Capítulo 34 - Semeando discórdia

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Mais uma manhã em que desperto no quarto de Will. Espreguiço-me demoradamente sentindo algumas partes do corpo doloridas. As lembranças da noite vão surgindo como flashes.

Suspiro aliviada por não ter parado de tomar o anticoncepcional antes da viagem, mas tenho consciência de que deveríamos ter tomado outras precauções, como o uso de preservativos.

O lugar ao lado já está vazio. Will sempre acorda muito cedo para se exercitar com Brutus.

Jogo o cobertor para o lado e sigo para o meu quarto onde faço minha higiene matinal. Visto um conjunto de casaco e shorts de moletom.

Assim que desço a escada encontro uma surpresa no canto da sala. Fred está dentro da gaiola que comprei para resgatá-lo.

_ Ei, Fred? Está tudo bem, amiguinho? Aqueles dois te assustaram? _ Abaixo-me em frente a gaiola.

O guaxinim tem um pêssego em uma das mãozinhas. Faz um som gutural. Coloco o dedo entre as grades e ele o segura com a outra mãozinha.

_ Fique tranquilo. Hoje mesmo vamos soltá-lo em um lugar melhor, está bem? Will tem razão. Não pode viver no telhado da casa. É arriscado. Precisa conviver com outros de sua espécie.

Levanto e saio para fora da cabana. Will ergue a cabeça assim que passo pela tela de proteção da porta. Repuxa o canto da boca e vem ao meu encontro.

_ Conseguiu resgatá-lo. _ Aceno com a cabeça para o interior da casa. _ Espero que não tenha assustado o pobrezinho.

_ Não se preocupe. Não causei nenhum trauma no seu guaxinim precioso. _ Will sobe os degraus da casa.

Ele está com uma aparência ótima. O cabelo levemente desarrumado, as maçãs do rosto coradas, o peito nu exibe as tatuagens e sobe e desce mais rápido devido a corrida. A calça de moletom cinza está um pouco caída no quadril estreito.

Encosta os lábios nos meus.

_ Dormiu bem? _ Tem um sorriso convencido no rosto que chega até os olhos castanhos esverdeados.

Sinto o rosto esquentar.

_ Sabe que quase não dormimos. _ Minha voz sai aveludada.

Seguro nos braços expostos e olho para cima.

Will envolve-me pela cintura e me puxa. Cola os lábios nos meus em um beijo demorado. Caminha comigo um pouco suspensa do chão até me apoiar no cercado da varanda. Se posiciona entre minhas pernas.

_ Se quiser, podemos levar o ladrãozinho de volta à floresta depois do café da manhã. O que acha?_ A mão de Will percorre minha perna apoiada no cercado até subir pela coxa e invadir o shorts largo.

_ Acho uma boa ideia. _ Tento me esquivar de sua mão.

_Will, alguém pode aparecer. _ Meu corpo vibra de expectativa e o coração acelera.

Ele sorri de lado.

_ Não se preocupe. Ninguém se atreve a vir para essas bandas. _ Diz ao interromper a trilha que faz em meu pescoço com os lábios quentes.

A mão alcança minha lingerie puxando-a de lado.

Suspiro ao sentir o toque dos dedos gelados em minha carne sensível e úmida. Ergo mais o queixo esquecendo de qualquer preocupação. Will morde meu queixo.

_ Sabe que não quero que esses momentos nunca acabem, não é? _ Ele sussurra em meu ouvido.

_ Eu também não. _ Minhas pernas fraquejam.

Não é justo que Will fale nesse assunto justamente no momento em que meu cérebro está anuviado pelas sensações que me provoca.

_ O que tenho que fazer, Maria Lúcia? Diga, o que quiser e farei. _ Com dois dedos ele faz movimentos de vai e vem.

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