim, como para ela. Eu não a queria magoar, mas foi isso que eu fiz durante este tempo todo. Eu fiz as escolhas erradas e não existe nada que faça que me permita voltar atrás, eu fiz as minhas escolhas e agora eu tenho que saber lidar com as consequências. Eu perdi-a. Perdi-a para sempre.

Tê-la nos meus braços, foi como voltar à dois anos atrás. Senti o mesmo amor, carinho, desejo. Tudo o que eu deixei para trás com ela, eu senti novamente. Tudo aquilo que deixei de sentir quando voltei para a Caroline, eu senti ontem com a Mia, enquanto a tinha nos meus braços. Ela era minha, mesmo não sendo minha. Quando os nossos lábios se tocaram novamente, eu desejei que esse momento durasse para sempre. Eu sei que foi um erro, eu aproveitei-me dela, ela estava bebeda. Eu cometi um erro ao fazê-lo, mas apenas me sinto culpado por isso. Neste momento não me sentia culpado em relação a mais nada. Nem o facto de ter traido a Caroline me interessava. Eu só queria a Mia nos meus braços. Oh deus, a falta que eu senti dela. Agora sim, entendo as palavras do Luke, ao dizer que o que importa é que o sentimos. Eu amo a Mia.

Como não percebi mais cedo que a Mia é a pessoa certa para mim? Que eu não podia continuar a fugir dela, nem dos sentimentos que eu ocultei estes anos todos de mim próprio. Eu pensava não sentir mais nada pela Mia, mas quando a vi outra vez, todo o efeito que ela fazia em mim à dois anos atrás, voltou. Eu senti-me como um adolescente apaixonado outra vez. Eu precisava dela ao meu lado, todo este tempo precisei. Só nunca o admiti. Eu perdi-a, e ela agora estava feliz com o Diogo. O rapaz que sempre odiei. Mas o rapaz que juntou todos os pedaços que eu parti do seu coração. E bolas, essa pessoa devia ter sido eu. Devia ter sido eu a fazer tudo aquilo, a ser o motivo do sei sorriso, a fazê-la sentir-se amada e não sozinha. Eu estraguei tudo, como sempre faço. E agora? Todas as hipóteses que tenho foram por água a baixo. Vê-la toda preocupada com o que fez, vê-la desesperar por ter traído o Diogo partiu-me o coração. Mas este ficou pior quando ela tocou no nome Caroline e me perguntou porque voltei para ela. Eu não sabia mesmo o que lhe dizer, eu só não consegui olhar para ela. Eu sentia-me envergonhado, eu voltei para a pessoa que tentou estragar tudo o que eu tinha com a Mia, e aqui estava eu, apaixonado pela Mia, a permitir que a Caroline conseguisse tudo o que sempre quis. Estragar o meu relacionamento com a Mia.

O resto do dia, eu passei-o em sua casa, a ajudá-la a colocar as coisas do seu quarto no sítio. Bem, não me posso queixar. Eu estou a seu lado, e apesar de não a conseguir olhar e de não conseguir dizer uma palavra, sinto-me bem por estar ao lado dela, mesmo que não esteja ao lado dela.

Neste momento, acabamos todos de jantar. Sentamo-nos no sofá e o Michael insistiu que deviamos ver um filme. E bom, assim o fizemos.

Como não havia lugares para todos o Luke e o Ashton sentaram-se no chão, deixando a Joanna no sofá, juntamente com o Michael e logo a seguir, eu e a Mia.

Eu tentei milhares de vezes estar atento ao filme, mas perdi-me completamente a olhar para a Mia. Ela estava mudada, em tudo. Mas eu sei que apesar de esta não ser aquela Mia, com quem eu estive, ela ainda permanece lá. Ela só está ferida. Ela foi ferida. Por mim.

A Mia acaba por adormecer, deixando a sua cabeça cair sobre o meu ombro e eu com cuidado coloco o meu braço à sua volta para a deixar mais confortável.

Quando o filme finalmente acabou, estava toda a gente já a bocejar com sono. Peguei então na Mia ao colo e levei-a até ao seu quarto, deitando-a na cama e cobrindo-a com alguns cobertores. Sentei-me a seu lado e fiquei ali a observá-la. Porque é que eu fui tão burro?

Re(encontra-me)Onde histórias criam vida. Descubra agora