Prólogo

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William Belanger

Abro os olhos com muita dificuldade. As pálpebras estão pesadas. Tem gente gritando por perto. Houve uma  explosão em algum lugar. Acho que fui arremessado longe. Rostos acusadores vão se multiplicando ao meu redor.

Um zumbido insistente soa no interior de minha cabeça. Não sei se estou tendo  um terrível pesadelo ou se enlouqueci.

Bato os dentes freneticamente. A neve começa a congelar meus ossos. Tenho medo de tentar me mover e o corpo não responder aos estímulos.

Um líquido quente e viscoso escorre pela lateral do meu rosto. Tento organizar as ideias e entender o que aconteceu. Lembro apenas do estrondo ensurdecedor que antecedeu uma luz forte que veio do interior de uma caverna. Depois disso, apenas um imenso vazio escuro.

Movimento a cabeça de lado e vejo fogo. Paredes de pedra e gelo desabaram.

Onde estão meu irmão e meu pai?

Lágrimas escorrem pelos cantos dos meus olhos.

Nem ao menos sei por quanto tempo estou assim. E pela forma como estão me olhando, acho que não tenho o direito de lamentar pelo o quê aconteceu...

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